quarta-feira, 21 de julho de 2021

Maior nível de CO2 atmosférico em 63 anos é registrado no Havaí

Maior nível de CO2 na atmosfera dos últimos 63 anos é registrado no Havaí/USA.

Média de dióxido de carbono detectada em maio foi de 419 partes por milhão, a maior desde o início das medições do Observatório Atmosférico de Mauna Loa.

Cientistas do Observatório Atmosférico de Mauna Loa, localizado no Havaí, EUA, registraram a maior média mensal do nível de dióxido de carbono/CO2 na atmosfera desde 1958.

Em maio de 2021, cientistas do Observatório Atmosférico de Mauna Loa, no Havaí, registraram a maior média mensal do nível de dióxido de carbono/CO2 na atmosfera desde 1958, ano em que foram iniciadas as medições no local. O anúncio foi feito em 07/06/21 por pesquisadores da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), órgão do qual o observatório faz parte, e da Instituição Scripps para Oceanografia da Universidade da Califórnia em San Diego.

A média registrada pelos cientistas do NOAA foi de 419,13 partes por milhão (ppm), enquanto pesquisadores da Institutição Scripps calcularam 418,92 ppm, o que dá uma média de 419 ppm no mês. Para comparação, em maio de 2020 foram detectadas 417 ppm.

O quinto mês do ano costuma ser o de maior média de CO2 por conta do acúmulo do gás emitido durante o outono, o inverno e o início de primavera no Hemisfério Norte. Após esse mês, as plantas dessa parte do planeta começam a crescer e remover grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera. Esse aumento sazonal foi notado pela primeira vez pelo climatologista Charles David Keeling, que também observou o constante aumento anual dos níveis de CO2 na atmosfera. De fato, desde o início das medições, os níveis registrados a cada ano são sempre maiores do que o ano anterior.

Gráfico representa a trajetória ascendente do dióxido de carbono na atmosfera, medida no Observatório de Linha de Base Atmosférica de Mauna Loa pela NOAA e pelo Scripps Institution of Oceanography. A flutuação anual é conhecida como Curva de Keeling.

“Estamos adicionando cerca de 40 bilhões de toneladas métricas de poluição de CO2 à atmosfera por ano”, afirma Pieter Tans, cientista sênior do Laboratório de Monitoramento Global da NOAA. “Essa é uma montanha de carbono que extraímos da Terra, queimamos e liberamos na atmosfera como CO2 — ano após ano. Se quisermos evitar uma mudança climática catastrófica, a maior prioridade deve ser reduzir a poluição de CO2 a zero o mais cedo possível”.

Além do aumento mensal, os cientistas observaram que nos primeiros 5 meses de 2021 houve um crescimento de 2,3 ppm em relação ao mesmo período do ano passado. Essa quantidade está próxima à média de aumento anual registrada entre os anos de 2010 a 2019.

Panorama

Em geral, o CO2 é um produto emitido pela queima de combustíveis fósseis à base de carbono usados no transporte e na geração de energia elétrica, além de outras práticas, como o desmatamento e a agricultura. Atualmente, o CO2 é o gás de efeito estufa mais abudante na nossa atmosfera e ele pode persistir nela e nos oceanos por milhares de anos.

Os níveis atuais de carga atmosférica de CO2 são comparáveis aos estimados no Ótimo Climático do Plioceno, ocorrido entre 4,1 milhões e 4,5 milhões de anos atrás, quando a quantidade de dióxido de carbono era de cerca de 400 ppm. (revistagalileu.globo)

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