A
poluição pode ser entendida como qualquer alteração em um meio, de modo a
tornar o ambiente deletério ou prejudicial ao ser humano ou a qualquer forma de
vida que este ambiente normalmente abriga, ou que prejudique uma funcionalidade
de vida.
Qualquer
mudança em um ambiente, resultante da introdução de poluentes na forma de
matéria ou energia, pode ser entendida como poluição.
Geralmente,
associa-se a poluição aos malefícios que possam ser causados ao homem. No
entanto, ela pode resultar em danos a fauna e a flora, e até mesmo ao meio
físico natural.
Meio
ambiente é o conjunto de relações entre os meios físico, biológico e antrópico.
Podemos dizer que meio ambiente é como a confiança ou o casamento. A confiança
é uma relação de integridade entre 2 pessoas. E o casamento também. É
intangível, não dá pra gente tocar e pegar.
O meio ambiente
é assim. É intangível. Não dá pra gente tocar e pegar. Tocar numa pedra, na
água ou no solo é tocar num elemento ambiental do meio físico. Tocar uma
planta, um animal, é tocar num elemento do meio biológico. Tocar numa
plantação, num produto industrializado ou num depósito de resíduos sólidos é
tocar num elemento do meio antrópico ou sócio econômico.
Os
principais constituintes do meio físico são as rochas, solos, águas
superficiais e subterrâneas, geomorfologia e climas. No meio biológico, os constituintes
são a flora e a fauna. E no meio antrópico ou sócio econômico são todas as
atividades do homem, nos setores primário, secundário, terciário e até
quaternário, conforme os autores mais modernos.
Mas
afinal o que são as relações? Quando alguém preserva um bioma, protegendo,
evitando incêndios, impedindo caça e pesca predatórias, está construindo um
tipo de relação com o bioma. Quando alguém vai lá e incendeia um pedaço de
cerrado está estabelecendo outra relação entre o homem e o bioma.
As
atividades humanas têm resultado na produção de resíduos, na forma de energia
ou de matérias sólidas, líquidas ou gasosas, os quais são lançados no ambiente,
causando a poluição.
Várias
formas de poluição têm sido constatadas e, em função dos tipos de resíduos ou do
ambiente onde os mesmos são lançados, podem ser classificadas como poluição do
solo, do ar, da água, acústica, radioativa, dos pesticidas, térmica, entre
outras modalidades.
Nos
solos, o lançamento de produtos químicos ou de resíduos no solo pode resultar
na sua poluição. Como aplicação de defensivos agrícolas ou de fertilizantes,
destinação inadequada de resíduos sólidos, lançamento de esgotos domésticos ou
industriais; e até dejetos de animais.
Aplicação
de agrotóxicos.
Os
defensivos agrícolas são usados no combate a animais nocivos como insetos e
roedores, ou a ervas daninhas e podem alcançar o solo, permanecendo por muito
tempo, como ocorre com os inseticidas clorados orgânicos, em geral apresentando
alta persistência. A partir do solo, esses produtos químicos são carreados para
as águas superficiais ou subterrâneas, com riscos para o homem e outros
animais.
São
exemplos de inseticidas clorados o DDT, o Aldrin, o Dieldrin, o Clordane e o
Heptacloro, os quais podem levar vários anos para desaparecer do solo, após a
sua aplicação.
Os
fertilizantes que são usados para melhorar a produtividade agrícola do solo
podem, quando em teores elevados, tornam-se prejudiciais principalmente quando
alcançam as coleções superficiais ou subterrâneas de água. A disposição
incorreta dos resíduos sólidos no solo resulta em vários problemas ambientais.
O
lançamento de esgotos domésticos ou industriais no solo, através de práticas
inadequadas ou mesmo por meio de sistemas de tratamento tipo lagoas de
estabilização ou de outras técnicas de aplicação de resíduos líquidos no solo,
pode resultar no carreamento de impurezas para águas superficiais ou
subterrâneas, causando poluição.
Além
disso, um solo com microrganismos oriundos de dejetos pode, através do contato
com a pele humana, transmitir algumas doenças, principalmente as verminoses
como ancilostomíase.
