Vários partidos políticos vão
ao STF demandar que União e Estados pantaneiros apresentem medidas em 30 dias
para evitar repetição de queimadas que destruíram 26% do bioma em 2020.
4 partidos políticos (PSOL,
Rede. PSB e PT) ingressaram em 22/06/21, no Supremo Tribunal Federal com uma
ação demandando que o governo federal e os governos estatuais de Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul apresentem em 30 dias um plano de prevenção às queimadas no
Pantanal.
O objetivo é pressionar o
poder público de forma a evitar que se repita a catástrofe de 2020, quando uma
seca extrema, combinada com queimadas originadas em sua maioria por
fazendeiros, causou a destruição de 26% do bioma, que é patrimônio da
humanidade e protegido pela Constituição.
As condições meteorológicas
em 2021 favorecem uma nova temporada de queimadas intensa no Pantanal. O
Centro-Sul do país enfrenta sua seca mais grave em mais de 90 anos e partes de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão sob risco de fogo crítico, segundo o
INPE/Instituto Nacional de Estudos Espaciais.
A ADPF/Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental apresentada pelos partidos lembra que o
governo não tomou providências para prevenir o fogo em 2020, mesmo com os
alertas do IBAMA de que os incêndios se intensificariam.
No entanto, os recursos
chegam no meio do ano, já em plena temporada de queimadas, e há risco de eles
não serem executados pela falta de planos de manejo integrado de fogo – que
incluam contratação de brigadistas, compra de equipamentos e definição de áreas
prioritárias antes de as queimadas acontecerem.
“Não se combate incêndio
despejando dinheiro de helicóptero”, diz Suely Araújo, especialista sênior em
Políticas Públicas do Observatório do Clima. “A gestão do fogo neste governo
tem sido marcada por cortes orçamentários e baixa execução do que existe de
recurso. É preciso assegurar que o dinheiro liberado pelo Parlamento seja
usado, a demanda dos partidos também tem esse objetivo.”
A ação pede que o ministro
que for sorteado relator da ADPF decida monocraticamente, com o referendo da
corte, por determinar a apresentação dos planos pelos governos, e com
transparência à sociedade. O pedido se justifica pela pressa: a estação seca no
Pantanal já começou e as queimadas podem se agravar nas próximas semanas.
“O Brasil e a comunidade
internacional assistiram atônitos às queimadas no Pantanal no ano passado. Elas
foram provocadas em sua grande maioria de forma criminosa, por falta de
fiscalização e inação do governo federal, conforme ficou provado pela Comissão
Externa da Câmara. Assistimos ao sofrimento e à morte de animais, e ao
sofrimento dos pantaneiros, indígenas e não indígenas, que perderam suas roças
e atividades do turismo. É preciso cobrar das autoridades que se planejem para
evitar novamente o desastre criminoso neste ano”, afirmou o deputado federal
Nilto Tatto/PT-SP.
“A Rede Sustentabilidade
está, em conjunto com outros partidos, ingressando com ADPF que objetiva que o
Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, apresente um plano
consistente de medidas para impedir a repetição dos incêndios do Pantanal neste
ano de 2021. A ação prevê pedido de medida cautelar para que o plano seja
apresentado nos próximos 30 dias, uma vez que a demora na apresentação e
execução do plano poderá resultar em mais um cenário de catástrofe ambiental,
assim como tivemos em 2020, com a perda irreparável da fauna e da flora da
região pantaneira”, disse Heloísa Helena, Porta-voz nacional da Rede.
“Este é um governo que adotou a destruição ambiental como política. Não ficaremos de braços cruzados: vamos cobrar na Justiça que nossos biomas sejam preservados”, afirmou o deputado federal Alessandro Molon/PSB-RJ.
Pantanal é um bioma que soma 150 mil Km2, localizado em Mato Grosso (35%) e do Mato Grosso do Sul (65%).
Partidos pedem adoção de medidas
urgentes contra possíveis queimadas no Pantanal.
Há risco iminente de
ampliação de grave dano ambiental no país, em razão das grandes queimadas nessa
época do ano (inverno no hemisfério sul). (ecodebate)
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