Brasil fecha acordo para zerar emissão de gases estufa até 2100
O Brasil aderiu ao pacto anunciado em junho pelo G-7, o grupo
das sete maiores economias do mundo, de não emitir mais gases do efeito estufa
do que é capaz de reabsorver, a chamada descarbonização da economia. O anúncio
foi feito ontem, durante a visita da chanceler alemã, Angela Merkel, que tem
liderado a iniciativa dos países desenvolvidos - o Brasil foi o primeiro
emergente a se engajar na iniciativa.
"É muito importante que cada país faça o que é possível
para limitar o aquecimento global em 2°C”. O Brasil deu um enorme passo ao
anunciar a descarbonização da sua economia até o fim do século. O compromisso
do Brasil deve encorajar outros países a serem mais audazes", discursou
Merkel. Em sua fala, a presidente Dilma Rousseff lembrou que já havia se
comprometido, em junho, a zerar o desmatamento ilegal até 2030 e reflorestar
120 mil quilômetros quadrados da Floresta Amazônica. As metas mais ambiciosas
do País pretendem pressionar não os emergentes, mas os países desenvolvidos
para a Conferência das Partes (COP) de Paris, em dezembro, onde chefes de
Estado tentarão um acordo para reduzir as emissões e controlar o aquecimento
global.
"Brasil e Alemanha apoiam fortemente a adoção, em Paris,
de um acordo ambicioso, duradouro, abrangente e juridicamente vinculante, que
reflita o princípio das responsabilidades comuns, porém, diferenciadas, e
respectivas capacidades, à luz de diferentes circunstâncias nacionais",
diz a declaração Conjunta Brasil-Alemanha sobre Mudança do Clima divulgada
ontem. "É um desafio muito maior para o Brasil, que já tem uma matriz
energética e elétrica com base fortemente em energias renováveis. Para nós, o
esforço é muito maior", explica o diretor de Departamento de Mudanças
Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Adriano Santhiago de Oliveira.
Amazônia
Durante a visita, a chanceler anunciou uma linha de € 582
milhões em financiamento e crédito para ações ambientais no Brasil - desses
recursos, € 415 milhões são apenas para ações de energia e eficiência
energética. Outros 100 milhões de euros foram prometidos para o Fundo Amazônia
até 2020 (para promover políticas de combate ao desmatamento, de proteção da
floresta e de economia florestal sustentável). (yahoo)
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