terça-feira, 29 de abril de 2025

Aquecimento global devido as mudanças climáticas

As principais mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global são:

Mudança na composição da fauna e da flora em todo o planeta.

Derretimento de grandes massas de gelo das regiões polares, ocasionando o aumento do nível do mar.

Aumento de casos de desastres naturais como inundações, tempestades e furacões.

Extinção de espécies.

Desertificação de áreas naturais.

As secas poderão ser mais frequentes.
Aquecimento global é um dos efeitos das mudanças climáticas, que são causadas pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Causas do aquecimento global: Queima de combustíveis fósseis; Desmatamento e queimadas; Poluição do ar e da água; Atividades industriais e transporte; Agropecuária; Descarte de resíduos sólidos; Consequências do aquecimento global; Secas intensas; Escassez de água; Incêndios severos; Aumento do nível do mar; Inundações; Derretimento do gelo polar; Tempestades catastróficas; Declínio da biodiversidade.

Aquecimento Global: Como as mudanças climáticas irão afetar sua vida

As geleiras estão derretendo, o nível do mar está subindo, florestas estão secando e a vida selvagem está lutando para se adaptar. O aquecimento global é uma realidade que precisamos enfrentar.

Está ficando evidente que os seres humanos são os responsáveis pela maior parte do aumento da temperatura no século passado ao liberar na atmosfera gases que retêm o calor do planeta.

Chamado de efeito estufa, os níveis destes gases estão mais elevados agora do que nos últimos 650 mil anos. Chamamos o resultado disto de aquecimento global, mas ele causa um conjunto de alterações no clima da Terra que varia de lugar para lugar.

Conforme a Terra gira a cada dia, este novo calor gira com o planeta, pegando e distribuindo a umidade sobre os oceanos. E isto está mudando o ritmo do ecossistema e impactando todos que dependem dele.

O que vamos fazer para retardar o aquecimento global? Como vamos lidar com as mudanças que já estão acontecendo? Enquanto lutamos para descobrir estas respostas, a Terra como a conhecemos (costas, florestas, fazendas e montanhas) estão em risco.

O aquecimento global é o aumento anormal da temperatura média do planeta registrado nos últimos anos. Esse fenômeno está diretamente relacionado às ações antrópicas (atividades do homem).

O Efeito estufa

O efeito estufa é o aquecimento que acontece quando certos gases na atmosfera da Terra retém o calor que normalmente se dissiparia. Estes gases deixam entrar a luz, mas impedem que o calor escape, funcionando como paredes de vidro de uma estufa.

Primeiro, a luz do sol brilha sobre a superfície da terra onde é absorvida e, em seguida, é irradiada de volta para a atmosfera na forma de calor. Na atmosfera, os gases que formam o efeito estufam prendem parte deste calor e o restante escapa para o espaço.

Quanto mais gases de efeito estufa estão na atmosfera, mais calor fica retido.

Cientistas conhecem o efeito estufa desde 1824, quando Joseph Fourier calculou que a Terra seria muito mais fria se ela não tivesse atmosfera. Este efeito de estufa é justamente o que mantém o clima da Terra habitável. Sem este efeito natural, a superfície da Terra teria uma temperatura média 15°C menor.

Os Gases de Efeito Estufa (GEE)

Em 1895, o químico sueco Svante Arrhenius descobriu que os seres humanos poderiam aumentar este efeito de estufa emitindo dióxido de carbono (CO2). Graças a ele iniciamos os estudos sobre o aquecimento global.

Os níveis de gases de efeito estufa (GEE) subiram e desceram ao longo da história da Terra, mas eles têm sido bastante constantes durante os últimos mil anos. As temperaturas médias globais ficaram razoavelmente constantes ao longo desse tempo, até recentemente.

Através da queima de combustíveis fósseis e outras emissões de GEE, os seres humanos estão aumentando o efeito estufa e o aquecimento global da Terra.

Os cientistas costumam usar o termo “mudança climática” em vez de aquecimento global. Isto é porque, como a temperatura média da Terra sobe, ventos e correntes oceânicas movem calor em todo o mundo de maneiras que podem esfriar algumas áreas, esquentar outras e alterar a quantidade de chuva e neve.

Ilustração das Mudanças Climáticas devido ao Aquecimento Global

Como resultado, o clima muda de formas diferentes em diferentes áreas.

Então a mudança de temperatura global é algo natural?

A temperatura e as concentrações de dióxido de carbono (um dos principais gases de efeito estufa) têm flutuado em um ciclo de centenas de milhares de anos com a posição da Terra em relação ao sol. Como resultado, as eras de gelo vem e vão.

No entanto, há milhares de anos, a emissão de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera foram compensadas naturalmente pelo planeta. Como resultado, as concentrações de GEE e as temperaturas médias foram bastante estáveis. Esta estabilidade tem permitido que a civilização humana se desenvolva dentro de um clima consistente.

Ocasionalmente, outros fatores influenciam brevemente as temperaturas globais. Erupções vulcânicas, por exemplo, emitem partículas que esfriam temporariamente a superfície da Terra. Mas estes não têm efeito duradouro. Outros ciclos, como o El Niño, também funcionam em ciclos bastante curtos e previsíveis.

Os seres humanos têm aumentado a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera por mais de um terço desde a revolução industrial. Alterações desta grandeza levaram, historicamente, milhares de anos, mas agora estão acontecendo ao longo de décadas.

As mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima.

Por que devemos nos preocupar com o aquecimento global?

O rápido aumento dos gases de efeito estufa é um problema porque ele está mudando o clima mais rápido do que alguns seres vivos podem ser capazes de se adaptar. Além disso, um clima novo e mais imprevisível apresenta desafios únicos para todas as formas de vida.

Historicamente, o clima da Terra mudou regularmente entre temperaturas como as que temos hoje e temperaturas mais frias, o suficiente para que grandes placas de gelo cobrissem grande parte da América do Norte e Europa.

A diferença entre as temperaturas médias globais hoje e durante essas eras de gelo é de apenas 5°C, aproximadamente. E essas mudanças aconteceram lentamente, ao longo de centenas de milhares de anos.

Agora, com concentrações de gases de efeito estufa em ascensão, as camadas restantes de gelo da Terra (como a da Groenlândia e da Antártida) estão começando a derreter também. Esta enorme quantidade extra de água pode elevar potencialmente o nível do mar.

Assim, o clima pode mudar de maneiras inesperadas. Além do nível do mar subindo, o tempo pode se tornar mais extremo. Isso significa mais grandes e intensas tempestades, mais chuva seguida por secas mais longas, alterações nos intervalos em que as plantas e os animais podem viver e perda de fontes de água que historicamente vêm de geleiras.

Os cientistas já estão percebendo algumas dessas mudanças ocorrerem mais rápido do que eles esperavam. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, onze dos doze anos mais quentes já registrados ocorreram nos últimos 15 anos.

Alguns impactos já percebidos pela comunidade científica

Elevação dos mares: inundação de pântanos de água doce, cidades de baixa altitude e ilhas com água do mar.

Mudanças nos padrões de precipitação/chuvas: secas e incêndios em algumas áreas, inundações em outras.

Aumento da probabilidade de eventos extremos: como inundações, furacões, etc.

Derretimento das calotas de gelo: perda de habitat natural perto dos polos, como ursos polares.

Fuga generalizada das populações de animais: após perda de habitat.

Propagação de doenças: migração de doenças como a malária para novas regiões que ficaram mais quentes.

Branqueamento dos recifes de coral: devido ao aquecimento dos mares e acidificação devido à formação de ácido carbônico, um terço dos recifes de coral agora parecem ter sido severamente danificadas pelo aquecimento dos mares.

E o que eu posso fazer para evitar ou diminuir o aquecimento global?

Há muitos passos simples que você pode tomar agora para reduzir a emissão de dióxido de carbono.

Quando você comprar novos aparelhos como geladeiras, lavadoras e secadoras, procure por produtos com selo de energia limpa do governo. Este selo significa que o produto possui um padrão mais elevado para a eficiência energética.

Quando você comprar um carro, procure aquele com o menor consumo de combustível e menores emissões de gases. Você também pode reduzir suas emissões, utilizando o transporte público sempre que possível.

São nossas atitudes que irão definir o futuro do nosso planeta. O aquecimento global é algo que precisa ser considerado em nossas ações do dia a dia. Faça a sua parte. (vivamaisverde)

domingo, 27 de abril de 2025

De que maneira a mudança climática se conecta com inundações mais recorrentes?

De que maneira a mudança climática se conecta com inundações mais recorrentes? Especialistas explicam.

As maiores ocorrências de eventos climáticos extremos comprovam como o clima mais quente pode agravar as inundações.

Em 2025, as mudanças climáticas devem trazer temperaturas acima da média e pouca chuva, resultando em uma prevalência da seca no Brasil. Além disso, um relatório da ONU indica que 2025 é o limite para que a emissão global de gases de efeito estufa atinjam seu ponto de inflexão e comecem a cair, a fim de evitar uma catástrofe climática. A ONU também alerta para o risco de colapso climático se as ações necessárias não forem tomadas até essa data.
Impacto das Mudanças Climáticas na disponibilidade da Água Potável

Água potável é um requisito fundamental para a vida humana, sua disponibilidade está sendo cada vez mais desafiada pelas mudanças climáticas. É essencial entender de onde vem a nossa água potável, como ela é afetada pelo clima e quais são as soluções possíveis para lidar com esses problemas. Vamos mergulhar no ciclo vital da água e como ele é impactado pelas condições climáticas alteradas.

As mudanças climáticas estão ligadas a inundações mais frequentes porque aumentam a temperatura do planeta, o que provoca mais umidade e chuvas mais intensas.

Como o aumento da temperatura provoca mais chuvas?

O aumento da temperatura global faz com que mais umidade evapore, o que agrava as chuvas e as inundações.

Para cada 1°C de aquecimento, o ar próximo à superfície da Terra pode transportar cerca de 7% mais água em sua fase gasosa (o vapor).

O aumento da temperatura também faz com que as precipitações ocorram mais em forma de chuva do que de neve.

Como o degelo do gelo do mar provoca inundações?

O aumento do nível do mar causado pelo degelo, que decorre das temperaturas mais altas, pode levar a inundações costeiras.

Como o aquecimento do oceano afeta as tempestades?

A frequência e a dimensão das tempestades tropicais também são afetadas pelo aquecimento do oceano.

Como as inundações podem ser um risco para as sociedades?

As enchentes, intensificadas pelas mudanças climáticas, representam um sério risco para as sociedades.

De que maneira a mudança climática se conecta com inundações mais recorrentes? Especialistas explicam.

As maiores ocorrências de eventos climáticos extremos comprovam como o clima mais quente pode agravar as inundações.
Fotografia mostra o bairro Praia do Laranjal na cidade de Pelotas/RS, inundado após fortes chuvas em maio/2024.

Registros de enchentes massivas têm se multiplicado mundo afora nos últimos tempos. Um dos mais recentes ocorreu na cidade de Bahía Blanca, na Argentina, localizada a cerca de 650 quilômetros da capital, Buenos Aires. Em 07/03/2025 o lugar foi mergulhado em uma inundação histórica que varreu tudo em seu caminho, deixando ao menos 16 pessoas mortas e uma vasta destruição.

Este desastre natural relembra o ocorrido no Brasil, entre abril e maio/2024, quando tempestades deixaram 478 cidades do Rio Grande do Sul debaixo d'água e afetaram quase milhões de pessoas. Ainda no mesmo ano, a região de Valência, na Espanha, foi atingida por chuvas torrenciais resultado de um fenômeno meteorológico chamado Dana ou Gota Fria (espécies de trombas d’água formadas por uma corrente de ventos polares muito intensos). Ele deixou um rastro de mais de 200 mortos em outubro passado, além de incontáveis danos estruturais e no meio ambiente em decorrência do volume e da força da água.

Os três casos recentes de enormes inundações mostram que este acontecimento parece estar aumentando em todo o mundo, com efeitos cada vez mais devastadores. Paralelamente a eles, também têm se intensificado as secas, os incêndios florestais, a ocorrência de furacões e outros eventos climáticos extremos.

Como tudo isso está relacionado à mudança climática causada pelos humanos?

National Geographic reuniu informações científicas sobre o assunto para entender como o planeta está se encaminhando para um futuro de enchentes e como esse cenário poderia ser enfrentado.

