segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O risco da perfuração de poços artesianos

A escassez de chuvas acabou por despertar a busca por fontes alternativas de água. Em meio a algumas iniciativas louváveis, surgem outras que causam preocupação. É o caso da grande maioria dos poços artesianos que são perfurados atualmente.
Mesmo com a fiscalização do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a maioria absoluta dos poços perfurados é clandestina e opera de forma inadequada, o que pode contaminar aquíferos, particularmente quando são desativados. Em Ribeirão Preto, conforme o Plano de Saneamento Básico do município há 82 poços nessas condições que afetam o Aquífero Guarani, reservatório subterrâneo com capacidade de 37 milhões km3 de água que ocupa áreas de Uruguai, Argentina, Paraguai e, principalmente, Brasil.
Poços clandestinos também expõe a população a graves problemas de saúde. Sem prévia análise técnica, corre-se o risco de se utilizar água proveniente de aquíferos de solos contaminados. Esse tipo de comprometimento é o principal limitador de empreendimentos imobiliários no Estado de São Paulo. A descontaminação é trabalhosa, demorada e inviável economicamente.
A exploração excessiva compromete os níveis dos aquíferos. No caso Aquífero Guarani, o Programa Estratégico elaborado por pesquisadores dos quatro países em 2009, aponta a perda de capacidade como resultado da extração em níveis superiores à recarga e propõe a restrição à perfuração de poços.
Ainda assim, a alternativa se populariza entre condomínios. Boa parte da capital paulista situa-se sobre o Aquífero São Paulo, que ocupa cerca de 1.000 km² que abrangem ainda Guarulhos, São Bernardo do Campo, Mogi das Cruzes e outras cidades. Sua vazão recomendada é de 2,8 litros por segundo, podendo chegar a 11 litros por segundo. No caso de um condomínio que possua 100 apartamentos, cada um habitado por cinco pessoas, o consumo giraria por volta de 100 mil litros diários.
A água de reuso pode atender a fins menos exigentes quanto à qualidade e, dessa forma, reduzir o consumo da água tratada, que deve ter como destino usos mais nobres. Um projeto nesse sentido deve priorizar o tratamento de água que já foi usada. É comum também comum se considerar como reuso o aproveitamento de águas de chuva que são acumuladas em cisternas. Um projeto de reuso de água deve considerar, primeiramente, a qualidade da água a ser reusada e a qualidade exigida pelo futuro aproveitamento. Esta questão deverá definir a metodologia (processos de tratamento) a ser aplicada no tratamento e o seu custo. (ecodebate)

3 comentários:

paulafaria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
paulafaria disse...

Aprendi tudo da perfuração poços artesianos nesse artigo, obrigado por compartilhar.

Lorena disse...

ÓTIMO artigo, contem conosco para Regularização de poços artesianos SP, não contamine a sua água, garanta a saúde de sua família :))

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