Entre as
medidas de controle da poluição e de suas consequências, destacam-se práticas
adequadas de destinação dos resíduos sólidos, evitando os depósitos de lixo a
céu aberto, afastamento adequado entre os aterros sanitários e os recursos
hídricos, para evitar que líquidos no solo, alcancem a água, execução de
sistemas sanitários de destinação dos dejetos; devem ser evitados os
lançamentos de dejetos no solo, a céu aberto e controle dos sistemas de
tratamento de esgoto através de sua disposição no solo, que devem estar sempre
distantes dos recursos hídricos e adotando-se medidas de controle da
infiltração dos resíduos no terreno.
Também
tem relevância controle da aplicação de defensivos agrícolas, incluindo: uso de
produtos menos persistentes, tais como os inseticidas fosforados e proibição de
aplicação desses produtos em áreas próximas aos mananciais além de
obrigatoriedade do uso do receituário agronômico para utilização desses
produtos e aplicação de pesticidas na dosagem correta e na época adequada.
Maior
parte dos agrotóxicos não atinge a praga alvo, contamina as águas subterrâneas
e superficiais e traz graves riscos à saúde.
O
controle da utilização de fertilizantes deve ser realizado, evitando a sua
aplicação em áreas onde possa haver riscos de poluição da água, sendo
incrementado o uso de adubos orgânicos, em substituição aos produtos químicos.
E remoção periódica dos dejetos de animais e destinação adequada para os
mesmos.
Os
recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, estão sujeitos a poluição por
lançamento de esgotos domésticos ou industriais em águas superficiais,
infiltração de esgoto no solo, até alcançar a água subterrânea, a partir de
sistemas de fossa-sumidouro, de depósitos de lixo ou do lançamento de resíduos
líquidos no solo, carreamento de produtos químicos, de resíduos sólidos, ou de
outros detritos lançados no solo, e lançamento e infiltração de águas pluviais,
que muitas vezes, conduzam esgotos ou resíduos sólidos.
Os
poluentes, quando presentes na água, podem resultar em danos ao homem, às
outras formas de vida e ao próprio ambiente aquático, tais como transmissão de
doenças ao homem, através dos microrganismos patogênicos, malefícios causados
ao homem e animais aquáticos, pelos produtos químicos tóxicos e redução da
quantidade de oxigênio dissolvido na água, como consequência da intensa atividade
das bactérias aeróbicas no consumo da matéria orgânica, resultando na morte de
peixes e de outros organismos aquáticos.
Ainda
inconvenientes relativos ao uso da água para banhos e outras práticas
recreativas, prejuízos ao abastecimento industrial e aos outros usos da água,
danos às propriedades marginais, com reflexos na agricultura e na irrigação,
causando a desvalorização dessas áreas e proliferação excessiva de algas e de
vegetação aquática, processo conhecido como eutrofização.
Sendo a
água um recurso natural indispensável ao homem, é imprescindível que a sua
qualidade seja preservada, por meio de medidas de controle da poluição.
O
controle da poluição da água deve ser essencialmente preventivo, surgindo como
medida mais eficaz a execução de sistemas sanitários de coleta e tratamento de
esgotos domésticos e industriais.
Nas
cidades, a construção de redes coletoras e de estações de tratamento de esgotos
domésticos e industriais representa a melhor forma de evitar que esses resíduos
alcancem os recursos hídricos de modo não-sanitário.
Outras
medidas devem ser adotadas visando ao controle da poluição da água como
afastamento adequado entre sistemas de fossas e poços, controle do “chorume”
produzido em aterros de resíduos sólidos, evitando que os mesmos alcancem os
recursos hídricos e preservação das áreas vizinhas aos recursos hídricos
superficiais, por meio da adoção de faixas de proteção marginais aos mesmos, as
quais devem ser mantidas com vegetação.
E também
controle da aplicação de pesticidas e fertilizantes e disciplinamento do uso do
solo nas proximidades dos recursos hídricos, evitando-se as atividades que
possam resultar na poluição da água.
Poluição
atmosférica em Wuhan, na China.
Poluição
do ar é produzida pelos lançamentos de gases e pequenas partículas na
atmosfera, que podem alterar sensivelmente a qualidade do ar, provocando a sua
poluição.
Além da
quantidade e do teor dos poluentes lançados na atmosfera, alguns fatores
ambientais podem influir no processo de poluição do ar.
