Brasil foi responsável por
40% de perda de florestas nativas no mundo em 2021, diz relatório.
Em 2021, mais de 40% da perda
de floresta nativas ocorreu no Brasil, segundo dados do Global Forest Watch,
plataforma de monitoramento de florestas desenvolvida pela Universidade de
Maryland. Os dados foram publicados em 28/04/2022.
O país perdeu cerca de 1,5
milhão de hectares nas chamadas de florestas tropicais primárias. A maior perda
foi na região Norte. As florestas primárias, ou virgens, são aquelas que se
encontram em seu estado original — não afetadas, ou afetadas o mínimo possível,
pela ação humana. Por serem mais antigas, elas têm mais diversidade de
espécies, armazenam mais carbono e são consideradas essenciais no combate à
mudança climática.
Esse mapeamento é feito há
duas décadas a partir de análises de imagens de satélite. Os dados apontam que
o Brasil vem destruindo áreas gigantes de floresta, com taxa acima de 1 milhão
de hectares, desde 2016.
"A taxa de perda de
florestas primárias no Brasil tem sido persistentemente alta nos últimos anos.
A perda relacionada a incêndios flutuou dependendo do nível de incêndios
florestais fora de controle, mais recentemente com um pico em 2020 na Amazônia
e no Pantanal", diz o relatório.
O relatório também alerta que
a Floresta Amazônica está perdendo a resistência. A vegetação está mais seca e
demora mais para se recuperar, e mais da metade da floresta corre o risco de
virar savana em questão de décadas, com reflexos na biodiversidade e no clima.
"A perda de floresta
primária no Brasil é especialmente preocupante, dada a nova evidência de que a
Floresta Amazônica está perdendo resistência e pode estar mais perto de um
ponto de inflexão do que se pensava anteriormente, onde as interações entre
desmatamento, mudanças climáticas e incêndios levam à transformação
irreversível de grandes áreas da Amazônia para uma savana", completa o
estudo.
Esse processo não acontece só no Brasil. Em todo o mundo, foram 3,75 milhões de hectares que foram perdidos por conta da ação do homem. Em segundo lugar na lista dos maiores desmatadores está a República Democrática do Congo. Em seguida estão Bolívia, Indonésia e Peru.
Brasil é o país que mais perdeu florestas tropicais no mundo
Desmatamento em 2022
Janeiro e fevereiro de 2022
acumularam recordes de desmatamento no Brasil. Segundo especialistas, os
números são alarmantes porque é justamente nesta época do ano que a Amazônia
costuma sofrer um pouco menos com a ação de tratores e de motosserras.
Normalmente, o período entre
dezembro, janeiro, fevereiro e março acumula taxas menores de desmate já que
estão dentro da estação chuvosa da maioria dos estados do bioma. No entanto, as
taxas atuais se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior
ação contra os crimes ambientais.
Veja os números dos recordes
em destaques:
• Em janeiro foram 430,44 km²
de área sob alerta de desmatamento, de acordo com o sistema Deter, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A média para janeiro no período entre
2016 e 2021 é de 162 km²; a taxa atual foi 165% maior;
• Em fevereiro foram 199 km²
de áreas sob alerta de desmate, segundo o INPE; a média entre 2016 e 2021 é de
135 km²: o número registrado neste ano é 47% maior;
• Monitoramento independente feito com outra metodologia pelo Imazon, divulgado na sexta-feira (19), aponta 70% de alta no desmatamento no mês passado; foi o pior fevereiro em 15 anos.
Desmatamento no Acre em 2021 foi o pior em dez anos. (g1)
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