Oferta de água por habitante
cai 1,5% ao ano na região de PCJ
A disponibilidade de água por habitante caiu em média 1,5% ao
ano nos últimos 18 anos, nas regiões de Campinas, Piracicaba e Bragança
Paulista, no interior de São Paulo, segundo estudo do Consórcio das Bacias do
Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A oferta, que era de 408 metros cúbicos
por segundo por habitante ao ano em 1996, foi reduzida para 298,8 m³/s em 2014.
Essa quantidade de água por habitante é comparável à de regiões desérticas como
as do Oriente Médio, segundo o PCJ.
A redução coloca em situação de déficit hídrico, conforme
parâmetro da Organização Mundial de Saúde (OMS), 72 cidades do interior
paulista, parte delas na Região Metropolitana de Campinas, e quatro cidades de
Minas Gerais.
O estudo divulgado em 23/04/15, consistiu na atualização de
dados levantados em 1996 pelo pesquisador Armando Gallo, especialista em águas
da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas.
Na bacia do Alto Tietê, onde está a Grande São Paulo, a
disponibilidade de água por habitante é ainda mais crítica, de 49,6 m³/s por
habitante ao ano.
De acordo com o estudo, em parte há menos água por habitante
porque a população aumentou de 3,8 milhões para 5,8 milhões nas 72 cidades da
área do PCJ e a produção de fontes de abastecimento não cresceu na mesma
medida.
Porém, o consumo de água pela indústria caiu 16,7% no mesmo
período e, na irrigação, a queda foi de 66%. Já o uso de água para
abastecimento público aumentou 47%, subindo de 8,4% para 12,4% nessa região.
De acordo com a gerente técnica do PCJ, Andréa Borges, a
redução das demandas do setor industrial e agrícola evitou que a situação
hídrica fosse ainda pior. "A cobrança pelo uso da água consolidou uma nova
cultura em relação a esse bem", disse.
Para o secretário executivo do PCJ, Francisco Lahóz, o estudo
torna evidente a necessidade de construir os reservatórios nas cidades de
Pedreira e Amparo para aumentar as vazões dos Rios Camanducaia e Jaguari em 7
m³/s, como planeja o governo estadual.
Lahóz defende ainda a construção do reservatório do Piraí, em
Salto, que atenderá a ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos. Em 24/04/15 apesar das chuvas, as vazões dos Rios Atibaia e Jaguari, que
abastecem a região, estavam pouco acima do nível de alerta. O Atibaia, que
entra em alerta com vazão de 5 m³/s, tinha 7,66 m³/s, enquanto o Camanducaia,
que é crítico a partir de 2 m³/s, estava com 3 m³/s. (yahoo)
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