PROCON
Estadual informou que notificaria os supermercados por entender que a cobrança
seria abusiva.
A 10.ª Vara Cível de São
Paulo negou um pedido de liminar feito pela Associação SOS Consumidor que
pleiteava a suspensão da cobrança pelas novas sacolas plásticas no comércio
paulistano. O assunto havia sido alvo de debate nesta semana, quando o PROCON
Estadual informou que notificaria os supermercados por entender que a cobrança
seria abusiva.
Está proibido distribuir as
tradicionais sacolinhas de plástico brancas nos supermercados, elas devem ser
substituídas pelas ecológicas.
A Associação ingressou com o pedido em 15/04/15. Para o juiz
Rafael Bragagnolo Takejima, a prática não se mostra abusiva, como argumentavam
os órgãos de defesa do consumidor, e pode continuar ocorrendo. Para ele, o
valor cobrado é "simbólico, não caracterizando, a princípio, vantagem
manifestamente excessiva".
Para o magistrado, a não cobrança das antigas sacolas no
comércio era uma "singela praxe comercial, estando longe de constituir um
direito consumerista constituído pelo costume". "Não obstante possa
se sustentar prejuízo ao consumidor com tal cobrança, impõe-se consignar que a
ele, consumidor, sempre será possível o uso das próprias sacolas e demais
objetos de transporte, independentemente do pagamento de qualquer valor",
expôs o juiz.
O mérito da questão deve voltar a ser debatido durante o
transcorrer do processo judicial, com oferecimento da defesa por parte das
empresas e organizações citadas. Redes de supermercados como Walmart e
Carrefour, assim como a Apas (Associação Paulista de Supermercados), figuram
como partes na ação.
A Apas já havia se pronunciado nesta semana para defender a
cobrança. A decisão tinha por base a inexistência de cobrança em duplicidade,
uma vez que os preços das novas sacolas já não fariam mais parte da composição
dos preços, segundo a entidade. A Apas argumentou que a nova lei levou a uma
redução de 60% no total de sacolas distribuídas.
O PROCON discorda. O órgão de defesa do consumidor se reuniu
com representantes da Apas e informou sobre a intenção de notificá-los pela
cobrança que, segundo o órgão, chegaria a até R$ 0,80 por unidade. A entidade
cogitou outras sanções, como multas, caso houvesse persistência da cobrança.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também havia
declarado apoio ao PROCON e disse que os argumentos apresentados pelo órgão eram
"bastante legítimos". (r7)
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