Os
espaços verdes nas cidades têm vários efeitos positivos: são bons para nossa
saúde física e mental, são bons para o meio ambiente e podem até ajudar a
combater os efeitos das mudanças climáticas.
Para
explorar o impacto de estruturas verdes adicionais nas cidades, Katja Schmidt e
Ariane Walz, afiliadas à Universidade de Potsdam, na Alemanha, quantificaram
seus efeitos em diferentes aspectos, como conforto térmico, biodiversidade,
armazenamento de carbono e interação social. Seu estudo, publicado na revista
de acesso aberto e revisado por pares One Ecosystem, combina o conhecimento da
pesquisa em saúde, ecologia e pesquisa socioecológica e mostra como quanto
melhor conhecemos um tipo específico de ecossistema, melhor podemos nos adaptar
ao clima mudança.
Perseguindo uma abordagem multi-métodos que variou de medições climáticas locais a mapeamento de habitat e árvores, os autores compararam quatro pátios residenciais verdes em Potsdam. Os espaços foram construídos de forma semelhante, mas tinham diferentes proporções e tamanhos de recursos (gramados, canteiros, caminhos, parques infantis e lotes), bem como diferentes populações arbóreas e arbustivas.
Ao fazer sua pesquisa, Schmidt e Walz viram como mesmo pequenas diferenças na estrutura verde afetam a provisão de benefícios, mas uma coisa ficou clara: os pátios mais verdes renderam mais benefícios. As árvores têm a capacidade vital de resfriar o ambiente e aumentar o conforto térmico. Notavelmente, os pesquisadores relatam efeitos adicionais de resfriamento de até 11°C nos pátios mais verdes. Isso significa que as estruturas verdes residenciais podem ser de grande valor para a saúde humana durante o calor do verão, quando o asfalto e os edifícios tornam os dias quentes ainda mais quentes. Considerando o envelhecimento demográfico e o provável aumento das ondas de calor na área, é provável que isso tenha implicações ainda maiores para a saúde nos próximos anos.
Os
espaços verdes urbanos também podem ser um fator importante no armazenamento de
carbono, pois os solos urbanos e as árvores têm a capacidade de atuar como
sumidouros de dióxido de carbono atmosférico. Os quintais residenciais com mais
e maiores árvores, logicamente, têm o poder de armazenar mais carbono. É aqui
que entra a manutenção adequada: quando os quintais são geridos de forma sustentável,
as árvores vivem mais e podem armazenar mais carbono.
“Considerando a tendência de aumento da quantidade e magnitude de eventos climáticos extremos e a vulnerabilidade das áreas urbanas, os espaços verdes são conhecidos por apresentarem grande potencial para aumentar a resiliência climática urbana. Nosso trabalho destaca os efeitos positivos generalizados de estruturas verdes adicionais em espaços abertos residenciais, um tipo de espaço verde urbano que é frequentemente pouco estudado”, ressalta Dr. Schmidt.
Como conclusão, os pesquisadores apontam que, se os proprietários e arrendatários receberem incentivos para se comprometerem com a adaptação climática, e os bairros apresentarem estratégias de gestão deliberadas, esses benefícios poderão ser potencializados, contribuindo para um desenvolvimento urbano mais sustentável. (ecodebate)
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