A Global Battery Alliance
(GBA), organização multissetorial que visa estabelecer uma cadeia de valor para
baterias sustentáveis até 2030, lançou nessa semana, na Reunião Anual do Fórum
Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a prova conceitual para a iniciativa que
visa rastrear os minerais críticos durante a extração, utilização e descarte
final dos sistemas de armazenamento por meio de baterias.
O projeto é tido como
principal foco da entidade e busca estabelecer um gêmeo digital de uma bateria
física que transmite informações sobre todos os requisitos de sustentabilidade
e de ciclo de vida aplicáveis com base em uma definição abrangente de
sustentabilidade. A ideia é que o Passaporte de Bateria traga novos níveis de
transparência, coletando, trocando, agrupando e relatando dados confiáveis,
comparáveis e auditáveis entre todas as partes interessadas do ciclo de vida,
seja a respeito da proveniência do material, composição química, histórico de
fabricação, além do desempenho em sustentabilidade.
Segundo a GBA, o projeto é
fundamental para facilitar o rápido dimensionamento de um organograma de
desenvolvimento a esses dispositivos, circulares e responsáveis em atender às
metas do Acordo de Paris por meio da eletrificação dos setores de transporte e
de energia.
Selo de qualidade e direitos
humanos
Outro mote é fornecer aos
usuários finais um selo de qualidade com base no desempenho de sustentabilidade
do produto, conforme as regras de relatórios acordadas pelas partes
interessadas do setor, da academia, organizações não-governamentais e do
governo.
Disponível publicamente no site da Global Battery Alliance, o protótipo do passaporte inclui dados de exemplo da Audi e da Tesla e seus parceiros de cadeias de valor relacionados às especificações técnicas, à proveniência do material e aos relatórios da bateria com relação aos principais indicadores de desempenho de sustentabilidade.
Tesla afirma ter coletado os pontos de dados ambientais e sociais relevantes no fornecimento de cobalto (Tesla)
Os indicadores incluem um
relatório parcial sobre a pegada de carbono e o desempenho com relação ao
trabalho infantil e aos direitos humanos, segundo livros de regras
desenvolvidos pelos membros da GBA para materiais selecionados, além de
informações sobre a coleta de dados em diferentes etapas das cadeias de valor.
A ideia é que os clientes tomem decisões de compra mais informadas e promovam
práticas sustentáveis de compra, processamento e fabricação na indústria
futuramente.
Desenvolvido ao longo de três
anos, o Passaporte contou também com participação da Audi, BASF, CATL, Eurasian
Resources Group, Glencore, LG Energy Solution, Umicore, Tesla e fornecedores de
soluções de TI. Também participaram organizações não-governamentais e
internacionais líderes, incluindo IndustriALL Global Union, PACT, Transport
& Environment, UNEP, UNICEF e muitas outras, com o apoio de instituições
governamentais como o Ministério Alemão de Assuntos Econômicos e Ação Climática
e do Natural Resources do Canadá.
Obrigatoriedade na UE
O conceito do projeto já foi
endossado na Reunião dos Líderes do G7 de 2021, no Regulamento de Baterias da
União Europeia e pelas administrações canadense e americana. Assim o Passaporte
se tornará um requisito obrigatório na UE até 2026, com outras regiões provavelmente
seguindo esse rito.
Após o lançamento da prova de conceito, a GBA afirmou que continuará a evoluir a arquitetura do projeto, incluindo o desenvolvimento de uma estrutura de indicadores abrangente e simplificada. Os membros da equipe trabalharão em conjunto no desenvolvimento de regras e mecanismos para pontuação de desempenho, governança de dados, garantia e verificação, incluindo instrumentos de TI.
Uma vez concluído, o processo permitirá que as baterias sejam comparadas com relação à definição verificável da GBA de uma bateria sustentável e responsável no futuro, identificando aquelas que são melhores e piores na classe e acompanhando o progresso no setor, por meio da emissão de um selo de qualidade. (canalenergia)
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