As mudanças
climáticas deverão aumentar as mortes prematuras por poluição do ar.
Um novo estudo da Universidade da
Carolina do Norte, em Chapel Hill, estima que a mudança climática futura, se
não for atendida, deverá causar cerca de 60.000 mortes no mundo em 2030 e
260.000 mortes em 2100 devido ao efeito das alterações climáticas sobre a
poluição atmosférica global.
O estudo, que aparece na edição de 31
de julho da Nature Climate Change, acrescenta a evidências crescentes de que os
efeitos globais sobre a saúde de um clima em mudança provavelmente serão
esmagadoramente negativos. É também o estudo mais abrangente sobre como as
mudanças climáticas afetarão a saúde através da poluição do ar, uma vez que
utiliza os resultados de vários dos principais grupos de modelagem de mudanças
climáticas do mundo.
“À medida que a mudança climática
afeta as concentrações de poluentes do ar, isso pode ter um impacto
significativo na saúde em todo o mundo, aumentando os milhões de pessoas que
morrem pela poluição do ar a cada ano”, disse Jason West, que liderou a
pesquisa na UNC-Chapel Hill com ex-graduado Aluna e primeira autora Raquel
Silva.
As temperaturas mais quentes aceleram
as reações químicas que criam poluentes do ar, como o ozônio e partículas
finas, que afetam a saúde pública. Locais que ficam mais secos também
podem ter pior poluição do ar por causa da menor remoção pela chuva, do aumento
dos incêndios e do pó soprado pelo vento.
West e Silva usaram um conjunto de modelos
climáticos globais, para determinar o número de óbitos prematuros que
ocorreriam devido a ozônio e partículas em 2030 e 2100. Para cada modelo, a
equipe avaliou as mudanças projetadas na poluição do ar ao nível do solo que
poderiam ser atribuídas a futuras mudanças climáticas. Eles então
superaram essas mudanças espacialmente na população global, representando o
crescimento da população e as mudanças esperadas na suscetibilidade à poluição
do ar.
Em conjunto, West e Silva descobriram
que as mudanças climáticas deverão aumentar as mortes relacionadas com a
poluição do ar globalmente e em todas as regiões do mundo, com exceção da
África. Especificamente, cinco em oito modelos previram que haverá mais
mortes prematuras em 2030 e sete dos nove modelos em 2100.
“Nossa descoberta de que a maioria dos
modelos mostra um aumento provável nas mortes é o sinal mais claro ainda que a
mudança climática prejudicará a qualidade do ar e a saúde”, disse West,
professor associado de ciências ambientais e engenharia da UNC Gillings School
of Global Public Health. “Nós também colaboramos com alguns dos principais
grupos mundiais de modelagem climática nos Estados Unidos, Reino Unido, França,
Japão e Nova Zelândia, tornando este estudo o mais completo ainda sobre a
questão”.
Além de exacerbar as mortes
relacionadas com a poluição do ar, as mudanças climáticas deverão afetar a
saúde através de mudanças no estresse por calor, acesso a água potável e
alimentos, tempestades severas e propagação de doenças infecciosas. (ecodebate)
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