A Ciência tem mostrado repetidamente
a importância da floresta para manter o ciclo da água em todo o planeta.
O desmatamento afeta
todo este ciclo e os ecossistemas presentes nos rios e lagos. Com a água
tornando-se um dos assuntos mais importantes do século, quem em sã consciência
imagina que devastar as terras amazônicas é um bom negócio? Sem a floresta não
teremos água no futuro na mesma quantidade que temos atualmente porque as duas
estão intimamente interligadas para a mútua sobrevivência. Água e terra são
frequentemente percebidas como coisas separadas porque muitos de nós ainda
percebemos erroneamente os vários elementos da natureza desconectados entre si.
Um Território só
existe por cause da harmonia entre os seus elementos naturais.
Parte da floresta amazônica
brasileira está sendo desmatada por
grandes corporações do Canadá, da Europa, do Japão e dos Estados Unidos direta
ou indiretamente. Algumas das companhias madeireiras terceirizam o serviço
do desmate para
empresas brasileiras e assim podem escapar da fiscalização e das denúncias
de desmatamento ilegal
naquela área. Comunidades são afetadas já que muitos dos seus habitantes
sobrevivem da extração da borracha das seringueiras. Sem as árvores, não há
trabalho para as famílias que acabam migrando para as favelas das grandes
cidades como Manaus e Belém. A exploração desequilibrada da natureza força as
pessoas a deixarem não apenas o lugar onde cresceram, mas também uma maneira
tradicional de viver na floresta que foi desenvolvida por gerações que fazem
delas os Povos das Florestas e das Águas. Cientistas também têm demonstrado que
a presença humana, iniciada com as migrações dos grupos originários, foi muito
importante para o aumento da biodiversidade do bioma da Amazônia. Isso prova
que o problema não é ter humanos vivendo nas matas, mas como eles interagem com
o meio em que vivem.
Depois de desmatar e exportar a madeira, a
terra recebe o pasto para o gado ou a plantação de soja. Ironicamente, o Brasil
se tornou um dos maiores produtores de soja no planeta sem que a sua população
brasileira seja uma consumidora desta leguminosa.
A floresta também está sendo
ameaçada pela extração de minério. Multinacionais estão explorando os mais
diversos tipos de minérios na Amazônia, principalmente no Pará, causando
prejuízos às comunidades locais através da poluição das suas terras e dos seus
rios e igarapés. Os produtos químicos jogados nestes mananciais levariam
décadas para desaparecer se o trabalho de limpeza fosse iniciado agora, o que
não é, infelizmente, o que está acontecendo.
Some-se aos problemas citados
acima a construção das grandes barragens a exemplo de Belo Monte. Elas desviam
o curso dos rios interferindo na vida aquática, causando mudanças no
ecossistema local, além de deslocar milhares de pessoas causando grandes
prejuízos na vida econômica dos moradores da região. Não esqueçamos que 70% da
água doce no Brasil está naquela região e existem muitas empresas do Mercado da
Água de olho nos mananciais amazônicos. Com a onda de privatização das nossas
águas, perder o controle sobre a Amazônia é uma questão de soberania para o
nosso país.
Em meio a toda esta crise, o
Sínodo da Amazônia acontecerá em Roma entre os dias 6 a 27 de outubro com
delegados e delegadas de várias partes da Amazônia do Brasil e de outros países
da região para discutir vários destes problemas. Será uma grande oportunidade
para mostrar ao mundo porque pessoas como Chico Mendes e Irmã Dorothy Stang
eram tão apaixonados pela sacralidade da Amazônia com milhões de espécies de
animais e vegetais e pelos povos que lá habitam.
Será também uma oportunidade para chamar a atenção para o fato de que muitos políticos que estão no poder tomando decisões cruciais para aquela área do planeta não têm o conhecimento necessário para tal por não entenderem a dinâmica da natureza amazônica e, por causa disso, estão promovendo desastrosos projetos de desenvolvimento. Por outro lado, há também certos ambientalistas que pregam o despovoamento naquela região como uma forma de preservá-la como se a Amazônia fosse um santuário intocável. São extremos que não respeitam com a realidade dos Povos das Florestas e das Águas e suas formas tradicionais de viver. Estes Povos já dialogam com as tecnologias e sistemas modernos de produção sem desequilibrar o meio ambiente. Sem dúvida, o ideal é promover cada vez mais este diálogo sem imposição do poder econômico e interferência de “alienígenas” com os seus kits de ferramentas importadas com soluções mágicas. A autonomia daqueles Povos nas decisões sobre o lugar onde vivem é essencial para a preservação da Amazônia.
Será também uma oportunidade para chamar a atenção para o fato de que muitos políticos que estão no poder tomando decisões cruciais para aquela área do planeta não têm o conhecimento necessário para tal por não entenderem a dinâmica da natureza amazônica e, por causa disso, estão promovendo desastrosos projetos de desenvolvimento. Por outro lado, há também certos ambientalistas que pregam o despovoamento naquela região como uma forma de preservá-la como se a Amazônia fosse um santuário intocável. São extremos que não respeitam com a realidade dos Povos das Florestas e das Águas e suas formas tradicionais de viver. Estes Povos já dialogam com as tecnologias e sistemas modernos de produção sem desequilibrar o meio ambiente. Sem dúvida, o ideal é promover cada vez mais este diálogo sem imposição do poder econômico e interferência de “alienígenas” com os seus kits de ferramentas importadas com soluções mágicas. A autonomia daqueles Povos nas decisões sobre o lugar onde vivem é essencial para a preservação da Amazônia.
O Sínodo Amazônico e a Fraternidade Franciscana.
Este Sínodo pode ter a magnitude vulcânica do Vaticano II, afirma Presidente da Família Franciscana do Brasil. (ecodebate)
Este Sínodo pode ter a magnitude vulcânica do Vaticano II, afirma Presidente da Família Franciscana do Brasil. (ecodebate)
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