A expressão sustentabilidade foi
utilizada pela ex primeira-ministra da Noruega, em um dos primeiros encontros
internacionais de meio ambiente, patrocinados pela Organização das Nações
Unidas (ONU), em um documento denominado “Nosso Futuro Comum”. Trouxe a
concepção de que é preciso utilizar os recursos naturais, mas sem comprometer a
vida das gerações futuras.
No entanto, os crescentes impactos
sobre o meio natural, elevou bastante a preocupação com a natureza, e a
sobrevivência do planeta virou objetivo de várias estruturas sociais. Devido a
essa preocupação todos os cuidados com ações ambientais e posteriormente de
sustentabilidade ganharam expressão buscando meios de adotar atitudes no
cotidiano que sejam menos agressivas ao planeta.
Atualmente, a definição da expressão
sustentabilidade ganhou uma proporção bem mais ampla, e o termo é empregado em
diversas ocasiões, ganhando semântica genérica muito própria, com o intuito de
representar uma dimensão mais ambientalmente correta possível.
A sustentabilidade social conceitua a
necessidade de uma vida mais equilibrada, que envolva de forma harmônica todas
os estamentos sociais existentes, proporcionando acesso à cultura, à educação,
e à saúde de todos os cidadãos. A geração de renda, que possibilita a todos os
estamentos sociais a possibilidade de vida digna e com igualdade social é outra
premissa.
O equilibro entre os envolvidos, a
sustentabilidade social determina que se crie toda uma corrente, que acabará
por influenciar as futuras gerações. A participação e a organização popular e
de todos os segmentos envolvidos, são imprescindíveis para a construção do
arranjo harmônico que se denomina sustentabilidade social.
A sustentabilidade empresarial prevê
um maior equilíbrio das atitudes das empresas e organizações com os elementos
dos meios físico, biológico e socioeconômico que constituem o meio ambiente.
Acossados por crises crise financeiras conjunturais, certos setores
empresariais implantaram esse conceito em suas organizações também visando uma
melhora financeira e ampliação da melhoria de imagem institucional. Após a
influência das proposições de Ignacy Sachs, as organizações que adotam a
sustentabilidade devem realizar práticas que sejam integradas considerando as
dimensões ambiental, sociais e econômicas.
Na dimensão da sustentabilidade
cultural, se objetiva a preservação do respeito aos valores e tradições de cada
comunidade referida e considerada. Já na sustentabilidade espacial, se busca o
equilíbrio entre o rural e o urbano e as migrações registradas, buscando a
adoção de práticas mais ecologicamente corretas no meio agrícola e a
desconcentração das metrópoles, entre outras providências relevantes.
Todas as questões ambientais ganharam a condição
de muito relevantes. As crises hídricas registradas, tem despertado
conscientização forçada e verdadeiro pânico entre as populações. O planeta tem
gerado sinais claros de que não suporta mais o ritmo de consumo dos recursos
naturais e o que era antes uma simples brincadeira denominada pegada ecológica,
é hoje um sério desafio.
A poluição da terra; da água e do ar;
chegaram a níveis tão elevados que em certas regiões comprometem a sanidade de
populações e elementos do meio biológico em geral, provocando sequelas e outras
deformidades, e problemas de saúde para os habitantes locais.
Existe cada vez mais a conscientização
de que tudo no planeta terra é interligado e as sucessões de ocorrências
catastróficas ligadas ao clima e ao meio ambiente, apenas comprovam esta realidade.
Isso fomenta muito a criar uma consciência planetária de que algo deve mudar.
Não se afirma que ocorra ou não o fenômeno do aquecimento global, mas que
ocorre elevação drástica dos teores de dióxido de carbono na atmosfera e que
parece haver influência antrópica nesta realidade, não há a menor dúvida.
Pensar em modificações relevantes de
paradigmas sempre leva a refletir sobre mudanças na autopoiese de equilíbrio
sistêmico, que substitua o consumismo desenfreado como estimulante do círculo
de virtuosidade social, pela busca de equilíbrio ecossistêmico e homeostase
planetária.
Isso é muito positivo, pois cria nas
organizações a necessidade de adaptarem seus procedimentos ou de mudarem sua
forma de agir de forma drástica e rápida; sob pena de verem suas vendas e seus
lucros despencarem e não alimentarem mais círculos de virtuosidade de operação
social.
Esse novo comportamento acabou
recebendo o nome de sustentabilidade empresarial. Desta forma, as empresas
acabaram definindo um conjunto de práticas que procuram demonstrar o seu
respeito e a sua preocupação com as condições do ambiente e da sociedade em que
estão inseridas ou aonde atuam. Mas que ainda assim atreladas com a concepção
de crescimento permanente, que aumenta infinitamente lucros, gera maior arrecadação
de tributos e maior capacidade de intervenção estatal para atendimento das
demandas sociais, e movimenta a geração de empregos e colocações necessárias
para a sobrevivência do conjunto social.
Infelizmente, deve se reconhecer, que
a sustentabilidade empresarial ainda não é um tema central em muitas
organizações e empreendimentos. Muitas corporações associam a ideia da
sustentabilidade empresarial a um aumento nos custos de operação, não tendo
descoberto ainda que ocorre exatamente o contrário. No entanto, essa visão vai
sendo revertida pela conscientização cada vez maior dos consumidores, que
procuram transformar seu gesto de consumo, com aquilo que percebem como atitude
de engajamento, interferindo naquilo que consideram como sócio ambientalmente mais
relevante, que deve ser prestigiado e fortalecido.
Mas, para que a sustentabilidade empresarial
seja uma realidade em todo mundo, os consumidores devem, cada vez mais, se
tornarem agentes da transformação e promovendo uma grande e generalizada
mudança de atitude, determinando coletivamente a relevância determinada por
suas atitudes engajadas, coletivamente. Devem fazer as organizações entenderem
que chegou o fim da era da lucratividade desconectada e que, agora, pensar com
responsabilidade e cuidar do mundo que nos cerca é essencial para a própria
sobrevivência da civilização humana. (ecodebate)
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