No maior estudo já feito sobre lagos glacial, pesquisadores
de instituições canadenses, norte-americanos e britânicas descobriram que o
volume desses corpos aquáticos aumentou 48% desde 1990, conforme as geleiras
derretem e recuam devido às mudanças climáticas. Artigo publicado na Nature
Climate Change, os cientistas contam que utilizaram dados coletados pela NASA
durante os últimos 30 anos.
O estudo estima que o volume atual dos lagos glaciais combinados chega a 156 km3 de água, o equivalente a um terço do volume do Lago Erie, entre os Estados Unidos e o Canadá, que é um dos maiores do planeta. "Sabíamos que nem toda a água derretida está chegando aos oceanos imediatamente", disse Dan Shugar, líder do estudo, em comunicado. "Mas até agora não tínhamos dados para estimar quanto estava sendo armazenado em lagos ou águas subterrâneas".
Os cientistas começaram o estudo pesquisando sobre alguns lagos glacial nas montanhas asiáticas, região geográfica que inclui o Platô Tibetano e cadeias de montanhas circundantes, incluindo o Himalaia. Depois, percebendo o sucesso da análise, eles tornaram as observações mais abrangentes, criando uma estimativa mundial, com exceção da Antártida.
A equipe analisou mais de 250 mil registros feitos
pela missão do satélite Landsat, da Nasa. Segundo os pesquisadores, há uma
década não seria possível processar e analisar esse volume de dados, mas com a
tecnologia atual, esse estudo foi possível.
"Nós escrevemos scripts no Google Earth Engine, uma plataforma online para análises muito grandes de dados geoespaciais, para focar apenas nas montanhas da Ásia, e então decidimos avaliar todos os lagos glaciais do mundo", contou Shugar. "A partir daí, fomos capazes de construir uma relação de escala para estimar o volume dos lagos glaciais do mundo com base na área dessa grande população de lagos".
Ebora a água do derretimento de geleiras armazenada nos lagos glaciais contribua pouco para o aumento geral do nível do mar, ela pode ter um grande impacto nas comunidades e ecossistemas situados na jusante dos lagos, nos Andes, no Butão e no Nepal, por exemplo. "Felizmente, organizações como as Nações Unidas (ONU) estão facilitando muito o monitoramento e trabalhos de mitigação para reduzir os lagos e tentar diminuir os riscos", explicou Shugar. (revistagalileu.globo)
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