Área com desmate cresce 60% na
Amazônia
De fevereiro a abril, o Sistema
de Detecção do Desmatamento verificou que 362 km2 de florestas foram
destruídas.
Comprometida
Matas degradadas somaram 180 km2.
A
Amazônia Legal teve 362 km² de florestas totalmente desmatadas entre fevereiro
e abril de 2015, de acordo com dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em
Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área
equivale a quase 230 vezes à do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
No
mesmo período, foram detectados 180 km² de florestas degradadas, que são áreas
nas quais a floresta não foi totalmente suprimida, mas foi comprometida pelo
fogo ou pela exploração excessiva. O total de áreas com alterações florestais
no trimestre chegou a 542 km² - um aumento de 60% em relação aos 338 km² de
alterações florestais detectadas no mesmo período em 2014.
Em
fevereiro de 2015, as alterações foram observadas em 59 km². Em março, o número
foi de 154 km² e em abril, 329 km². Segundo os dados do Deter, os Estados que
mais desmataram entre fevereiro e abril de 2015 foi Mato Grosso, com 223,3 km²,
Pará, com 111 km², Roraima, com 95,1 km², Amazonas, com 43,6 km² e Rondônia,
com 31,5 km².
Nesse
período, o monitoramento não oficial do Sistema de Alerta de Desmatamento
(SAD), operado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
detectou alterações em uma área cerca de 30% menor do que a indicada pelo INPE.
O SAD apontou alterações florestais de 91 km² em fevereiro, 73 km² em março e
212 km² em abril de 2015. O corte raso e a degradação teriam somado, portanto,
376 km². O SAD utiliza imagens do mesmo sensor e do mesmo satélite empregados
pelo Deter, mas faz os cálculos usando metodologias diferentes.
No
boletim, o INPE destaca que os dados do Deter devem ser analisados em conjunto
com a informação sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por
satélites. Em fevereiro, de acordo com o boletim, a cobertura de nuvens impediu
a observação de 60% da floresta. Em março, 71% da floresta estavam coberta por
nuvens e, em abril, 67% da Amazônia tinham a superfície encoberta.
Considerando
a resolução dos satélites e a variabilidade da cobertura de nuvens de um mês
para o outro, o INPE ressalta no boletim que não recomenda a comparação entre
dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema Deter.
Os
dados oficiais de desmatamento são fornecidos anualmente pelo sistema Prodes,
também operado pelo INPE, que utiliza imagens de alta resolução. O Deter, por
outro lado, usa imagens de resolução moderada. Sua prioridade é a velocidade -
e não a precisão -, já que o sistema é concebido para dar suporte à
fiscalização de desmatamento e ações contra desmatadores ilegais, de acordo com
as necessidades do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA). (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário