É o que aponta um relatório
realizado pela KPMG que fornece informações sobre como sete indústrias
fundamentais para combater as mudanças climáticas se comportaram com relação ao
tema.
A análise foi feita em 24
países, entre eles, o Brasil e realizada com base nas informações do banco de
dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global, da Comissão Europeia
(European Commission’s Emissions Database for Global Atmospheric Research – da
sigla EDGAR). Além disso, o documento disponibilizou ainda dados críticos para
entender e superar os desafios da transição para emissão zero de gás carbono em
nível global.
O estudo mostrou também que a
maioria dos setores pesquisados registrou um aumento de emissões absolutas de
gases de efeito estufa, de 2005 a 2022, sendo que os maiores percentuais foram
nos setores de transporte (53%), agricultura (46%) e resíduos (30%). Se for
analisado apenas o recorte de energia, excluindo a geração de eletricidade, foi
registrada uma redução de 1%.
“A agricultura é responsável por emissões significativas, e uma nova versão do Plano ABC do Brasil para a descarbonização do setor foi publicada pelo governo brasileiro, o que inclui a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas, expansão do uso da fixação biológica de nitrogênio para substituir fertilizantes nitrogenados e o reflorestamento de milhões de hectares de terra. Além de reduzir as emissões líquidas e melhorar o meio ambiente do país, o reflorestamento oferece oportunidades comerciais por meio da venda potencial de créditos de carbono”, analisa sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e na América do Sul, Nelmara Arbex.
Agricultura, transporte e resíduos foram os setores que mais emitiram gases de efeito estufa no Brasil, diz pesquisa da KPMG.
Setores |
Emissões de GEE em
2022 |
Emissão absoluta:
2005 a 2022 |
Intensidade emissão:
2005 a 2022 |
Agricultura |
46% |
46% |
-26% |
Transportes |
16% |
53% |
10% |
Resíduos |
13% |
30% |
-7% |
Indústria |
11% |
9% |
-6% |
Energia |
5% |
-1% |
-46% |
Eletricidade |
4% |
18% |
-13% |
Edificações |
4% |
20% |
-14% |
* Calculado pela KPMG com
dados da EDGAR
Quando analisada a mudança na
intensidade das emissões, também no período de 2005 a 2022, o setor de
transporte foi o único que teve um aumento de 10%.
“Neste caso, foram utilizados
os valores relativizados, ou seja, as emissões totais do setor foram divididas
por algum fator para tentar desconsiderar variações de outros parâmetros. Por
exemplo, a relativização dos setores de transporte e edificações foi feita por
número de pessoas (per capita), as categorias economia, indústria e agricultura
foi por receita do setor no ano de 2010”, explica o sócio-diretor líder de
descarbonização da KPMG no Brasil, Felipe Salgado.
Sobre a pesquisa:
A pesquisa da KPMG “Net Zero Readiness Report 2023” utilizou as informações do banco de dados banco de dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global, da Comissão Europeia – EDGAR (European Commission’s Emissions Database for Global Atmospheric Research), que se baseiam nas categorias de emissões de gases de efeito estufa do IPCC da Organização das Nações Unidas (ONU): energia excluindo eletricidade (setor de combustíveis); eletricidade; transporte; edifícios (combustão em pequena escala não industrial); indústria (combustão industrial e processos industriais); agricultura (pecuária, solos agrícolas e queima de resíduos de colheita); e resíduos.
Plantação com emprego de tecnologia sustentável.
Brasil prevê reduzir emissão
de 1 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa na agricultura até 2030.
Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento divulgou que país reduziu a emissão de CO2
em 46% acima das metas traçadas para o período de 2010 a 2020. (ecodebate)
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