A poluição
do ar depende, principalmente, de fontes de emissão de poluentes, tipos e
quantidades de resíduos e período de emissão dos mesmos, e também das
peculiaridades climáticas do ambiente, tais como a velocidade e direção dos
ventos e a estabilidade atmosférica, as quais podem contribuir para uma maior
ou menor dispersão, transformação ou remoção dos poluentes.
E também
das condições topográficas que influem na circulação do ar. Um exemplo das
condições climáticas contribuindo para o agravamento da poluição é o fenômeno
conhecido como “inversão térmica”.
Normalmente,
a temperatura da atmosfera decresce com a altura, ficando as camadas mais frias
de ar sobre as camadas mais quentes. Ocorre um movimento ascendente do ar, a
partir da superfície da terra, com o ar mais quente, que é mais leve subindo e
o ar mais frio que é mais pesado, descendo. Este fenômeno contribui para a
dispersão do ar, no sentido vertical.
Em
algumas regiões, quando ocorrem condições meteorológicas anormais, acontece o
fenômeno inverso, ou seja, a temperatura do ar passa a ser maior nas camadas
superiores, existindo a “inversão térmica”.
Nessas
situações, o movimento vertical do ar é prejudicado, formando-se uma camada
estável. Os poluentes lançados na atmosfera concentram-se nas proximidades da
superfície da terra, podendo resultar em grave problema de poluição. Caso comum
na cidade de São Paulo.
As
principais fontes de poluição atmosférica são fontes industriais, incluindo as
fábricas e outros processos, tais como a queima de combustíveis derivados do
petróleo, em fornos caldeiras e análogos e fenômenos ligados a transportes,
compreendendo os veículos automotores de vários tipos e o tráfego aéreo.
Existem
outras fontes, tais como incineração de resíduos sólidos, perdas por evaporação
em petroquímica, queima de combustíveis para aquecimento de edificações, queima
da vegetação e até consumo de cigarro.
Os
principais poluentes atmosféricos são material particulado ou fuligem, monóxido
de carbono, óxidos de enxofre, hidrocarbonetos em geral, óxidos de nitrogênio e
oxidantes fotoquímicos.
A
presença de poluentes na atmosfera pode resultar em prejuízos à saúde humana,
aos animais, aos vegetais e aos materiais em geral, podendo serem citados danos
à saúde humana, contribuindo para a maior incidência de doenças respiratórias,
irritação nos olhos e pulmões, redução da visibilidade, devido à presença de
partículas de materiais na atmosfera e obrigando ao uso de colírios como em São
Paulo.
Também
danos aos animais, prejuízos aos materiais, tais como corrosão do ferro, aço e
mármore, deterioração da borracha, de produtos sintéticos e tecidos e sujeira
de roupas, prédios e monumentos;
O
excesso de ruído provoca alterações ambientais, constituindo a poluição
acústica ou poluição sonora. Muitas atividades desenvolvidas pelo homem,
principalmente nos grandes centros urbanos, resultam na emissão de sons em
altas intensidades.
Entre as
principais fontes de poluição acústicas, destacam-se os meios de transportes
terrestres, o trafego aéreo, as obras de construção civil, as atividades
industriais e aparelhos eletrodomésticos, dentre outros.
A
principal consequência da poluição acústica é a perda gradativa da audição.
Além disso, o excesso de ruído provoca incômodo, irritabilidade, exaustão
física, distúrbios psíquicos, perturbações do sistema nervoso central, além de
perturbações cardíacas e circulatórias.
A
intensidade do som é medida por intermédio de uma unidade chamada decibel,
expressa em escala logarítmica. Embora cada pessoa reaja de modo diferente ao
barulho, pode-se dizer que o mesmo começa a tornar-se nocivo ao homem a partir
do nível de 70 decibéis.
Entre as
medidas de controle da poluição acústica, estão o controle da emissão de
ruídos, e o disciplinamento do uso e ocupação do solo, de modo que as atividades
barulhentas, tais como aeroportos e zonas industriais, fiquem adequadamente
distantes de áreas residenciais e de outros usos sensíveis.
Não se
deve atribuir todas as responsabilidades ao setor público.
É
necessário que cada um faça sua parte para o aperfeiçoamento do arranjo
coletivo e obtenção de melhor qualidade de vida. (ecodebate)
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