Lei obriga prédio a
reaproveitar água drenada de subsolo
Lei obriga obra pública a
utilizar água de reuso em São Paulo.
Proposta também
define que a água drenada dos subterrâneos de prédios deverá ser
reutilizada.
Hoje é comum na capital
paulista edifícios que jorram até 50 mil litros de água por dia para evitar a
inundação de suas garagens.
O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou hoje o projeto de
lei que obriga o governo municipal a utilizar água de reuso em obras públicas.
Na proposta, aprovada pelos vereadores paulistanos em fevereiro, também ficou
definido que a água drenada dos subterrâneos de prédios deverá ser reutilizada
– hoje é comum na capital paulista edifícios que jorram até 50 mil litros de
água por dia para evitar a inundação de suas garagens.
A nova lei tem agora 120 dias para ser regulamentada. No
texto também fica determinado que a Prefeitura passe a utilizar água de reuso
ou das chuvas na irrigação de jardins e na lavagem de calçadas e de
monumentos. Mas não foi definido como as empresas contratadas pelo governo vão
adotar a mudança.
Para os postos de combustível e lava-rápidos, o prazo para
que passem a utilizar somente água de reuso será de 3 anos. Na semana passada,
Haddad também havia sancionado projeto do Legislativo que cria multa de R$
250 para quem for flagrado pela segunda vez lavando a calçada com água da rede
da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo).
Edifício joga fora, na Rua
Augusta, água drenada de subsolo: nova lei obriga o reaproveitamento do volume
desperdiçado.
Desperdício
A terceira lei municipal criada neste ano para combater o
desperdício de água na capital paulista quer evitar um problema que vem
causando indignação entre os paulistanos. Muitos edifícios recém-construídos
sobre cursos d’água canalizados construíram garagens de até cinco andares em
seus subsolos.
Para evitar que a água cause umidade nas garagens
subterrâneas, esses edifícios instalam sistemas de bombeamento pra drenar o
lençol freático que está abaixo da edificação. A água retirada é jogada
diretamente na rua e entra nos bueiros – ou seja, essa água retirada vai
desaguar em córregos poluídos e terá de passar por novo tratamento de esgoto
antes de voltar a compor o sistema hidrológico do Município.
Em março o Estado mostrou que o edifício Capital Augusta, por
exemplo, localizado na Rua Augusta, joga na calçada cerca de 50 mil litros de
água por dia para evitar o alagamento de sua garagem com 300 vagas. Alguns
comerciantes e donos de bares da região passaram a usar a água desperdiçada
pelo prédio para lavarem seus estabelecimentos.
Para o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee),
porém, não existe problema nesse bombeamento de águas subterrâneas. O órgão diz
que, ao final, não existe desperdício porque a água volta a compor os lençóis
freáticos da capital.
Verba
para ação no interior
A
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de são Paulo está oferecendo apoio
financeiro não reembolsável para projetos de captação de água da chuva e reuso
em municípios de até 50 mil habitantes. As inscrições foram abertas
inicialmente até o dia 26/04.
Nesta
primeira fase, o programa é exclusivo para cidades das bacias hidrográficas do
Alto Tietê., Paraíba do Sul e Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacias PCJ),
abastecidas pelo Sistema Cantareira, principal manancial do Estado. Já estão
disponíveis R$ 8,7 milhões para os projetos.
A
ideia, sobretudo na região do PCJ, é reduzir a dependência do Sistema
Cantareira. Com as chuvas desta semana, o sistema chegou a 81 dias sem perder
água. O manancial, sem considerar o volume morto atualmente em uso, está em
-9,2%. (OESP)
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