Grandes áreas da Amazônia
podem secar ainda neste século, diz estudo.
Se medidas urgentes não forem
tomadas para conter emissões de carbono, uma porção gigantesca da Amazônia
poderá sofrer secas extremas dentro de 80 anos. O alerta é resultado de um novo
estudo publicado em 22/06/21 no jornal científico Environmental Research Letters.
O problema das secas poderá,
segundo a pesquisa, destruir a área florestada e liberar ainda mais dióxido de
carbono/CO2 na atmosfera, reforçando o efeito estufa e as mudanças
climáticas já evidentes.
Liderado por cientistas da
Universidade de Leeds, na Inglaterra, o levantamento contou com a participação
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os autores examinaram 38
modelos climáticos sobre a Amazônia, a fim de identificar os padrões de chuva
no bioma.
Apenas um terço deles, contudo, revelou coerência com um trabalho de campo realizado na floresta tropical. Por isso, alguns modelos tiveram que ser descartados. Os especialistas acreditam que, com esse grupo menor, a incerteza nos dados sobre as chuvas em toda a bacia amazônica foi reduzida pela metade.
Especialistas analisaram modelos climáticos sobre a Amazônia para estimar qual será o impacto das secas.
Segundo os cientistas, a
floresta tropical já sofre de estresse hídrico, mas, com o aumento previsto da
seca, sua sobrevivência ficará ainda mais ameaçada e haverá maior risco de
incêndios florestais. Além do mais, a secura no bioma pode resultar em danos no
ciclo d’água e na diminuição da biodiversidade.
A estimativa é de que haverá
reduções na chuva comparáveis às das secas de 2005 e 2010, que causaram ampla
mortalidade de árvores e prejuízos para as comunidades amazônicas. O clima seco
poderá afetar sobretudo a Amazônia oriental, embora a bacia ocidental passar
por um processo contrário, com um aumento de precipitação.
“Este novo estudo lança luz sobre como o clima da Amazônia provavelmente mudará sob um cenário de aquecimento extremo”, afirma Jessica Baker, primeira autora da descoberta, em comunicado. “Deve soar o alarme para os governos em todo o mundo de que este recurso global vital não deve ser deixado de lado”.
Não é a primeira vez que cientistas abordam a possibilidade de clima mais seco na Amazônia. Outra pesquisa, publicada em abril na revista Biogeosciences, mostrou inclusive que um aumento de 50% nos níveis de CO2 na atmosfera pode reduzir anualmente em 12% o volume de chuvas no bioma. (revistagalileu.globo)
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