La
Niña aumenta especulações sobre clima para nova safra em EUA
EUA:
Incerteza sobre intensidade e presença do La Niña aumenta especulações sobre
clima para nova safra.
Enquanto no Brasil as condições climáticas exigem
atenção dos produtores para a conclusão da safra 2015/16, nos Estados
Unidos as especulações sobre as previsões ganham cada vez mais o foco dos
produtores locais e já briga por espaço entre os negócios do mercado
internacional.
A maior questão que vem sendo feita sobre a
temporada norte-americana 2016/17 é se ela será ou não afetada pelo La Niña --
que poderia vir seguido de um dos maiores El Niños de todos os tempos. A
formação do fenômeno ainda não foi completamente confirmada, porém os
meteorologistas já começam a sinalizar sua chegada.
Fato é que, caso o La Niña se desenvolva e se
consolide logo após o atual El Niño, ele tem tempo de impactar a safra dos
Estados Unidos de 2016. Caso isso não aconteça e ele chegando mais tarde,
os efeitos deverão ser sentidos com maior intensidade apenas em 2017, segundo
explicam especialistas norte-americanos.
A ilustração acima, do NOAA, mostra os impactos do
La Niña pelo mundo.
No entanto, as atuais previsões do NOAA
(Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA) já indicam, como relata
Ken Scheeringa, um climatologista associado do estado americano de Indiana, que
este verão deverá ter condições de tempo mais quente e seco do que o
normal.
Entretanto, o U.S. Drought Monitor, um serviço do
departamento norte-americano de meteorologia, mostra que o Meio-Oeste vem
registrando seu maior período, desde 2005, livre da seca. A exceção fica apenas
por conta de alguns poucos condados ao norte de Minnesota que têm se mostrado
mais secos do que o natural para esta época.
Mapa do U.S. Drought Monitor mostra o Corn Belt livre da seca (área em branco no centro do mapa).
Mapa do U.S. Drought Monitor mostra o Corn Belt livre da seca (área em branco no centro do mapa).
Segundo o meteorologista do USDA (Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos), Brad Rippey, a última vez que o Meio-Oeste
americano viu um período de oito semanas com um clima quase nada seco foi em
2005. Há uma intensificação destas condições de estiagem, portanto, apenas em
pontos localizados, ainda de acordo com o último reporte do U.S. Monitor.
Mapa mostra o Corn Belt, maior parte nas áreas em branco, com níveis favoráveis de umidade.
Mapa mostra o Corn Belt, maior parte nas áreas em branco, com níveis favoráveis de umidade.
Para os próximos 90 dias, como explicou o
meteorologista Mike Hoffman, do portal norte-americano AgWeb, as preciptações
deverão ficar acima da média no Sul, Sudoeste e nas Grandes Planícies, enquanto
o Ohio Valley e a região dos Grandes Lagos deve ter chuvas abaixo da média até
maio.
Chuvas acumuladas nos EUA até 01/03/16 foram de 127 a 254 mm no Meio Oeste.
Chuvas acumuladas nos EUA até 01/03/16 foram de 127 a 254 mm no Meio Oeste.
Reflexos nos preços
Os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago
há meses caminham de lado diante da ausência de especuladores no mercado e da
falta de novidades entre os fundamentos.
E para o diretor de inteligência de mercado da
Cerealpar Corretora e consultor do Kordin Grain Terminal de Malta, na Europa,
essa situação pode mudar caso as condições de clima no Meio-Oeste americano se
confirmem desfavoráveis para este novo ano safra.
"Na atual conjuntura do mercado, só mudanças
no clima dos Estados Unidos que trouxessem um problema sério poderiam mudar o
andamento do mercado", diz. "Porém, ainda é cedo para sabermos qual
será o impacto do clima na nova safra americana, e isso só será possível a
partir do período que vai de maio e julho. Aí sim pode haver mais
especulação", completa. (noticiasagricolas)
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