Radiação solar retida pelos gases de efeito estufa
aumentou 41% desde 1990: necessidade de redução das emissões é urgente.
Camada de poluição cobre a cidade chinesa de Pequim
Níveis de gases do efeito estufa na atmosfera atingiram mais um novo
recorde, segundo a Organização
Meteorológica Mundial (OMM). As concentrações globais de dióxido de
carbono (CO2) atingiram 405,5 partes por milhão (ppm) em 2017, acima
dos 403,3 ppm em 2016.
Concentrações
de metano e óxido nitroso também aumentaram, enquanto cresceu a
concentração de uma substância potente, famosa na década de 90 por destruir a
camada de ozônio, CFC-11.
Desde
1990, houve um aumento de 41% no forçamento total de radiação - o efeito de
aquecimento no clima - por gases de efeito estufa de longa duração. O CO2
é responsável por 82% dessa retenção de calor, de acordo com dados da
Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, citado no Boletim da
OMM.
“Não
há sinais de reversão nesta tendência, que está levando a mudanças climáticas
de longo prazo, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos e condições
climáticas mais extremas”, diz comunicado da organização.
Produção
e utilização de gás natural, de petróleo é de 20% a 60% maior do que se
esperava.
Petteri
Taalas, secretário Geral da OMM, complementou. “A ciência é clara. Sem cortes
rápidos no CO2 e outros gases do efeito estufa, as mudanças
climáticas terão impactos cada vez mais destrutivos e irreversíveis sobre a
vida na Terra. A janela de oportunidade para a ação está quase fechada”, disse.
“A última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO2
foi de 3-5 milhões de anos atrás, quando a temperatura era de 2-3° C mais
quente e o nível do mar era de 10 a 20 metros mais alto do que agora."
“O
CO2 permanece na atmosfera por centenas de anos e nos oceanos por
mais tempo. Atualmente, não há varinha mágica para remover todo o excesso de CO2
da atmosfera”, disse a vice-secretária-geral da OMM, Elena Manaenkova.
"Cada fração de um grau de aquecimento global é importante, assim como
toda parte por milhão de gases de efeito estufa."
O
estudo ajuda a mensurar o tamanho do desafio enfrentado pela humanidade que
deve zerar as emissões líquidas (que é a emissão total menos as remoções, como
por árvores) até 2050 para conter o aquecimento global em 1,5ºC. Manter a
temperatura abaixo de 2°C reduziria os riscos para o bem-estar humano, os
ecossistemas e o desenvolvimento sustentável.
Em
2017 houve um aumento da concentração de gases com efeito de estufa.
“O
novo Relatório Especial sobre Aquecimento Global do IPCC, de 1,5°C, mostra que
reduções rápidas e profundas das emissões de dióxido de carbono e outros gases
de efeito estufa serão necessárias em todos os setores da sociedade e da
economia”, conta o presidente do IPCC, Hoesung Lee. “O Boletim de Gases de
Efeito Estufa da OMM, mostrando uma tendência crescente contínua nas
concentrações de gases do efeito estufa, destaca quão urgentes são essas
reduções de emissões”. (globo)
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