Em 07/03/2025 ocorreu uma tempestade histórica na cidade de Bahía Blanca, na província de Buenos Aires, na Argentina: na ocasião, 290 milímetros de água caíram no local em apenas 12 horas.

As mudanças climáticas influenciam as enchentes?

Relatório sobre o clima publicado pelo IPCC/Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas em 2021, especialistas foram diretos em afirmar que “mudanças climáticas já estão alterando a localização, a frequência e a gravidade das inundações”.

Como explica o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as inundações extremas podem ser desencadeadas por chuvas fortes, mais duradouras ou repetidas, quando não por uma combinação desses três fatores. E em um cenário de mudança climática, esses pontos podem ser exacerbados.

Temperaturas mais quentes levam a mais umidade e mais chuvas

De acordo com o relatório do IPCC, o aumento do nível do mar causado pelo degelo, que decorre das temperaturas mais altas, pode levar a inundações costeiras. E isso tem o potencial de se tornar ainda pior quando acompanhado de chuvas fortes.

Por sua vez, as temperaturas globais mais quentes estão correlacionadas com chuvas mais intensas e sustentadas, que se configuram na principal causa de inundações, por causarem mais umidade. “O ar próximo à superfície da Terra pode transportar cerca de 7% mais água em sua fase gasosa (o vapor) para cada 1°C de aquecimento”.

Caminhões flutuam em meio a fortes inundações em Terrebonne, no estado da Louisiana, Estados Unidos.

À medida que o planeta se aquece, espera-se uma precipitação mais intensa, afirma o IPCC. No entanto, isso nem sempre significa mais enchentes, pois os efeitos também dependem de outras variáveis, como o tipo de bacia hidrográfica, a paisagem da superfície, a extensão e a duração da precipitação e o grau de umidade do solo antes do evento da chuva.

Por exemplo, enquanto algumas regiões sofrerão um ressecamento do solo, o que pode tornar menos provável a ocorrência de inundações decorrentes de uma chuva, outras áreas podem sofrer com tempestades mais intensas, porém menos frequentes, que endurecem o solo, reduzindo sua capacidade de absorção de água.

Uma atividade humana que também contribui para a mudança climática e influencia os efeitos das chuvas é o desmatamento, seja para agricultura ou urbanização. Ele leva a mudanças no manejo da terra e “pode fazer com que a água da chuva flua mais rapidamente para os rios ou áreas baixas”.

Chuvas mais fortes são efeito das mudanças climáticas?

No caso das áreas frias, o degelo precoce combinado com mais precipitação na forma de chuva pode provocar enchentes e aumentar o fluxo dos rios, continua o documento do IPCC. Ainda assim, “a redução da cobertura de neve no inverno pode diminuir a probabilidade de enchentes resultantes da combinação de precipitação e derretimento rápido deste tipo de gelo”, diz a fonte.

Entretanto, o cenário não será o mesmo em todo o mundo. “Embora saibamos que um clima mais quente intensificará as precipitações, espera-se que as tendências locais e regionais variem tanto em direção quanto em magnitude, já que o aquecimento global causa influências múltiplas e, às vezes, conflitantes”, conclui o IPCC.

“Mesmo levando em conta vários fatores, quando os padrões climáticos levarem a inundações em um futuro mais quente, elas serão mais graves”, continua a fonte científica.

Como o mundo deve lidar com um futuro de mais enchentes

De acordo com o PNUMA, governos, empresas e cidadãos de todo o planeta devem se preparar para eventos climáticos cada vez mais extremos.

“A ciência do clima deve ser levada em conta na construção, adaptação e proteção de nossas casas, comunidades, empresas e infraestrutura. Mais urgentemente, as emissões de gases de Efeito Estufa devem ser reduzidas para controlar o aumento da temperatura global pelo maior tempo possível”, enfatiza o órgão internacional.

Além disso, soluções climáticas baseadas na natureza, como o reflorestamento e a restauração do solo, devem ser levadas em conta, conclui o PNUMA. (nationalgeographicbrasil)

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Mesmo com o La Niña, verão de 2024/2025 foi o 6º mais quente registrado no Brasil

Mesmo sob efeito La Niña, o verão de 2024/2025 foi o sexto mais quente já registrado no Brasil, segundo o Inmet, com temperaturas 0,34°C acima da média. A estação teve chuvas acima do normal no Norte e abaixo no Sudeste e Centro-Oeste.

Fenômeno climático que resfria a América do Sul não impediu o país de ficar 0,34°C acima da média no período; chuvas foram além do normal no Norte, mas ficaram abaixo no Sudeste e no Centro-Oeste.
Verão 2024-2025 foi o sexto mais quente no Brasil desde 1961 quando se iniciou as medições.

Termômetro registra 40°C em Porto Alegre (RS), cidade que sofreu 3 ondas de calor neste verão.

Verão terminou em 20/03, foi o 6° mais quente já registrado no Brasil, informou o Instituto Nacional de Meteorologia. Os termômetros do país ficaram 0,34°C acima da média das últimas 3 décadas, mostra um levantamento que é feito desde 1961 pela entidade.

A estação quente com calor acima da média era algo já esperado pelos cientistas, por causa da do aquecimento global, e neste ano é especialmente relevante, por causa da configuração climática na América do Sul.

Transição entre 2024 e 2025 foi marcada pelo estabelecimento do fenômeno La Niña, que é o resfriamento das águas equatoriais do Pacífico. Normalmente essa condição torna o verão sul-americano mais ameno, o que não ocorreu neste ano.

Na verdade, o anúncio de que o último verão está entre os 10 mais quentes e mais de meio século indica que ele poderia ter sido muito pior, não fosse o La Niña.

"O fato é que, para o Brasil, esta última década foi mais quente que a anterior, conforme alertado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que enfatiza o aumento da emissão de gases do efeito estufa na atmosfera e o aquecimento global", afirmou o Inmet em comunicado.

Dos outros 6 verões mais quentes que o atual, na verdade, 5 ocorreram sob o efeito El Niño, que é o aquecimento das águas do Pacífico, espalhando mais calor na América do Sul.

O recorde de calor, por enquanto, continua sendo o do verão anterior (2023/2024), que ficou 0,73°C mais quente do que a média de 1991 a 2010, usada como padrão pelo Inmet para observar a evolução do aquecimento global no Brasil.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, por outro lado, o verão foi um pouco mais seco do que o normal, com chuvas abaixo da média.
Recordes de calor

Os verões mais quentes registrados no Brasil

Um dos estados que mais contribuíram para a onda de calor neste período foi o Rio Grande do Sul, que passou por três ondas de calor. A situação na região Sul foi muito fora do normal, sobretudo considerando que Inmet adota a definição de onda de calor da Organização Meteorológica Mundial (WMO), que considera onda de calor um período de 5 dias com temperaturas mais de 5°C acima do normal.

Este verão também foi muito marcado pelas chuvas, sobretudo na região Norte, que já é muito chuvosa. Houve localidades em estados da Amazônia e no Piauí com mais de 700 mm de chuva acumulada.

"Os constantes temporais que atingiram a faixa norte do país durante o verão tiveram como principal responsável o sistema meteorológico Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é formado pela confluência dos ventos alísios provenientes do Nordeste, com origem no Hemisfério Norte, e também de ventos do Sudeste, com origem no Hemisfério Sul", explica o comunicado do Inmet.

Verão de 2023/2024 foi mais seco do que o normal nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, com chuvas abaixo da média.

O que aconteceu?

O fenômeno El Niño elevou as temperaturas em grande parte do Brasil.

A umidade do solo estava entre as mais baixas dos últimos 95 anos.

A vazão dos rios deve continuar baixa, afetando culturas como café, milho e cana-de-açúcar.

Como foi a previsão para o outono?

A tendência para o outono é de chuvas abaixo da média histórica em grande parte da região Centro-Oeste.

A umidade do solo está entre as mais baixas dos últimos 95 anos.

A vazão dos rios deve continuar baixa, afetando culturas como café, milho e cana-de-açúcar.

O que aconteceu no verão de 2024/2025?

As chuvas ficaram abaixo do normal no Sudeste e no Centro-Oeste.

O país ficou 0,34°C acima da média no período.

A região Centro-Oeste do Brasil apresenta clima predominantemente tropical, com verões úmidos e invernos secos, só que o verão 2024/2025 ficou muito abaixo da média pluviométrica. (oglobo)

quarta-feira, 23 de abril de 2025

NASA alerta para a alta do nível do mar

NASA alerta para a alta inesperada do nível do mar e aponta mudança no padrão dos fatores que influenciam na subida das águas.

A taxa de elevação ficou acima da projeção inicial feita pela Agência Espacial norte-americana.
Mar destrói contenção de areia em Atafona, distrito da cidade de São João da Barra, Norte do estado do Rio.

Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) anunciou em 13/03/2025 que o nível global do mar subiu de forma “inesperada” em 2024. De acordo com a instituição, a taxa de elevação foi de 0,59 centímetro, acima da projeção inicial, de 0,43 centímetro. Pesquisa também indicou mudança no padrão dos fatores que influenciam na alta do nível do mar. NASA (National Aeronautics and Space Administration).

Geralmente, ⅔ do aumento são atribuídos ao acréscimo de água proveniente do derretimento de geleiras terrestres. ⅓ vem da expansão térmica das águas oceânicas, quando um material (sólido, líquido ou gasoso) aumenta de tamanho por causa da alta da temperatura. A tendência se inverteu no ano passado. ⅔ do aumento do nível dos mares foram causados pela expansão térmica das águas.

Níveis do mar subiram de forma inesperada em 2024, aponta análise da NASA

Responsável pelos programas de oceanografia e pelo Observatório Integrado do Sistema Terrestre da NASA, em Washington, Nadya Vinogradova Shiffer afirmou que “2024 registrou as temperaturas do ar mais elevadas já documentadas e os oceanos do planeta responderam diretamente ao fenômeno, alcançando seus níveis mais altos em 3 décadas de monitoramento”.

Também em 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o aumento do nível das águas é mais preocupante no sul do Oceano Pacífico, onde as águas subiram 15 centímetros (cm) nos últimos 30 anos. A entidade também mencionou outras localidades que o problema pode ficar acima da média global - Xangai (China), Londres (Inglaterra), Buenos Aires (Argentina) e Sydney (Austrália).

Em 2024 outra instituição, a Climate Central, ONG norte-americana, apontou que cerca de 40% da costa brasileira enfrenta os efeitos do aumento do nível do mar. Números divulgados publicamente apontam que o litoral brasileiro tem 7,4 mil quilômetros de extensão.

Mar invadindo faixa de areia e calçada em Santos (SP)

Santos/SP 'reage' para evitar que parte da costa seja 'engolida' pelo mar como alerta estudo da ONU.

Prefeitura de Santos/SP está tomando medidas para que a população não seja afetada com o avanço do mar, que segundo o secretário de Meio Ambiente da cidade é inevitável. Prefeitura lista ações para reduzir os impactos das mudanças climáticas. (brasil247)

segunda-feira, 21 de abril de 2025

NASA identifica aumento do nível do mar

NASA identifica aumento inesperado do nível dos oceanos; entenda.
Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA), anunciou em 13/03/2025 que o nível global do mar apresentou uma elevação "inesperada" em 2024, sobretudo por causa do aquecimento das águas dos oceanos. Segundo a análise, a taxa de elevação foi de 0,59 centímetro, bem acima da projeção inicial, de 0,43 centímetro.

"Os dados coletados em 2024 demonstram um aumento além do que previam nossos modelos", explicou Josh Willis, pesquisador especializado em níveis oceânicos do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da NASA. "Embora existam variações anuais naturais, a tendência geral é inequívoca: os oceanos estão subindo e a velocidade desse processo está se acelerando progressivamente".

O levantamento da NASA indica também uma importante alteração no padrão dos fatores contribuintes para a elevação do nível do mar. Tradicionalmente, ⅔ do aumento são atribuídos ao acréscimo de água proveniente do derretimento de geleiras terrestres, enquanto que apenas ⅓ vem da expansão térmica das águas oceânicas.

Em 2024, no entanto, essa tendência se inverteu. ⅔ da elevação do nível dos mares foram causadas pela expansão térmica das águas.

"O ano de 2024 registrou as temperaturas do ar mais elevadas já documentadas e os oceanos do planeta responderam diretamente ao fenômeno, alcançando seus níveis mais altos em 3 décadas de monitoramento", afirmou Nadya Vinogradova Shiffer, responsável pelos programas de oceanografia e pelo Observatório Integrado do Sistema Terrestre da NASA, em Washington.

