A discussão sobre recursos hídricos mal começou no
planeta e água deve levar até aos conflitos internacionais por reservas.
Mais do que racionamento, escassez de água gerará
guerras.
Rio Amazonas, o maior em extensão e volume.
Em 15 anos, a
crise de água piorará em todo o mundo, de acordo com a ONU. Relatório
recém-divulgado prevê que haverá 40% menos água do que o necessário para o
consumo. O mundo ampliará as fatias de população vivendo sob “estresse de
água”, na expressão da ONU.
Quase 800 milhões
de pessoas ainda não têm acesso a fontes de água potável de qualidade. Os mais
afetados são pessoas de baixa renda, e entre estas, as mulheres em especial.
Os estudos mostram
que para cada dólar investido na proteção de uma área de captação, até 200
dólares podem ser economizados no tratamento de água.
Estudiosos preveem
que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações.
A distribuição
desigual é causa maior de problemas. Entre os países, o Brasil é privilegiado
com 12% da água doce superficial no mundo. É o país com maior disponibilidade
hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse
recurso em várias regiões. Abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta,
o Amazonas. Mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes
durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de
uma extensa e densa rede de rios, com exceção do semiárido, onde os rios são
pobres e temporários.
Essa água é
distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A
Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da
água superficial. No Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração
populacional do país tem disponível 6% do total da água.
São Paulo, cidade
nascida na confluência de vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para
consumo as fontes próximas e tem de captar água de bacias distantes, alterando
cursos de rios e a distribuição natural da água na região.
Na última década,
a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou
a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%), e o desperdício
assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos.
A água disponível
no território brasileiro é suficiente para as necessidades do país, apesar da
degradação.
O consumo de água
médio por habitante no Brasil atinge 200 litros por dia. Por exemplo, 90% das
atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir
a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o
preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa
passar por tratamento. Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser
usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem de áreas públicas e
nas descargas sanitárias de condomínios.
É melhor
participar e estimular a preservação do que aprender por meios mais drásticos.
Como escreveu a poeta americana Emily Dickinson (1830-1896), “a água se ensina
pela sede”. (yahoo)
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