Só os negacionistas mais
tacanhos questionam a existência do fenômeno do aquecimento global provocado
pela emissão de gases de efeito estufa.
Os últimos 7 anos (2014-20)
foram os mais quentes já registrados e a década 2011-20 é a mais quente da
série histórica. A atmosfera do Planeta está ficando mais quente e isto tem um
impacto devastador em diversos aspectos, pois, além do degelo, amplas áreas da
Terra podem ficar inóspitas ou inabitáveis.
O degelo da Groenlândia e da
Antártida terão um impacto enorme sobre todo o Planeta.
O artigo “Climate tipping
points — too risky to bet against Nature”, publicado na influente revista
Nature (27/11/2019), mostra as crescentes evidências de que mudanças
irreversíveis já estão ocorrendo nos sistemas ambientais da Terra gerando um
“estado de emergência planetária”. Os autores deixam claro que mais da metade
dos pontos críticos do clima identificados há uma década estão agora em um ponto
de não retorno. Há evidências crescentes de que esses eventos são mais
prováveis do que nunca e estão mais interconectados do que se pensava
anteriormente, podendo levar a vetores de retroalimentação e a um ameaçador
efeito dominó. Um dos pontos de inflexão é o degelo do Ártico.
A situação é crítica e requer
uma resposta de emergência, especialmente quando se trata da Groenlândia.
Artigo de Jason P. Briner e colegas, “Rate of mass loss from the Greenland Ice
Sheet will exceed Holocene”, publicado na revista (30/09/2020) mostra que se as
emissões de gases de efeito estufa (GEE) não forem reduzidas rapidamente, a
taxa de degelo na Groenlândia pode atingir, até o final deste século, um ritmo
inédito nos últimos 12 mil anos.
Os pesquisadores descobriram
que, se o aquecimento global for limitado a 2ºC neste século, essa taxa de
perda deve se estabilizar em torno de 8,8 trilhões de toneladas no atual
século. Todavia, se as emissões seguirem o cenário usual, essa taxa pode chegar
até 36 trilhões de toneladas até o ano 2100 – um volume de degelo jamais
registrado durante o Holoceno. Isso resultaria em um aumento do nível dos mares
de cerca de 10 cm.
O custo do aquecimento global e
da subida do nível do mar será cada vez mais elevado e o número de pessoas
atingidas será cada vez maior.
O que acontece no Ártico e na Groenlândia, em setembro de 2020, é apenas uma amostra do que virá pela frente. Indubitavelmente, o futuro será mais quente e mais salgado. (ecodebate)
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