Desde 1993, quando teve início a medição via satélite de observação, a taxa anual de elevação do nível do mar mais do que dobrou. No acumulado desse período, o nível global dos oceanos subiu aproximadamente dez centímetros, conforme demonstra a sequência ininterrupta de dados.
“Embora existam variações anuais naturais, a tendência geral é inequívoca: os oceanos estão subindo e a velocidade desse processo está se acelerando progressivamente”.

Segundo relatório da ONU, o Brasil tem duas cidades entre as mais vulneráveis do mundo à elevação do nível das águas, ambas no Rio de Janeiro: a capital do Estado e Atafona, distrito de São João da Barra, no norte fluminense. Ilhotas do Pacífico estão entre as mais ameaçadas do mundo.

Atualmente, o monitoramento é realizado pelo Sentinel-6, lançado em 2020, o primeiro de 2 satélites idênticos que serão responsáveis pela continuidade da série histórica ao longo da próxima década.

A NASA explicou, em comunicado, que a transferência de calor para os oceanos, responsável pela expansão térmica da água, acontece por meio de diferentes mecanismos. Em condições normais, a água marinha se organiza em camadas, determinadas por temperatura e densidade, com as águas mais quentes sobre as camadas mais frias e densas.

Na maior parte dos oceanos, o calor da superfície das águas atravessa essas camadas muito lentamente até chegar às profundezas. No entanto, em regiões com ventos intensos, as camadas oceânicas podem sofrer agitação suficiente para promover uma mistura muito mais acelerada. Grandes correntes oceânicas provocam a inclinação dessas camadas, facilitando ainda mais o deslocamento das águas superficiais para regiões mais profundas.

Fenômeno El Niño também contribui para esse processo, uma vez que o deslocamento de grandes massas de água quente, normalmente localizadas na região oeste do Oceano Pacífico, para as regiões central e leste, resulta em movimentos verticais de calor através das camadas oceânicas.

Cidades como Los Angeles, São Francisco, San Rafael e Foster City estão entre as mais vulneráveis ao afundamento do solo e à elevação do nível do mar. A NASA identificou que essas áreas podem enfrentar inundações severas até 2050, com bairros inteiros ameaçados pelo avanço do oceano.

NASA revela novo mapa: cidades costeiras estão afundando e 40 milhões de pessoas podem ser impactadas pelo avanço do oceano!

O estudo reforça a crescente preocupação da comunidade científica com os impactos das mudanças climáticas, especialmente para as comunidades costeiras que já enfrentam episódios mais frequentes de inundações durante os períodos de maré alta, como é o caso da Flórida, nos EUA, e de regiões da Indonésia. (uol)

sábado, 19 de abril de 2025

Planejamento estratégico moderniza rede elétrica e enfrentar as mudanças climáticas

Planejamento estratégico de investimentos para modernizar a rede elétrica e enfrentar as mudanças climáticas.

Grandes empresas do setor elétrico têm buscado soluções mais robustas para superar a complexidade do planejamento e gerar mais valor.
O planejamento estratégico para modernizar a rede elétrica e enfrentar as mudanças climáticas é uma iniciativa que visa garantir a segurança da população e melhorar a infraestrutura do país.

O que é o Plano Clima?

Plano Clima é uma estratégia do Brasil para enfrentar as mudanças climáticas e orientar a população sobre como mitigar os seus efeitos.

Plano Clima foi construído com a participação da sociedade e deu origem à nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).

A NDC brasileira prevê uma redução de pelo menos 59% das emissões líquidas de gases de efeito estufa do país em 2035.

Outras iniciativas para mitigar as mudanças climáticas:

Estimular o uso de biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel

Incentivar o uso de veículos elétricos

Expandir o acesso à energia limpa

Promover o transporte com zero e baixa emissão de carbono

Melhorar a qualidade do ar

Investir no reflorestamento

Reduzir o consumo de combustíveis fósseis e seus derivados, como o petróleo e a gasolina.

Planejamento estratégico de investimentos para modernizar a rede elétrica e enfrentar as mudanças climáticas

Grandes empresas do setor elétrico têm buscado soluções mais robustas para superar a complexidade do planejamento e gerar mais valor

Há muito tempo os efeitos das mudanças climáticas deixaram de ser eventos pontuais, em lugares distantes do planeta, passando a afetar nosso país de modo cada vez mais intenso e frequente. Ondas de calor, longos períodos de seca e temporais de grandes proporções têm causado impactos severos e provocado um debate em nossa sociedade sobre a resiliência de nosso sistema elétrico e o nível de preparo e proatividade das concessionárias em tais situações.

Como os investimentos na infraestrutura da rede elétrica são caros e de longo prazo, é imprescindível planejá-los de modo objetivo, equilibrando fatores técnicos, financeiros e de riscos associados aos ativos, incluindo resiliência climática, risco reputacional, riscos regulatórios e outros critérios que muitas vezes são avaliados de maneira superficial e qualitativa. Empresas que continuam utilizando processos e ferramentas de análise tradicionais, que muitas vezes limitam o escopo de análise ao retorno financeiro (VPL e TIR) e alguns poucos indicadores técnicos, podem não ter a real dimensão do nível de exposição de risco que estão sujeitas e obter desempenho modesto em indicadores que representam mais valor para a sociedade.

Na falta de metodologias e de ferramentas mais robustas, muitas empresas acabam dedicando muito tempo e recursos para analisar critérios operacionais, econômicos, regulatórios e estratégicos de seus potenciais investimentos e projetos, e frequentemente esbarram em problemas como:

• Falta de consenso sobre a definição de valor e subjetividade de critérios

• Tomada de decisões em silos e falta de alinhamento com os objetivos estratégicos

• Dificuldade em planejar investimentos de longo prazo sem visão clara do futuro

• Impossibilidade de simular múltiplos cenários da estratégia de investimentos e compreender suas implicações de longo prazo para o negócio

• Falta de agilidade em redefinir planos frente a situações inesperadas e momentos de crise

Estas limitações e ineficiências prejudicam a transparência e confiança nas decisões tomadas, e acabam corroendo o valor gerado por suas carteiras de investimentos e impactando negativamente no desempenho do negócio.

A Copperleaf é uma empresa canadense que faz parte do grupo IFS, líder do mercado de software corporativo e de gestão de ativos, segundo a Gartner, com operações em mais de 80 países. A Copperleaf se dedica há quase duas décadas a oferecer uma metodologia e uma solução corporativa de software — líder do mercado — para planejamento e otimização de investimentos de empresas intensivas em ativos, principalmente do setor elétrico. Esta solução apoia estas empresas a tomar complexas decisões de investimento com mais confiança, efetividade e agilidade, permitindo:

1. Alinhar projetos e programas de investimento com seus objetivos estratégicos;

2. Modelar e quantificar automaticamente todos os benefícios financeiros, operacionais, de mitigação de riscos e estratégicos dos investimentos numa escala econômica comum, consideradas as particularidades operacionais e regulatórias de cada empresa;

3. Aplicar otimização baseada em Inteligência Artificial (IA) para encontrar a combinação ideal de projetos, suas alternativas técnicas e momento de execução que maximiza os resultados esperados, respeitando o orçamento, metas e outras restrições aplicáveis;

4. Obter a visão global do impacto das carteiras de investimentos sobre os indicadores e objetivos estratégicos da empresa em diferentes cenários, com agilidade, e reotimizar automaticamente o plano de investimentos sempre que necessário.

Inúmeras empresas têm obtido benefícios tangíveis expressivos — com ganhos em média de 7 a 20% do valor total de suas carteiras — com a aplicação destas melhores práticas e das capacidades de otimização da solução da Copperleaf, além de redução considerável do tempo de planejamento, de mais de 50%.

Experiências no Brasil

Dentro deste contexto, foi realizado em 17/10/24, mais um episódio da websérie Energy TechTALKS, organizado pelo CanalEnergia em parceria com a Copperleaf, onde debateram Alex Vieira, consultor sênior da Copperleaf, e Marcelo Fernandes, engenheiro sênior da área de Gestão de Ativos da Copel, que compartilhou um pouco do histórico de como a empresa paranaense estruturou sua área de gestão de ativos e vem se posicionando na vanguarda no uso de ferramentas mais modernas para aprimorar seu processo de análise e decisão de investimentos em ativos, sendo uma das pioneiras no Brasil a ter implementado a solução da Copperleaf.

No debate, foram apresentados alguns desafios recorrentes na Copel relacionados ao planejamento de investimentos, incluindo:

• Dificuldade de se obter consenso sobre as prioridades de investimentos

• Falta de clareza sobre benefícios dos investimentos, principalmente aqueles de natureza intangível, e visibilidade limitada do impacto de longo prazo esperado nos indicadores da empresa

• Considerável tempo e esforço necessário para discussão orçamentária e priorização de obras e demais investimentos

Foram também apresentados resultados iniciais obtidos com a solução da Copperleaf, que trouxe um maior rigor e uma avaliação mais objetiva de projetos e iniciativas, bem como uma redução expressiva no tempo de avaliação e priorização de investimentos, que proporcionará mais agilidade para a Copel definir e revisar suas estratégias de investimentos.

A modernização da rede elétrica brasileira e a preparação para enfrentar as mudanças climáticas são desafios complexos que exigem soluções inovadoras e robustas. A adoção de metodologias avançadas e ferramentas de otimização, como as oferecidas pela Copperleaf, pode transformar o planejamento de investimentos, tornando-o mais eficiente, transparente e alinhado com os objetivos estratégicos das empresas. Com isso, é possível não apenas melhorar a resiliência do sistema elétrico, mas também gerar mais valor para a sociedade e garantir um futuro energético mais sustentável. (copperleaf)

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Governo de SP abriu CP sobre plano de adaptação e resiliência às mudanças climáticas

Consulta visa obter contribuições da sociedade na definição das ações que serão realizadas nos próximos anos.
O Governo de São Paulo abriu uma consulta pública sobre o Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (Pearc) em 04/11/2024. A consulta foi encerrada no dia 20/12/2024.

Objetivos do Pearc

Enfrentar os impactos das mudanças climáticas no estado

Adaptar os ecossistemas, as cidades e as populações vulneráveis

Melhorar a capacidade de adaptação e resiliência climática do estado

Eixos temáticos do Pearc Biodiversidade, Saúde única, Segurança alimentar e nutricional, Segurança hídrica, Zona costeira.

Governo de SP abriu consulta pública sobre plano de adaptação e resiliência às mudanças climáticas

Plano possui cinco eixos temáticos: biodiversidade, saúde única, segurança alimentar e nutricional, segurança hídrica e zona costeira, um eixo transversal – justiça climática – e outro focado na infraestrutura.

A consulta pública foi até 20/12/2024

Governo de São Paulo fez consulta pública sobre o Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (Pearc). Coordenado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o documento destaca sete eixos para a atuação do Estado no enfrentamento aos impactos das mudanças climáticas, divididos inicialmente em 49 ações e 216 subações.

Plano possui 5 eixos temáticos: biodiversidade, saúde única, segurança alimentar e nutricional, segurança hídrica e zona costeira. Além disso, há um eixo transversal – justiça climática – e outro estruturante, focado na infraestrutura.

Consulta pública foi até 20/12/24, visou obter as contribuições da sociedade na definição das ações que serão realizadas nos próximos anos. Os materiais estarão disponíveis no site da Semil.

Para estimular a participação da sociedade nesse processo, a interação foi feita de 3 formas. Uma delas foi a consulta virtual. Também houve reuniões nos formatos híbrido, presencial ou remoto, em fóruns já instituídos para a articulação de atores, grupos, órgãos públicos e organizações da sociedade civil, para ampliar as possibilidades de contribuição. Houve encontros presenciais com alguns grupos e comunidades em territórios vulnerabilizados ou com maior exposição aos impactos das mudanças climáticas, com objetivo de levantar as percepções sobre os impactos no dia a dia, ações em desenvolvimento ou a serem desenvolvidas para adaptação e resiliência.

Para avaliar os impactos das mudanças climáticas, os sete eixos de atuação do Pearc são:

• Zona costeira: avaliação dos impactos das mudanças climáticas na costa paulista e no oceano relacionados a variáveis geológicas, oceanográficas, climáticas e hidrometeorológicas (eventos extremos).

• Segurança hídrica: avaliação dos impactos da mudança do clima sobre a disponibilidade hídrica, tanto em relação à qualidade quanto à quantidade, para usos múltiplos.

