segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Brasil investe pouco no setor agroalimentar

Para pesquisador, Brasil investe pouco em inovação no setor agroalimentar O Brasil transforma apenas 30% de sua cadeia produtiva, que é destinada ao exterior, enquanto outros países, como a China, exportam até 98% de seus produtos com alto valor agregado. Isso leva o país a exportar os grãos in natura a um valor muito abaixo do que se o produto recebesse beneficiamento. Para discutir esse tema, pesquisadores estão reunidos no 4º Congresso Internacional de Bioprocessos na Indústria de Alimentos (ICBF), realizado no início de outubro de 2010 em Curitiba. Eles concordam que essa situação ocorre em função da falta de investimento em pesquisas. No ICBF 2010 – que pela primeira vez é realizado em um país da América Latina -, organizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos Paraná (SBCTA), cerca de 1,3 mil participantes debatem estudos que vão trazer impacto para o consumidor final. Segundo o presidente do ICBF, Carlos Ricardo Soccol, o Brasil tem a possibilidade de se tornar celeiro do mundo desde que haja condições propícias de investimentos em pesquisa e inovação no setor agroalimentar. “Para se ter uma ideia, o quilo de soja exportado por meio dos portos brasileiros é vendido a R$ 0,20, enquanto o quilo da mesma soja enriquecido com hormônios bioativos, com amplos benefícios para saúde humana, alcança R$ 1 mil“, afirmou. Ele disse que há consenso entre os cientistas participantes de que o país dá prioridade “à exportação de produtos primários, deixando de gerar empregos, arrecadar impostos e colocando em risco a soberania tecnológica. Só em importações no setor farmacêutico, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de R$ 5 bilhões ao ano”, alerta. De acordo com Soccol, os cientistas trazem patentes que poderão ser transferidas ao setor produtivo. “Nessa aproximação entre pesquisadores e indústria, somente os cientistas da UFPR vão disponibilizar cerca de 20 pesquisas patenteadas pela instituição, que podem representar melhorias para a saúde da humanidade, além de ajudar a combater a fome mundial”. Ao insistir que o Brasil ainda investe muito pouco em pesquisa científica e inovação tecnológica quando comparado aos países desenvolvidos, o presidente do ICBF lembra que as principais fontes de pesquisa no país são o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e mais recentemente as fundações de pesquisas estaduais. As empresas brasileiras não têm o hábito de investir parte de seu faturamento em pesquisa”, concluiu. (EcoDebate)

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