‘Reduzir demanda por água é a
prioridade número 1’
Reduzir demanda por água é a
prioridade número, diz autoridade da Califórnia.
Especialista em situações de
estiagem, americana diz que é preciso controlar consumo e buscar fontes
alternativas.
Diante de uma seca extrema
provocada por falta de chuva e de neve há quatro anos seguidos, a diretora de
Recursos Hídricos da Comissão de Utilidades Públicas da cidade de São
Francisco, na Califórnia, Paula Kehoe, chegou em 22/04/15 ao Brasil para dividir as
experiências de enfrentamento da crise em uma região onde vivem cerca de 2,5
milhões de pessoas, com autoridades brasileiras.
Em entrevista ao jornal "O
Estado de S. Paulo", ela diz que a prioridade número um é reduzir a
demanda por água.
"Secas são muito desafiadoras
e difíceis de serem geridas", diz Paula quando questionada como a
Califórnia está lidando com uma seca que já dura 4 anos.
"O governador Jerry Brown, em
janeiro de 2014, convocou todos os californianos a reduzir o consumo
voluntariamente em 10%, principalmente na irrigação. Em 2015, a seca se agravou
e a determinação é para reduzir o consumo de água urbana em 25%, pela primeira
vez na história", avalia.
Minuto a minuto
Avaliando
se as políticas têm sido suficientes na Califórnia, a diretora cita São
Francisco como modelo. "Em São Francisco, por exemplo, temos feito um
trabalho com os clientes para que reduzam a quantidade de água que consomem em
casa e em seus negócios. O consumo de água per capita é baixo se comparado com
outras regiões do Estado, próximo de 45 galões (170 litros) por pessoa por dia.
Assim, em São Francisco tivemos de reduzir em 8% o consumo de água, enquanto
outras regiões foram obrigadas a reduzir o consumo em até 36%", afirma a
diretora.
Estado
de emergência
Em janeiro de 2014, o governador
da Califórnia, Jerry Brown, decretou estado de emergência por causa da seca.
Para Paula, quando o governador sinalizou a emergência, "mandou uma
mensagem para todos os californianos", de que deveriam “refletir sobre o uso da
água em casa e nos negócios, pois “era um assunto sério”.
Racionamento
"Nós não falamos sobre
racionamento", afirma a californiana. "Falamos sobre reduzir o
consumo e não desligar a água ou não ter água dia sim, dia não. Antes, a
redução era voluntária. Agora, há cobrança de multa para quem tem consumo
excessivo de água", completa.
"Em São Francisco nós tivemos
uma longa seca entre 1987 e 1992, foram seis anos muito difíceis e nosso
sistema de abastecimento foi muito afetado. Ali nós começamos um amplo programa
de conservação de água, que inclui incentivos para troca de equipamentos
sanitários mais econômicos, entre outras medidas, para ajudar os clientes a
reduzirem o consumo de água", diz Paula Kehoe sobre as medidas adotadas no
combate à escassez de água.
Para a diretora de Recursos
Hídricos de São Francisco, reduzir a demanda é a "primeira
prioridade". Para ela, a cidade californiana está "comprometida com
investimentos em infraestrutura".
"Em 2002, conseguimos
aprovação do Congresso para um plano de US$ 3,8 bilhões, e hoje já executamos
80% do que estava previsto. Agora estamos diversificando nossas fontes, instalando
poços no lado oeste da cidade, para misturar água subterrânea com água
superficial, produzindo água reciclada para usos não nobres e autorizando
prédios particulares, como hotéis, a instalar sistemas próprios de reuso de
água", completa Paula. (uol)
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