Emergência Climática – Emissões de gases de efeito
estufa subiram 1,6% ao ano entre 2008 e 2017.
A
ONU Meio Ambiente divulgou uma retrospectiva de dez anos de seu Relatório de
Emissões — uma publicação que compara os níveis de emissão de gases de efeito
estufa para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
O
mundo parece ter passado a última década fazendo exatamente o oposto do que
deveria. Apesar dos avisos nos relatórios anuais, as emissões de gases de
efeito estufa cresceram a uma média de 1,6% ao ano entre 2008 e 2017. De fato,
essas emissões são agora quase exatamente o que os primeiros relatórios
projetavam para 2020 se o mundo não alterasse seus modelos de crescimento
insustentáveis e poluentes.
Com as políticas atuais em vigor,
o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,5°C neste século.
A
ONU Meio Ambiente divulgou em 22/09/19 uma retrospectiva de dez anos de seu
Relatório de Emissões — uma publicação que compara os níveis de emissão de
gases de efeito estufa para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
O
mundo parece ter passado a última década fazendo exatamente o oposto do que
deveria. Apesar dos avisos nos relatórios anuais, as emissões de gases de
efeito estufa cresceram a uma média de 1,6% ao ano entre 2008 e 2017. De fato,
essas emissões são agora quase exatamente o que os primeiros relatórios
projetavam para 2020 se o mundo não alterasse seus modelos de crescimento
insustentáveis e poluentes.
Com
as políticas atuais em vigor, o mundo caminha para um aumento de temperatura de
3,5°C neste século, em comparação com os níveis pré-industriais. Isso está
muito além dos objetivos do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da
temperatura global a 1,5°C, ou pelo menos bem abaixo de 2°C.
Se
este mundo mais quente se concretizar, todas as previsões de impactos
climáticos catastróficos se tornarão realidade. Elevação do nível dos mares,
eventos climáticos extremos e danos incalculáveis às pessoas, prosperidade e
natureza.
“A
última década não trouxe a queda nas emissões de gases de efeito estufa que
queríamos, isso é verdade. Mas, de várias maneiras, estamos em um lugar melhor
do que há dez anos”, afirmou a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.
“Grandes
avanços na conscientização, na tecnologia e na vontade de agir significa que
agora estamos prontos para reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito
estufa”, acrescentou.
Uma plataforma para
ação
O
resumo de dez anos apresenta uma série de desenvolvimentos encorajadores que
ocorreram: o foco político na crise climática é o mais alto de todos os tempos,
inclusive por meio do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, e os eleitores
e manifestantes, principalmente os jovens, estão deixando cada vez mais claro
que a crise climática é a prioridade número um.
Cidades,
regiões e empresas não estão esperando imposições de governos centrais. Cerca
de 7.000 cidades de 133 países, 245 regiões de 42 países e 6.000 empresas com
receita de pelo menos 36 trilhões de dólares se comprometeram a reduzir suas
emissões.
Além
disso, a tecnologia para reduzir de forma rápida e econômica as emissões
melhorou significativamente. A energia renovável é um exemplo. Crescimento
explosivo significa que a energia limpa evitou a emissão de aproximadamente 2
bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2017, pois forneceu cerca de 12%
do suprimento global de eletricidade. A instalação de tecnologias agora está
mais barata do que nunca.
Tudo
isso é um progresso fantástico, mas não chega perto do suficiente. De acordo
com o resumo dos dez anos, as nações devem pelo menos triplicar o nível de
ambição refletido em suas promessas climáticas sob o Acordo de Paris —
conhecidas como contribuições nacionalmente determinadas ou NDCs — para
alcançar a meta de um mundo abaixo de 2°C. Devem aumentar a ambição pelo menos
cinco vezes para a meta de 1,5°C.
Será
crucial uma ação forte dos membros do G20, que juntos representam 80% de todas
as emissões de gases de efeito estufa. Essa ação ainda não foi vista, de acordo
com um capítulo preliminar do Emission Gap Report, que foca nas maneiras pelas
quais o G20 pode aumentar a ambição climática.
Opções para cortes
rápidos nas emissões são abundantes
No
entanto, como revelam o resumo e o capítulo preliminar, o G20 e outras nações
têm dezenas de opções para cumprir as metas de Paris. Ao usar apenas
tecnologias comprovadas, o mundo poderia cortar 33 gigatoneladas de dióxido de
carbono equivalente por ano até 2030. Isso é mais da metade das emissões
globais anuais de gases de efeito estufa atuais. É mais do que suficiente para
permanecer no caminho para o objetivo de 1,5°C.
Cerca
de dois terços desse potencial estão disponíveis em áreas onde um rápido
progresso é possível: energia solar e eólica, aparelhos eficientes, automóveis
de passageiros eficientes, reflorestamento e interrupção do desmatamento.
Apenas uma fração desse potencial é capturada em compromissos nacionais sob o
Acordo de Paris.
E
ainda há muitas outras oportunidades.
O
fim dos subsídios aos combustíveis fósseis reduziria as emissões globais de
carbono em até 10% até 2030. A redução de poluentes climáticos de curta duração
— como fuligem e metano — pode reduzir as temperaturas rapidamente, pois estes
não permanecem na atmosfera da mesma maneira que o dióxido de carbono.
Além
dessas iniciativas, a Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal é um compromisso
internacional de reduzir o uso de gases com alto potencial de causar
aquecimento, conhecidos como HFCs, na indústria de refrigeração. Esta alteração
pode resultar em até 0,4 °C de redução no aquecimento. Se a indústria melhorar
a eficiência energética ao mesmo tempo, poderá dobrar os benefícios climáticos.
Mais uma década sem
cortes significaria desastre
Em
novembro, a ONU Meio Ambiente publicará a décima edição do Emission Gap Report.
Ele detalhará o tamanho dos cortes anuais de emissões necessários para
permanecer no caminho certo para cumprir as metas do Acordo de Paris. Isso
informará os negociadores dos países que se reunirão para a próxima rodada de
negociações climáticas sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (CQNUMC).
Já
sabemos que esses cortes terão de ser significativos. Todo ano de ação atrasada
significa que os cortes se tornam maiores, mais caros e mais impraticáveis. Se
chegarmos a 20 anos de Emission Gap Report e as emissões ainda não tiverem
caído, o mundo enfrentará um desastre. Simplesmente não podemos dispor de mais
uma década perdida.
Na
Cúpula de Ação Climática, nas negociações climáticas de dezembro em Santiago do
Chile, em todos os escritórios do governo, salas de diretoria, empresas e
residências todos os dias, precisamos fazer muito mais a respeito da questão
climática para garantir a segurança de gerações futuras, alertou a ONU Meio
Ambiente.
A
agência das Nações Unidas divulgou o resumo de dez anos na Cúpula de Ação
Climática da ONU como parte de um pacote que analisa os avanços na ciência
climática. O capítulo preliminar do G20 foi lançado de forma independente como
mais uma contribuição para a Cúpula. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário