Até
12/04 pluviometria no reservatório ficou perto da metade do que foi registrado
em 2014, quando o manancial já estava em crise.
O volume de chuva sobre o Sistema Cantareira, nos 12
primeiros dias de abril, é praticamente a metade (52,8%) da pluviometria
registrada no mesmo período de 2014, quando São Paulo já vivia a crise hídrica.
Após dois meses seguidos de chuva acima da média, o manancial começa a
enfrentar os efeitos da nova temporada de estiagem.
Até 12/04 o índice pluviométrico de abril era de
11,2 milímetros de chuva - ante 21,2 milímetros no ano passado, segundo dados
da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A média
histórica para o mês é de 89,8 milímetros, o que significa que choveu até agora
só 12,5% do previsto.
Mesmo sem chuva, o nível do Cantareira se manteve estável
neste domingo, com 19,9% de sua capacidade, o que inclui duas cotas do volume
morto no cálculo. Já são 70 dias em que o índice de água do reservatório não
recua. Há um ano, o nível era de 12%, mas sem reservas técnicas.
Sistema Cantareira
O principal reservatório de abastecimento da Grande
São Paulo sofre com a maior seca da história na região.
A recuperação da entrada de água no Cantareira em
fevereiro e março fez o governo Geraldo Alckmin (PSDB) adiar a decisão sobre o
rodízio oficial. A expectativa é atravessar todo o período seco, entre abril e
setembro, sem adotar a medida.
Apesar disso, cálculos do governo já apontavam para
um abril mais pessimista. O Estado mostrou no mês passado que um ofício enviado
pela gestão paulista à Agência Nacional de Águas (ANA) previa que o volume
morto não seria recuperado totalmente até o fim de abril.
Segundo o documento, o principal manancial paulista
deve terminar o mês com nível 6% abaixo de zero, ou seja, ainda na reserva
profunda. Considerando as últimas médias de entrada e saída de água no sistema,
o volume morto não será recuperado antes de julho.
Alternativa
Já a Represa do Guarapiranga, que desde março tomou
o lugar do Cantareira como maior produtor de água de São Paulo, teve queda
neste domingo. O índice do sistema, localizado na zona sul de São Paulo, era de
83,8% de sua capacidade. A perda foi de 0,2% em relação ao dia anterior. Na
mesma data, em 2014, o nível era menor, de 77%.
Paraíso ecológico
A
fonte que ajudará a Região Metropolitana de São Paulo a reduzir a dependência
do Cantareira fica em um paraíso ecológico. A Cachoeira do França, no Rio
Juquiá, onde a Sabesp captará 4,7 mil litros de água por segundo a partir de
2017, está cercada por Mata Atlântica.
A
represa integra conjunto de oito reservatórios feitos para fornecer energia a
uma indústria da região de Sorocaba. A abundância e a qualidade da água
convenceram o governo da viabilidade de buscar água no Vale do Ribeira. Para
chegar à Grande São Paulo, a água tem de vencer desnível de 360 metros e
distância de quase 100 quilômetros.
O
projeto é desenvolvido pelo Sistema Produtor São Lourenço. As adutoras se
estenderão por 83 quilômetros, subindo a Serra do Mar para chegar e abastecer
Vargem Grande Paulista. A água será distribuída ainda para Barueri,
Carapicuíba, Cotia, Itapevi e Santana do Parnaíba, podendo atender a zona oeste
da capital.
São
previstas novas captações na Bacia do Rio Juquiá, que tem volume estocado
equivalente a dois Cantareiras. A diferença é que as represas do Cantareira
perderam quase toda a mata ciliar. Já as águas do Vale do Ribeira continuam
protegidas pela floresta. (OESP)
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