Recuperação da camada de
ozônio dá esperança para ações climáticas mais ambiciosas, indica relatório.
Camada
de ozônio protege planeta Terra da radiação ultravioleta.
Um novo relatório apoiado pela ONU indicou em 05/11/18 a
recuperação em andamento da camada de ozônio, o que foi visto como uma
inspiração para ações climáticas mais ambiciosas e uma demonstração de que
acordos globais podem alcançar suas metas.
O estudo, “Scientific
Assessment of Ozone Depletion: 2018”, é o mais recente de
uma série de relatórios divulgados a cada quatro anos que monitora a
recuperação do ozônio na estratosfera, uma camada que protege a Terra dos raios
ultravioletas.
O documento mostrou que a
concentração de substâncias que reduzem o ozônio continua diminuindo, levando a
uma recuperação da camada desde a última avaliação, feita em 2014.
O ozônio em partes da
estratosfera se recuperou a uma taxa de 1% a 3% desde 2000 e, segundo
projeções, o ozônio do Hemisfério Norte e de latitude média deve se recuperar
completamente até 2030, seguido pelo Hemisfério Sul na década de 2050 e regiões
polares na década de 2060.
Isso acontece por conta de
ações internacionais tomadas sob o Protocolo de Montreal, estabelecido há mais
de 30 anos como resposta à revelação de que clorofluorocarboneto (CFC) e outras
substâncias que reduzem ozônio — usadas em aerossóis, refrigeradores, sistemas
de refrigeração e muitos outros itens — estavam criando um buraco na camada de
ozônio.
Em 2019, o protocolo deve ser
fortalecido com a ratificação da Emenda de Kigali, que pede que o uso futuro de
gases nocivos à camada de ozônio em refrigeradores, ar-condicionados e produtos
relacionados seja cortado.
“O Protocolo de Montreal é um
dos acordos multilaterais mais bem sucedidos da história por uma razão”, disse
Erik Solheim, chefe da ONU Meio Ambiente. “Esta mistura cuidadosa de ciência
competente e ação colaborativa que definiu o Protocolo há mais de 30 anos e
deve recuperar nossa camada de ozônio é precisamente o motivo da Emenda de
Kigali ser tão promissora para ação climática no futuro”.
As descobertas fornecem um
vislumbre de esperança, menos de um mês após o Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC) descrever os efeitos devastadores de um aumento de
2°C da temperatura global em comparação a níveis pré-industriais. O
secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o documento como um
“ensurdecedor grito de alerta”.
Os autores do relatório
descobriram que, se a Emenda de Kigali for totalmente implementada, o mundo
pode evitar até 0,4% de aquecimento global neste século, o que significa que
isto irá desempenhar uma função essencial em manter o aumento da temperatura global
abaixo de 2°C. (ecodebate)
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