• Biodiversidade: avaliação desses impactos no comprometimento de processos, funções e serviços ecossistêmicos, e da conservação de espécies.

• Saúde única: avaliação dos impactos sobre a saúde das pessoas, dos animais e dos ecossistemas.

• Segurança alimentar e nutricional: avaliação desses impactos na produção e qualidade de alimentos (agricultura familiar) e na capacidade dos cidadãos de acessá-los.

• Justiça climática: trabalha as dimensões de raça, gênero, idade, renda e grupos étnicos na definição e seleção das ações e subações de adaptação e resiliência climática para atender às populações vulnerabilizadas.

• Infraestrutura: avaliação dos impactos da existência ou da ausência das infraestruturas de logística, energia, saneamento, saúde e habitação nos demais eixos, sob a ótica das mudanças climáticas.

O plano tem horizonte de atuação de 10 anos e sua implementação será dividida em ciclos de 3 anos, com foco na atuação estadual, com base nas iniciativas em curso ou já planejadas.

Para produzir o documento, as equipes partiram da identificação das principais ameaças climáticas e dos problemas causados por elas para propor ações e subações que buscam melhorar a capacidade de adaptação e resiliência climática no estado de São Paulo. Foram trabalhados, entre outros, os efeitos da elevação da temperatura do ar e do oceano, da alteração na frequência, duração e intensidade das chuvas, das ressacas, das estiagens e secas intensas, das ondas de calor e dos ventos intensos. Cada sub ação proposta foi detalhada em um ou mais projetos a serem desenvolvidos pelas diversas Secretarias de Estado, com o apoio do Comitê Gestor da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC).

Elaboração do Pearc envolveu diretamente mais de 80 pessoas, entre técnicos estaduais e pesquisadores, além de contar com o apoio de entidades da sociedade civil na realização de seminário para definição das diretrizes de justiça climática para o plano.  Esse processo contou também com o apoio da Agência de Cooperação Técnica Alemã (Giz), por meio do Programa ProAdapta e de seus diversos consultores. O plano será apresentado pelo Governo de São Paulo na COP29, a Conferência do Clima da ONU, que ocorreu em Baku, no Azerbaijão. (agenciasp.sp.gov.br)

terça-feira, 15 de abril de 2025

Veja o que esperar do clima para o Brasil em 2025

O g1 ouviu especialistas e traçou um panorama climático para o país. A expectativa é de temperaturas acima da média, pouca chuva e prevalência da seca.
O ano de 2024 foi marcado por extremos climáticos. O país enfrentou meses sob uma densa camada de fumaça causada por incêndios na vegetação. Além disso, viveu a pior seca de sua história recente, que ainda persiste, enquanto o Rio Grande do Sul foi devastado por chuvas intensas. Além disso, o ano terminou como o mais quente já registrado. Diante desse cenário, o que esperar de 2025?

- A previsão global do Met Office, o centro nacional de meteorologia britânico e uma referência mundial, sugere que 2025 será um dos três anos mais quentes já registrados, atrás apenas de 2024 e 2023. Ou seja, embora o calor deva ser um pouco menos intenso, ele ainda será extremo.

Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do programa europeu Copernicus e do Met Office indicam que, em 2025, podemos esperar:

• Temperaturas ainda acima da média no país;

• Mudanças nos padrões de chuva, com índices abaixo da média;

• Oceanos ainda aquecidos;

• Uma seca persistente, agravada por mais calor e menos chuva.

- As previsões são feitas com base em modelos climáticos que permitem observar com maior clareza os dados para períodos de até três meses. A análise do ano como um todo é baseada em tendências. Apesar disso, os especialistas permanecem pessimistas quanto a mudanças significativas que possam reverter esse cenário.

Mais calor em todo o país

O ano de 2024 foi marcado por recordes de calor. De acordo com o serviço de mudança climática do observatório Copernicus, foi o primeiro ano na história a registrar um planeta 1,5°C mais quente em relação à média pré-industrial.

Segundo os especialistas, a principal causa do calor foi a concentração crescente de gases de efeito estufa na atmosfera, que intensificam o aquecimento global. Uma análise do Cemaden mostra que, desde os anos 1970, o Hemisfério Sul, onde está o Brasil, vem enfrentando um aumento gradual nas temperaturas. Ou seja, ao longo dos anos, o país tem ficado cada vez mais quente.

Temperaturas acima da média estão aumentando desde 70

Somado a isso, houve ainda uma contribuição extra: o El Niño. Esse fenômeno aqueceu os oceanos e foi registrado de forma intensa, o que aumentou ainda mais a temperatura no mundo.

- Para 2025, ainda sem previsão de El Niño, a expectativa é de que o ano seja menos quente que 2024. No entanto, isso não significa uma trégua no calor.

A análise do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostra que, ao menos nos primeiros três meses do ano, o calor deve permanecer acima da média em todo o país.

Brasil tem previsão de temperaturas acima da média em 2025

- Segundo o Instituto Nacional de Previsão do Tempo (Inmet) os piores cenários podem ocorrer nas regiões Norte e Nordeste, que devem ficar 0,5°C e 1°C acima da média, respectivamente.

2025 pode ter eventos extremos

O ano passado foi marcado por catástrofes, dentro e fora do país, causadas por chuvas intensas. No Rio Grande do Sul, cidades foram completamente devastadas, com mais de uma centena de mortos. Os temporais também resultaram em mortes nos Estados Unidos, na Espanha e na África.

Segundo especialistas, esses desastres têm uma causa em comum: o aquecimento dos oceanos. Para Regina Rodrigues, referência em pesquisas sobre o Atlântico e suas ondas de calor, que atua na Organização Meteorológica Mundial (OMM), o cenário atual dos oceanos, ainda com temperaturas acima da média, pode fazer com que eventos extremos continuem ao longo de 2025.

- Por que isso acontece? Os oceanos funcionam como “bolsões” capturando o calor, minimizando os impactos na Terra. Com as águas mais quentes, elas evaporam mais rapidamente, concentrando mais umidade na atmosfera. Isso resulta em chuvas mais intensas e de curta duração.

Regina explica que ainda não é possível prever quais regiões serão mais afetadas ou como esses eventos podem ocorrer, mas os desastres de 2024, como o caso do Rio Grande do Sul, demonstram a gravidade do impacto.

