Depois do plástico, a guimba
(bituca) de cigarro e o isopor aparecem em 2º e 3º lugares entre os itens mais
encontrados. Os outros 19,7% abrangem artigos como roupas e apetrechos de
pesca, entre outros. Todos fazem parte de uma amostra que soma 16.733 itens
retirados da areia, da praia e de manguezais.
O levantamento faz parte de
um trabalho feito pela Abrelpe desde 2018 em 11 cidades da costa onde vivem 14
milhões de habitantes. O programa iniciou as ações de monitoramento, prevenção
e combate ao lixo no mar e nos demais corpos hídricos em Santos/SP e atualmente
abrange os municípios de Balneário Camboriú/SC, Bertioga/SP, Fortaleza/CE,
Ipojuca/PE, Rio de Janeiro/RJ, São Luís/MA, Manaus/AM, Serra/ES e municípios da
Baía da Ilha Grande/RJ.
Metodologia
A metodologia desenvolvida no âmbito do projeto Lixo Fora D’Água também está presente no Caribe, sendo aplicada em cidades da Costa Rica, Colômbia e República Dominicana.
“Cerca de 22 milhões de toneladas de plásticos vazam para o meio ambiente a cada ano em todo o mundo, e em torno de cinco a 12 milhões de toneladas de resíduos plásticos têm os oceanos como destino. Cerca de 80% desse total são oriundos de atividades humanas desenvolvidas no continente, seja no litoral ou em regiões onde correm rios que desaguam em ambientes marinhos, sendo resultado de falhas que ocorrem nos sistemas de limpeza urbana e gestão de resíduos nas áreas urbanas das cidades”, disse o diretor presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.
Segundo as estimativas da
entidade, mais de dois milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos vão
parar nos rios e mares todos os anos no Brasil.
“Ressalta-se, porém, que esse
total pode ser ainda maior já que as 30 milhões de toneladas de lixo que seguem
para destinação inadequada, ou seja, lixões e aterros controlados, que ainda
existem em todo o país, podem acarretar um acréscimo de 3 milhões de toneladas
de lixo no mar a cada ano”, afirmou a Abrelpe.
Acrescentou que o programa
também visa identificar as principais fontes de origem dos resíduos e estudar
como as cidades podem aprimorar a gestão de resíduos sólidos em terra para
prevenir a poluição marinha.
Vazamento de lixo
Segundo um dos relatórios, as 3 principais fontes de vazamento de lixo no mar são as comunidades nas áreas de ocupação irregular, próximas aos cursos d’água, os canais de drenagem que atravessam a malha urbana e a própria orla da praia em sua faixa de areia.
“Os resultados do programa Lixo Fora D’água permitem afirmar que a melhor solução para o problema do lixo no mar reside justamente no aperfeiçoamento dos sistemas e infraestrutura de limpeza urbana nas cidades, que deve acontecer junto a programas permanentes de educação ambiental implementados em todas as camadas da população”, explicou o presidente da Abrelpe. (ecodebate)
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