O
desmatamento na Floresta Amazônica registrou queda de 30% em julho na
comparação com o mesmo mês do ano passado, mas subiu 33% no acumulado em 12
meses, se comparado com o mesmo período anterior, mostraram dados preliminares
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 05/08/2020.
Em
julho, o sistema Deter, do INPE, que alerta sobre avisos de desmatamento na
floresta em tempo real, apontou 1.575 km2 de área devastada no mês
passado, contra 2.255 km2 registrados em julho de 2019, mostraram os
números publicados no site do instituto.
No
acumulado entre agosto de 2019 e julho de 2020, no entanto, a área desmatada
foi de 9.125 km2, um aumento em relação aos 6.844 km2
registrados entre agosto de 2018 e julho de 2019.
O
período entre agosto de um ano e julho do ano seguinte é considerado como o
ano-calendário para a medição anual do desmatamento da Amazônia e também é o
período usado pelo sistema Prodes, do INPE, mais preciso que o Deter e adotado
na aferição do desmatamento da floresta em 12 meses.
Os dados em 12 meses do Deter mostram que os números do Prodes, que geralmente são divulgados em novembro, devem apontar nova alta no desmatamento da Amazônia, em meio à pressão crescente de ambientalistas e também de investidores estrangeiros sobre a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro.
Vista aérea de área desmatada na floresta amazônica.
Em 2019, enquanto que o Deter
apontou desmatamento de 6.844 km2 entre agosto de 2018 e julho de
2019, o desmatamento mostrado pelo Prodes no mesmo período, anunciado em
novembro do ano passado, foi de 9.762 km2, o maior em mais de uma
década.
Em nota, o Observatório do
Clima disse que os dados do Deter indicam que o número do Prodes, a ser
anunciado no final do ano, devem chegar a um desmatamento da ordem de 13 mil km2.
Se confirmado, este número representará o maior desmatamento desde 2006 e três
vezes maior do que a meta da Política Nacional de Mudança do Clima para 2020.
"Será também a primeira
vez na história que o desmatamento na Amazônia terá duas altas seguidas na casa
dos 30%", disse o Observatório em nota. "Isso não acontece por
incompetência do governo no combate à devastação; acontece porque a agenda do
governo Bolsonaro é promover ativamente a devastação. Não é inépcia, é
projeto", criticou.
Bolsonaro tem sido criticado
por ambientalistas por adotar um discurso que defende a exploração de
atividades econômicas na Amazônia, como a legalização do garimpo na região, e
por medidas que, na visão de críticos, enfraqueceram os órgãos de fiscalização.
Diante das pressões
decorrentes do aumento do desmatamento e também da elevação das queimadas na
Amazônia, Bolsonaro editou um decreto de garantia da lei e da ordem (GLO) para
que as Forças Armadas atuem no combate ao desmatamento na região e também
colocou o vice-presidente Hamilton Mourão no comando do Conselho da Amazônia,
responsável por articular medidas para a floresta.
Procurado,
o Ministério do Meio Ambiente não respondeu de imediato a pedidos de comentários
sobre os dados do INPE. (noticiasagricolas)
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