Estudos anteriores já haviam
demonstrado que os microplásticos estão presentes no ar de grandes metrópoles e
que as pessoas inalam essas partículas ou fibras.
Presença de microplásticos
ambientais no pulmão humano foi documentada pela primeira vez por pesquisadores
da Universidade de São Paulo/FM-USP em artigo publicado no Journal of Hazardous
Materials.
A pesquisa, financiada pela
FAPESP, foi desenvolvida por grupos do Instituto de Química e do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas da USP, em parceria com uma equipe da Faculdade de
Medicina/FM-USP coordenada pela professora Thais Mauad.
Foram analisadas amostras de 20 tecidos pulmonares, das quais 13 peças continham resíduos de microplásticos. O material foi quantificado e caracterizado pelos pesquisadores com auxílio de espectroscopia Raman – uma técnica fotônica de alta resolução que pode proporcionar, em poucos segundos, informação química e estrutural de quase qualquer material. As análises revelaram a presença de partículas poliméricas menores do que 5,5 micrômetros (µm, a milésima parte do milímetro), bem como de fibras que variavam entre 8,12 e 16,8 µm. Os polímeros mais frequentemente determinados foram o polietileno e o polipropileno. Segundo os autores, a contaminação dos pulmões ocorreu por inalação.
de polipropileno identificada em pulmão humano por pesquisa da Faculdade de Medicina da USP.
Pesquisa da USP acha
microplásticos em pulmões humanos.
“Somos o primeiro grupo no
mundo a obter e publicar essas conclusões”, afirma Luís Fernando Amato
Lourenço, pesquisador do Departamento de Patologia da FM-USP e bolsista da
FAPESP, em entrevista para a Assessoria de Comunicação da FM-USP.
O projeto foi realizado
dentro do Programa São Paulo Researchers in International Collaboration
(SPRINT) da FAPESP em acordo de cooperação científica com a Universidade de
Leiden, dos Países Baixos.
Estudos anteriores haviam
demonstrado que os microplásticos estão presentes no ar de grandes metrópoles e
que as pessoas inalam essas partículas ou fibras.
A pesquisa da FM-USP indica
que, uma vez no meio ambiente, essas partículas e fibras são muito heterogêneas
e tendem a se ligar a outros poluentes presentes no ar ou mesmo vírus e
bactérias, servindo como vetores. Dessa forma, existe grande potencial de os
microplásticos com esses contaminantes e microrganismos agregados serem
respirados pelas pessoas.
“O tema sobre microplásticos
e saúde humana ainda é extremamente recente. Com os resultados, evidenciando
que diferentes tipos de microplásticos chegam até o sistema respiratório
humano, os pesquisadores poderão elucidar quais são os potenciais efeitos
adversos desses compostos na saúde. Esse é justamente o próximo passo da nossa
pesquisa na FM-USP”, comenta Lourenço.
No momento, o grupo de cientistas responsável pelo estudo já faz o acompanhamento do ar da cidade de São Paulo para mensurar o quanto dessas partículas estão presentes em ambientes externos e internos.
Pesquisa revelou inalação de partículas de plástico na maioria das amostras analisadas.
Pesquisadores brasileiros
encontram microplástico em pulmão humano.
Inalação do material teria ocorrido em ambiente caseiro. (ecodebate)
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