Vamos continuar vendo eventos extremos porque as águas continuam quentes. Um ponto complexo é que está ficando cada vez mais difícil prever a intensidade desses desastres, porque o padrão do clima está mudando muito rapidamente. É um risco cada vez maior para as cidades.

— Regina Rodrigues, referência em pesquisas sobre o Atlântico e suas ondas de calor.

A dificuldade em prever desastres é um ponto levantado por especialistas. Os modelos são feitos com base no histórico do clima ao longo de dezenas de anos. No entanto, o que estamos vendo acontecer é uma mudança acelerada no padrão, o que faz com que as leituras não sejam mais tão exatas.

Representantes do Cemaden, órgão responsável pelo monitoramento de desastres no país, explicam que no caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, foi possível prever uma chuva intensa e um alerta foi feito, mas nenhum deles tinha a dimensão do que, de fato, aconteceu.

Inmet: 2024 foi o ano mais quente já registrado no Brasil

Estamos vivendo um aquecimento acelerado e os eventos extremos não têm mais volta. É difícil de prever o quão destrutivo eles podem ser, pois os impactos das mudanças climáticas não são lineares e há muitas vulnerabilidades. O ano de 2025 vai ser de extremos também.

— Karina Bruno Lima, doutoranda em Climatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e divulgadora científica sobre mudanças climáticas.

Chuva abaixo da média

A expectativa era a chegada de uma La Niña ainda em 2024. O fenômeno reduz a temperatura do oceano, o que traz mais chuvas, principalmente para o Norte do país. Com isso, esperava-se uma trégua na estiagem.

No entanto, desde setembro, o fenômeno vem atrasando e perdendo força. Segundo os órgãos internacionais de meteorologia, a La Niña deve ocorrer em janeiro. O Oceano Pacífico, onde o fenômeno se configura, já apresenta baixas temperaturas. Porém, a La Niña será fraca e breve, com duração estimada de três meses.

Com esse cenário, os meteorologistas explicam que, diferentemente do que era esperado, ela não deve fortalecer as chuvas.

“Infelizmente, da forma como se configurou essa La Niña, ela tem pouco impacto nas chuvas e não vai trazer o alívio que esperávamos”, explica Marcelo Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Segundo as análises do Inmet e do Cptec, as chuvas devem ficar abaixo da média no país, pelo menos nesses primeiros três meses do ano.

Dados mostram tendência de chuva abaixo da média, pelo menos no primeiro trimestre

Seca deve se estender

A seca que afeta o Brasil já dura 18 meses. Iniciada em junho de 2023, a estiagem não deu trégua e continua impactando centenas de cidades no país. Esse cenário se reflete em rios secos, comunidades isoladas e perdas bilionárias para a economia.

Com o cenário previsto para 2025, especialmente no primeiro trimestre, com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, a estiagem deve persistir. Segundo Luis Marcelo Zeri, pesquisador que monitora a seca no país e fornece dados ao governo federal, ainda não há previsão de se e quando ela deve terminar em 2025.

- Pesquisador aponta que há regiões em que ela está perdendo força, por causa das chuvas de verão. No entanto, isso não é o bastante para reverter o cenário.

A projeção é que a seca persista, principalmente, na região central do Brasil. Não estamos vendo chuvas acima da média por meses para poder nos recuperarmos. O déficit que o país tinha era muito alto.

— Luis Marcelo Zeri, pesquisador que atua no monitoramento da seca no Cemaden.

Para o meteorologista Marcelo Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, os dados reforçam que o país não deve ter um respiro tão próximo.

“A gente tem uma indicação de que a chuva deve ficar acima da média na região da Amazônia, mas não o suficiente. Está abaixo do que esperávamos e que poderia trazer algum respiro depois de uma seca tão intensa. Seria preciso chuvas em níveis maiores para vermos uma melhora no cenário”, explica o meteorologista Marcelo Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Retrospectiva 2025 em Roraima: seca histórica, garimpo ilegal, desvios e mais

O que fazer com este cenário?

Os especialistas são uníssonos em dizer que o que se desenha no Brasil é reflexo das mudanças climáticas, com o aquecimento global. Com isso, a única solução é rever as metas para minimizar emissões e reforçar os esforços para a transição energética.

2025 o país recebe a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em Belém/PA. Depois de 2 edições em países petroleiros, a expectativa é que haja algum avanço, principalmente nas metas de transição, para minimizar as emissões.

Para além disso, reforçam que é preciso cobrar dos governos a adaptação das cidades para se tornarem resilientes aos desastres. Isso inclui medidas que podem proteger a população no caso de um evento extremo de chuva ou seca, por exemplo.

- No Rio Grande do Sul, apenas metade das cidades afetadas tinha estrutura de Defesa Civil, por exemplo. As comportas que deveriam proteger a cidade falharam.

“Com o cenário que temos, sabemos que os eventos extremos vão acontecer. O que precisamos é estar preparados para que, quando eles chegarem, as cidades estarem preparadas e conseguirem proteger as pessoas”, explica Karina Bruno Lima.

2025 será marcado por eventos climáticos extremos, como chuvas intensas, inundações, deslizamentos de terra e um inverno quente.

Chuvas intensas

A segunda metade de janeiro/2025 teve chuvas intensas em todo o Brasil, com risco de inundações e deslizamentos de terra.

1° trimestre/2025, são esperadas chuvas mais concentradas nas Regiões Norte, Centro-Oeste e áreas do norte e oeste da Região Nordeste.

Inverno quente

Inverno de 2025 pode ser mais quente que de 2024, com temperaturas acima da média especialmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Aquecimento global

O aquecimento dos oceanos é um dos fatores que contribuem para a expectativa de eventos climáticos extremos em 2025.

O ano de 2024 foi o mais quente da história no Brasil, marcado por seca, queimadas e chuvas devastadoras no sul.

Janeiro/2025 foi o mais quente já registrado na história.

Ações climáticas

Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, em junho/2025, promoverá ações urgentes para a conservação do ambiente costeiro-marinho.

É importante reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global.

Relatório sobre a Lacuna de Emissões do PNUMA conclui que as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (GtCO2e).

Promessas atuais do Acordo de Paris levam a aquecimento de até 2,9°C. (g1)

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