terça-feira, 13 de novembro de 2018

Restauração da camada de ozônio dá esperança para ações climáticas ambiciosas

Recuperação da camada de ozônio dá esperança para ações climáticas mais ambiciosas, indica relatório.
Camada de ozônio protege planeta Terra da radiação ultravioleta.
Um novo relatório apoiado pela ONU indicou em 05/11/18 a recuperação em andamento da camada de ozônio, o que foi visto como uma inspiração para ações climáticas mais ambiciosas e uma demonstração de que acordos globais podem alcançar suas metas.
O estudo, “Scientific Assessment of Ozone Depletion: 2018”, é o mais recente de uma série de relatórios divulgados a cada quatro anos que monitora a recuperação do ozônio na estratosfera, uma camada que protege a Terra dos raios ultravioletas.
O documento mostrou que a concentração de substâncias que reduzem o ozônio continua diminuindo, levando a uma recuperação da camada desde a última avaliação, feita em 2014.
O ozônio em partes da estratosfera se recuperou a uma taxa de 1% a 3% desde 2000 e, segundo projeções, o ozônio do Hemisfério Norte e de latitude média deve se recuperar completamente até 2030, seguido pelo Hemisfério Sul na década de 2050 e regiões polares na década de 2060.
Isso acontece por conta de ações internacionais tomadas sob o Protocolo de Montreal, estabelecido há mais de 30 anos como resposta à revelação de que clorofluorocarboneto (CFC) e outras substâncias que reduzem ozônio — usadas em aerossóis, refrigeradores, sistemas de refrigeração e muitos outros itens — estavam criando um buraco na camada de ozônio.
Em 2019, o protocolo deve ser fortalecido com a ratificação da Emenda de Kigali, que pede que o uso futuro de gases nocivos à camada de ozônio em refrigeradores, ar-condicionados e produtos relacionados seja cortado.
“O Protocolo de Montreal é um dos acordos multilaterais mais bem sucedidos da história por uma razão”, disse Erik Solheim, chefe da ONU Meio Ambiente. “Esta mistura cuidadosa de ciência competente e ação colaborativa que definiu o Protocolo há mais de 30 anos e deve recuperar nossa camada de ozônio é precisamente o motivo da Emenda de Kigali ser tão promissora para ação climática no futuro”.
As descobertas fornecem um vislumbre de esperança, menos de um mês após o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) descrever os efeitos devastadores de um aumento de 2°C da temperatura global em comparação a níveis pré-industriais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o documento como um “ensurdecedor grito de alerta”.
Os autores do relatório descobriram que, se a Emenda de Kigali for totalmente implementada, o mundo pode evitar até 0,4% de aquecimento global neste século, o que significa que isto irá desempenhar uma função essencial em manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C. (ecodebate)

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