Detalhes sobre o clima europeu e
a atual onda de calor.
A
maior parte da Europa está sofrendo um período de seca. O fato até seria
relativamente comum, não fossem as altas temperaturas que a maior parte dos
países europeus estão sofrendo durante esse verão do hemisfério norte.
Irlandeses e ingleses, que sempre reclamam de seu verão úmido e fresco, não
sabem como se virar quando estão com temperaturas quase sempre acima de 30
graus faz várias semanas. Na Escandinávia, o mesmo cenário; grande parte dos
nórdicos ‘branquelas’ não recorda tanto sol e calor em suas vidas.
Incêndios
na Suécia?
Pior
que isso, são os incêndios florestais. As matas da Suécia, sempre verdes e bem
fortes, estão sofrendo fogos em uma escala nunca vista. Nas últimas duas
semanas, o país da IKEA e da Volvo, famoso por seus cidadãos praticarem uma
cultura de rigor e de planejamento público e privado, pediram ajuda a seus
vizinhos europeus para acabar com os incêndios lavrando em suas florestas. Os
países da Europa do Sul, mais habituados a fogos, enviaram seus meios aéreos e
bombeiros, acudindo a um país preparado para muita coisa, mas não para
incêndios florestais.
Incêndios
mortais na Grécia
Em
2017 foi em Portugal, agora foi na Grécia. O intenso calor, junto com a umidade zero e ventos bem fortes, provocaram
incêndios incontroláveis. No momento em que esse
artigo é escrito, há notícias de 91 mortes e receio que o número venha a
aumentar. Quase todas elas bem trágicas, com o fogo avançando tão rápido que as
pessoas não tiveram tempo de fugir; no mais, o fumo tirava a visibilidade e
dificultava a respiração. O governo grego decretou três dias de luto nacional.
Cientistas
descobriram que as mudanças climáticas fizeram com que a atual onda de calor
que aflige diversos países no norte da Europa tivesse uma probabilidade duas
vezes maior de ocorrer.
Na
Europa, ninguém tem dúvida de que a mudança climática é responsável por essas
situações.
Estamos
jogando com a sorte
A
forma como a Humanidade está encarando as consequências de seu modelo de desenvolvimento
econômico e industrial é semelhante à atitude de alguém que joga em um cassino online e coloca todas suas
fichas num único número da roleta. As probabilidades de perdermos tudo são
grandes. Quando ouvimos pessoas com responsabilidade, como o presidente
americano Donald Trump, dar força à ideia de que a mudança climática é um
embuste político, nada é mais semelhante a um louco jogador de poker que não
consegue ler os sinais que seus adversários lhe estão dando.
Imagine
Trump de um lado da mesa e a Mãe Natureza do outro. Incêndios na Suécia é o
mesmo que a Mãe Natureza estar sorrindo largamente e com confiança, pensando:
“tenho um royal straight flush aqui!” Do outro lado, Trump nada vê e continua
jogando como se nada fosse.
Estudos
mostram que a mudança climática aumentou as chances de chuvas fortes no norte
da Inglaterra no inverno de 2015-16 e em Houston devido ao furacão Harvey, e
que a mudança climática não mudou a probabilidade de seca na região de São
Paulo.
De
onde vem a esperança?
A
esperança vem dos países europeus, que estão conscientes do que se passa e
estão liderando o processo de mudança – até porque eles são dos que mais
recursos consomem. Vem também da América ‘liberal’ da Califórnia e da Costa
Leste, onde a maior parte das pessoas não vota Trump e está preocupada com o
mundo, e não só com fazer a América ‘grande de novo’. Vem também de alguns
governos asiáticos, como o da China, que já entenderam os danos que o desenvolvimento
industrial vem trazendo e começam a tomar medidas pensando no ambiente e no
longo prazo. (ecodebate)
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