segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Concentração de gases de efeito estufa bate recorde em 2017

Radiação solar retida pelos gases de efeito estufa aumentou 41% desde 1990: necessidade de redução das emissões é urgente.
Camada de poluição cobre a cidade chinesa de Pequim
Níveis de gases do efeito estufa na atmosfera atingiram mais um novo recorde, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). As concentrações globais de dióxido de carbono (CO2) atingiram 405,5 partes por milhão (ppm) em 2017, acima dos 403,3 ppm em 2016.
Desde 1990, houve um aumento de 41% no forçamento total de radiação - o efeito de aquecimento no clima - por gases de efeito estufa de longa duração. O CO2 é responsável por 82% dessa retenção de calor, de acordo com dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, citado no Boletim da OMM.
“Não há sinais de reversão nesta tendência, que está levando a mudanças climáticas de longo prazo, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos e condições climáticas mais extremas”, diz comunicado da organização.
Produção e utilização de gás natural, de petróleo é de 20% a 60% maior do que se esperava.
Petteri Taalas, secretário Geral da OMM, complementou. “A ciência é clara. Sem cortes rápidos no CO2 e outros gases do efeito estufa, as mudanças climáticas terão impactos cada vez mais destrutivos e irreversíveis sobre a vida na Terra. A janela de oportunidade para a ação está quase fechada”, disse. “A última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO2 foi de 3-5 milhões de anos atrás, quando a temperatura era de 2-3° C mais quente e o nível do mar era de 10 a 20 metros mais alto do que agora."
“O CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e nos oceanos por mais tempo. Atualmente, não há varinha mágica para remover todo o excesso de CO2 da atmosfera”, disse a vice-secretária-geral da OMM, Elena Manaenkova. "Cada fração de um grau de aquecimento global é importante, assim como toda parte por milhão de gases de efeito estufa."
O estudo ajuda a mensurar o tamanho do desafio enfrentado pela humanidade que deve zerar as emissões líquidas (que é a emissão total menos as remoções, como por árvores) até 2050 para conter o aquecimento global em 1,5ºC. Manter a temperatura abaixo de 2°C reduziria os riscos para o bem-estar humano, os ecossistemas e o desenvolvimento sustentável.
Em 2017 houve um aumento da concentração de gases com efeito de estufa.
“O novo Relatório Especial sobre Aquecimento Global do IPCC, de 1,5°C, mostra que reduções rápidas e profundas das emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa serão necessárias em todos os setores da sociedade e da economia”, conta o presidente do IPCC, Hoesung Lee. “O Boletim de Gases de Efeito Estufa da OMM, mostrando uma tendência crescente contínua nas concentrações de gases do efeito estufa, destaca quão urgentes são essas reduções de emissões”. (globo)

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