Pelo menos 359 mil hectares
do total da perda ocorreram devido a incêndios, o que evidencia o avanço de
diversos causadores e ameaças de desmatamento na Amazônia. As informações são
da plataforma de monitoramento desenvolvido pela Universidade de Maryland.
O GFW identificou as reduções
de florestas úmidas tropicais, que são ecossistemas importantes para a natureza
devido às árvores de mais de cinco metros de altura.
Desde o início da série
histórica do GFW, em 2002, o Brasil passou por um ciclo de redução da curva de
perda de florestas, entre 2004 e 2014, época do governo PT.
Entretanto, nos últimos sete
anos o desmatamento voltou a ocorrer em níveis alarmantes, chegando a ficar
próximo aos 3 milhões de hectares em 2016, ano em que Dilma Rousseff sofreu o
golpe. A partir do início da gestão Bolsonaro, os índices dispararam.
O combate ao desmatamento no governo Lula sempre fez parte do legado do partido. Em 2018, Lula ganhou o prêmio Chico Mendes de Florestania pelo governo do Acre por seu legado em defesa ao Meio Ambiente.
Crescimento da ilegalidade
Praxe no governo de
Bolsonaro, os cortes no orçamento do Ministério do Meio Ambiente e a ausência
de fiscalização e políticas públicas contribuíram para o crescimento da
ilegalidade.
Segundo o estudo, a atual
gestão do governo federal com uma política antiambiental intensificou os
desmatamentos com a paralisação, por exemplo, do Fundo Amazônia.
Outro problema apontado pela
pesquisa é suspensão de demarcação e proteção de terras indígenas, já que os
povos originários são considerados, inclusive como consta nos recentes relatórios
do IPCC, como barreiras contra o desmatamento na Amazônia. Nos dados do GSW, é
possível ver avanço da perda de floresta principalmente no oeste amazônico, em
estados como Acre, Amazonas e Rondônia.
Em entrevista ao jornal O
Globo, a diretora de Florestas, Uso da Terra e Agricultura do WRI Brasil,
Fabíola Zerbini, alerta que “nesse cenário, o futuro é preocupante”.
“Algumas áreas da Amazônia
começam a chegar num ponto irreversível de desertificação. A continuidade desse
ritmo de perda da floresta causará grandes impactos no país e no mundo,
começando pelo não cumprimento de metas climáticas e na crise hídrica nacional,
inclusive para a agricultura. Por fim, o Brasil perderia esse ativo que é a
floresta amazônica”, explica a especialista.
Ela também destaca o
retrocesso no debate sobre meio ambiente e a falsa dicotomia imposta por
setores da sociedade, que “enxergam a floresta como um entrave para o progresso
econômico, um discurso empoderado na atual gestão do governo”.
Fabíola Zerbini enfatiza que soluções para o cenário crítico do país em relação ao desmatamento precisam de orçamento e de criação de políticas públicas, com parcerias com o setor privado.
Aumento do desmatamento em terras públicas
Outra
especialista, a gerente de ciências do WWF-Brasil, que também foi entrevistada
pelo jornal O Globo, Mariana Napolitano, alerta sobre o aumento no número de
desmatamento em terras públicas por conta da flexibilização de medidas de
conservação, reduções orçamentárias e incentivo à grilagem, tanto no Executivo
quanto no Legislativo, no governo de Bolsonaro.
“O cenário é muito triste.
Estamos perdendo algo que será muito difícil recuperar na frente, e com valor
que em muitos casos nem conhecemos ainda. Há uma urgência nessa agenda que
muitas vezes as pessoas desconhecem”.
Mariana ressalta ainda que “é assustador o Brasil ser responsável por 40% da perda de floresta primária no mundo. Significa que temos uma das principais fronteiras de desmatamento do mundo, e em muitos casos é bastante associado a atividades ilegais, com invasões de terras públicas e protegidas”.
INPE alerta que desmatamento da Amazônia é o maior desde 2006.
Entre agosto de 2020 e julho
de 2021, a floresta amazônica perdeu 13,2 mil km2. Comenta-se que
durante os governo do PT, desmatamento teve os índices mais baixos da história.
(pt.org)
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