COP21 – Metas enviadas à ONU
sobre aquecimento não limitam aumento de temperatura a 2ºC
O
Climate Action Tracker, organização composta por instituições científicas que
monitoram o aquecimento global, divulgou em 01/10/15 uma análise de 19
Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDC), que são documentos
com as metas de cada país para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
As
propostas foram enviadas à ONU pelos países-membros e serão o ponto de partida
das negociações da Convenção do Clima de Paris, entre 30 de novembro e 11 de
dezembro.
O
estudo concluiu que, por enquanto, o esforço desses países ainda não é
suficiente para limitar o aumento da temperatura a 2°C até o fim do século em
relação ao período pré-industrial.
O
limite foi estabelecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas, que reúne cientistas do mundo inteiro. O objetivo da COP21 é firmar
um compromisso global nesse sentido para ser implementado a partir de 2020.
Os
países avaliados, entre eles o Brasil, respondem por 71% das emissões globais.
De acordo com a Climate Action Tracker, a soma das propostas analisadas levaria
a um aumento de temperatura de 2,7°C até o fim do século. O resultado é menor
que a última estimativa da organização, que previa um aumento de 3°C.
Entre
as INDCs avaliadas pela organização, somente a Etiópia e o Marrocos foram
classificadas como “suficientes”, por apresentarem propostas sintonizadas com
um objetivo mais ousado que o proposto pela COP, de limitar o aumento de
temperatura a 1,5°C. Entretanto, os dois países respondem, juntos, por apenas
0.3% das emissões globais.
Conforme
o estudo, as contribuições do Brasil, China, Estados Unidos, Indonésia, México,
Noruega, Suíça e União Europeia, são consistentes com os 2°C e foram
classificadas como medianas. Esses países respondem por 56% das emissões de
gases do efeito estufa.
As
propostas de oito países foram consideradas “inadequadas”. O estudo avalia que
as contribuições da África do Sul, Austrália, Canadá, Coréia do Sul, Japão,
Nova Zelândia, Rússia e Cingapura não foram relevantes para que se limite o
aumento da temperatura global. Esses países representam 14% das emissões totais
de gases que causam o efeito estufa. (ecodebate)
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