sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Cientistas encontram microplástico em tecidos de órgãos humanos

Pesquisadores dos EUA analisaram 47 amostras de tecidos do corpo humano e encontraram resíduos de microplástico e nanoplástico em todas elas.
Pesquisadores norte-americanos encontram microplásticos em tecidos humanos.

Não é novidade que os microplásticos causam danos ao meio ambiente: eles se depositam no fundo do mar e afetam a sobrevivência de peixes e animais marinhos. Cientistas norte-americanos relatam que encontraram micro e nanoplásticos em órgãos e tecidos humanos.

Microplásticos são fragmentos de polímeros que medem menos de 5 milímetros; e nanoplásticos não passam de 0,001 milímetro. "Em poucas décadas, deixamos de ver o plástico como um benefício maravilhoso para considerá-lo uma ameaça", disse, em nota, Charles Rolsky, autor da pesquisa apresentada em 17/08/2020 no congresso da Sociedade Americana de Química. "Há evidências de que ele está entrando em nosso corpo, há pouca investigação. Neste momento, não sabemos se esse plástico é apenas um incômodo ou se representa um perigo para a saúde humana".

Plástico: cientistas usam nova técnica para alertar os possíveis perigos do consumo de plástico.

Cientistas encontram microplásticos em órgãos humanos.

Nova técnica permite que seja possível encontrar partículas minúsculas no organismo humano.

Para realizar o estudo, os pesquisadores recolheram 47 amostras de tecidos corporais retirados de pulmões, fígado, baço e rins — quatro órgãos que provavelmente estão expostos, filtram ou coletam microplásticos. A equipe desenvolveu um método que extraiu esses componentes e também criou um programa de computador que contou as partículas encontradas.

Como resultado, os especialistas conseguiram detectar dezenas de tipos de materiais plásticos em tecidos humanos, incluindo policarbonato, tereftalato de polietileno e polietileno. Por sua vez, o bisfenol A (BPA), usado em recipientes de alimentos e comidas, por exemplo, foi encontrado em todas as amostras humanas. Os doadores de tecido forneceram informações detalhadas sobre seu estilo de vida, dieta e ocupação, o que pode fornecer mais informações para detectar fontes e vias de exposição a micro e nanoplásticos.

“Não queremos ser alarmistas, é preocupante que esses materiais não biodegradáveis que estão presentes em todos os lugares possam entrar e se acumular nos tecidos humanos, não sabemos os possíveis efeitos para a saúde”, diz Varun Kelkar, coautor do estudo. O próximo passo do grupo é conduzir estudos para avaliar os riscos potenciais que esses fragmentos causam ao nosso organismo.

Os cientistas definem microplástico como um fragmento de plástico com menos de cinco milímetros de diâmetro.

Cientistas norte-americanos detectam microplásticos em tecidos humanos. (revistagalileu)

Nenhum comentário:

Aumenta a geração de lixo plástico pela Amazon

E o que é pior, em 2022 a companhia gerou cerca de 95 mil toneladas de lixo plástico naquele país, 9.6% mais que ano anterior – desse total,...