Lago
na Antártida desaparece abruptamente, mostram imagens de satélite.
Um
lago grande, profundo e coberto por gelo desapareceu abruptamente na Antártida,
conforme mostra um estudo publicado no periódico Geophysical Research Letters
em 25/06/21. Considerado raro, o evento aconteceu na plataforma de gelo Amery,
localizada na região leste do continente.
De
acordo com a pesquisa, o fenômeno ocorreu em junho/2019, no inverno antártico,
e resultou na perda de 600 a 750 milhões m3 de água, que foram despejados
no oceano.
A
quantidade de líquido corresponde ao dobro do volume da Baía de San Diego, nos
Estados Unidos, e fez com que o entorno do lago subisse 36 metros. Imagens de
radar revelam que o episódio durou uma semana ou menos.
“Acreditamos
que o peso da água acumulada nesse lago abriu uma fissura na plataforma de gelo
abaixo dele, em um processo conhecido como hidrofraturamento”, explica, em
nota, o glaciologista Roland Warner, da Universidade da Tasmânia, na Austrália.
O
hidrofraturamento já havia sido observado no colapso de plataformas de gelo
menores na Península Antártica, mas não costuma ser visto em gelos com 1.400
metros de espessura, como é o caso da Amery.
Após a drenagem, uma depressão parecida com uma cratera surgiu na superfície da plataforma, onde antes ficava o lago. A cavidade, que foi classificada como uma dolina de gelo, ocupa 11 km2 e contém restos fraturados da cobertura glacial.
Imagem de satélite mostra a dolina com água de degelo no verão.
Por
meio do satélite ICESat-2, da NASA, os pesquisadores descobriram que, apesar da
perda de água ter deixado a plataforma mais leve, a superfície de gelo caiu 80
metros na dolina. Além disso, os cientistas constataram que a disrupção
modificou 60 km2 da paisagem local.
Segundo os autores do artigo, ainda é cedo para afirmar que a drenagem do lago está relacionada a tendências maiores, como o aquecimento do clima.
Imagens de satélite da NASA revelam derretimento na Antártica.
“Esse
evento abrupto foi, aparentemente, o ponto mais alto do acúmulo e do
armazenamento de água derretida que vinha ocorrendo há décadas”, finaliza o
pesquisador Jonathan Kingslake, da Universidade de Columbia, nos Estados
Unidos. (revistagalileu.globo)
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