Em
30/07/2020, a Amazônia registrou mais um triste recorde: 1.007 focos de calor
em um único dia. Esse é o número mais alto registrado no mês de julho desde
2005. Neste mesmo dia, no ano passado, foram 406 focos. Agora, dados
consolidados de julho mostram um aumento expressivo nos focos de calor.
“O fato de ter mais de mil focos de calor em um único dia, recorde dos últimos 15 anos para o mês de julho, mostra que a estratégia do governo de fazer operações midiáticas não é eficaz no chão da floresta”. Somente em julho, foram registrados 6.804 focos de calor na Amazônia, um aumento de 21,8% quando comparado ao mesmo mês do ano passado. A moratória, que proíbe no papel as queimadas, não funciona se não houver também uma resposta no campo, com mais fiscalizações. Afinal, criminoso não é conhecido por seguir leis. Assim como a GLO aplicada sem estratégia e sem conhecimento de como se combate as queimadas, também não traz os resultados que a Amazônia precisa”, comenta Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace.
Imagem de satélite do estado do MT mostrando queimada ocorrendo no dia 30/07/2020.
Um
levantamento feito pelo Greenpeace Brasil aponta que dos focos de calor
registrados em julho, 539 foram dentro de Terras Indígenas, um aumento de
76,72% em relação ao ano passado, quando foram mapeados 305 focos. Além disso,
1.018 atingiram Unidades de Conservação, um aumento de 49,92% em relação ao
mesmo período do ano passado.
“O desmatamento precisa ser combatido durante todo o ano, principalmente considerando que as queimadas na Amazônia não são resultado de um fenômeno natural, mas da ação humana. O fogo é uma das principais ferramentas utilizadas para o desmatamento, especialmente por grileiros e agricultores, que o usam para limpar áreas para uso agropecuária ou especulação. A prática se tornou ainda mais comum com a falta de fiscalização e o desmantelamento dos órgãos ambientais. Estamos observando uma tendência de alta nas queimadas neste ano. Além da ameaça do coronavírus, com a temporada de fogo, os povos indígenas estarão ainda mais vulneráveis, pois a fumaça e a fuligem das queimadas prejudicam ainda mais sua saúde”, completa Rômulo.
Polícia flagra desmatamento e queimada em áreas com cerca de 16 hectares no interior do AC.
Queimadas em julho superam mesmo período de 2019 e Amazônia teve dia com recorde de focos dos últimos 15 anos para o mês. Dados de julho ainda não foram fechados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mas a parcial dos 30 dias mostra uma alta de 14,5% em relação ao mesmo mês de 2019 no bioma. Em 30/07/2020, 1.007 focos foram contabilizados na região amazônica. (ecodebate)
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