Após três anos de presença na
região já é possível ver a sinalização de que o fenômeno climático La Niña pode
estar chegando ao final. A atualização do sistema de monitoramento da
temperatura das águas do Pacífico mostra que todas as regiões em que são
medidas a temperatura da superfície do oceano estão em um patamar mais elevado
do que meio grau Celsius negativo.
Informação foi revelada pelo
meteorologista da Climatempo, Pedro Regotto, em sua participação no
CanalEnergia Live em 08/03/23. Contudo, disse ele, para confirmar a mudança
para um estado de neutralidade ou de El Niño, são necessárias duas condições.
Uma é a manutenção da temperatura por cinco meses seguidos e a segunda é o
acoplamento entre o oceano e atmosfera, que são intrinsicamente ligados para a
caracterização do fenômeno.
“Viemos de um período de três
anos de La Niña, que tem como efeito a intensificação das chuvas no Nordeste, e
consequentemente menos geração eólica, enquanto no Sul um cenário mais seco. No
El Niño o efeito é inverso. Se confirmado, podemos ver a retomada da geração
eólica com ventos mais favoráveis porque o Nordeste passaria por um período de
menos chuvas”, explicou Regotto.
A sinalização mostra
patamares de temperaturas mais elevadas do que o limite de -0,5°C que
caracteriza o La Niña. Em todas as regiões as temperaturas variaram acima desse
nível, chegando a até 1,1°C, acima disso se tem o El Niño. “É um sinal de que
caminhamos na direção de sair definitivamente do estado de La Niña”,
sentenciou.
Mas lembrou que as condições precisam perdurar para que se confirme essa alteração. Ou seja, é necessário o acompanhamento dos dados. “Mas a tendência é que tenhamos o El Niño”, acrescentou.
“São as águas de março fechando o verão”
O verso da música de Tom
Jobim interpretado por Elis Regina está mais claro do que nunca neste ano. Para
o encerramento do período mais quente do ano o panorama é positivo para o setor
elétrico.
Regotto lembrou que os níveis
dos reservatórios estão em patamares elevados. Os mais altos da última década
no SIN. Ainda ontem, o Operador Nacional do Sistema Elétrico indicava que o
Sudeste/Centro-Oeste, utilizava 79,1% de sua capacidade de armazenamento, no
sul o índice era de 85,4%, o Nordeste contava com 86,8% e o Norte com 98,5%.
E a indicação é de que até o
final deste mês o país todo deverá ver a continuidade das chuvas, colaborando
de forma mais expressiva com a elevação desses níveis.
“Este será um mês em que as
chuvas vão acontecer de forma mais expressiva em quase todo o país, no Sul
menos expressivo quando comparado com o Sudeste e o Norte do país que serão
mais significativas”, apontou.
Já nos próximos dias, ao longo da semana a previsão mostra formação de uma zona de convergência de umidade que afetará o sul do Mato Grosso do Sul, o Paraná e o oeste de São Paulo. Essas regiões estão em uma área mais propensa a problemas com ventos e raios. Em termos de Energia Natural Afluente, é esperado o aumento na região conhecida como incremental de Itaipu.
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