Os dados confirmam o fracasso da cara e mal planejada operação das Forças Armadas instituída na Amazônia pelo governo Bolsonaro como substituta de um plano de combate ao desmatamento. Entre maio e agosto, período de presença do Exército na Amazônia, o número de queimadas foi de 39.187, basicamente o mesmo de 2019 (38.952). Os militares foram à Amazônia em tese para evitar a repetição da tragédia do ano passado. Desde julho vigora uma moratória às queimadas.
Militar na Operação verde Brasil 2.
O
número de alertas de desmatamento na Amazônia em 2020 foi 34% maior do que em
2019, mesmo com três meses de ação do Exército na região em substituição ao
IBAMA, que foi subordinado à tropa. O dado oficial, a ser divulgado nos
próximos meses, deverá indicar um desmatamento maior que 12 mil km2,
três vezes mais do que a meta da Política Nacional de Mudança do Clima para
2020. O Brasil deverá ser o único dos grandes emissores de gases de efeito
estufa a aumentar suas emissões na pandemia, afastando-se também da meta do
Acordo de Paris.
“O
teatro militar montado pelo general Hamilton Mourão na Amazônia para iludir os
investidores não conseguiu enganar os satélites”, disse Marcio Astrini,
secretário-executivo do Observatório do Clima. “Gastamos tempo e dinheiro do
contribuinte, emitimos carbono, transformamos nossa credibilidade em fumaça e
perdemos biodiversidade que não volta mais. Tudo isso porque as pessoas que
estão no poder se recusam a implementar políticas públicas de combate ao
desmatamento e ao fogo que não apenas já existiam como deram certo no passado”.
Sobre o Observatório do Clima: rede formada em 2002, composta por 50 organizações não governamentais e movimentos sociais. Atua para o progresso do diálogo, das políticas públicas e processos de tomada de decisão sobre mudanças climáticas no país e globalmente. Site: www.observatoriodoclima.eco.br.
Floresta Amazônica em chamas em Rondônia: queimadas de agosto mostram fracasso de operação militar.
Ação
militar fracassa e Amazônia tem segundo pior agosto em 10 anos.
Entre
maio e agosto, com a Operação Verde Brasil 2 em andamento, o número de focos
foi idêntico ao do mesmo período em 2019. (ecodebate)
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