Usinas investem na produção de plástico
biodegradável
PHB Industrial e Usina da Pedra são empresas
que já produzem plásticos a partir da cana-de-açúcar.
O aumento da consciência ambiental aliado à escassez de petróleo e à
tendência mundial de redução das emissões de gás carbônico na atmosfera fez com
que as usinas sucroalcooleiras do País despertassem o interesse na produção do
plástico biodegradável, fabricado através da cana-de-açúcar.
No município de Serrana, no interior de São Paulo, a Usina da Pedra já
está produzindo em escala industrial o Biocycle, primeiro plástico
biodegradável do País feito a partir da cana. No local, cerca de 5 toneladas do
produto são usadas mensalmente na fabricação de descartáveis como embalagens,
peças de automóveis, escovas de cabelo, canetas, materiais esportivos,
agrícolas, entre outros.
Já o Grupo Balbo (Sertãozinho) e a Pedra Agroindustrial (Serrana)
criaram a PHB Industrial e negociam uma aliança estratégica com um parceiro que
terá a missão de distribuir, a partir de 2015, 10 mil toneladas do novo
plástico.
Eduardo Brondi, gerente administrativo da PHB Industrial, conta que a
planta-piloto para o estudo do plástico a partir da cana surgiu há 16 anos.
Porém, foi há menos de um ano que parte da produção passou a ser usada
comercialmente na fabricação de produtos como as escovas de cabelo.
De todo modo, ele afirma que a intenção ainda não é lucrar com esse
plástico, mesmo porque a maior parte tem sido direcionada para projetos de
desenvolvimento e pesquisa.
Segundo Brondi, o plástico é produzido durante o processo de fermentação
da cana através de uma bactéria. Atualmente são em torno de 60 toneladas ao
ano, sendo a maior parte encaminhada a parceiros no Brasil e no mundo. Entre
esses parceiros estão faculdades e empresas do ramo automotivo, de cartões de
crédito e de embalagens.
Os pesquisadores estão trabalhando para aprimorar a tecnologia. Eles
querem desenvolver produtos para que, no futuro, o plástico biodegradável, que
se decompõe no ambiente, seja usado comercialmente em larga escala.
Esse setor vem registrando crescimento entre 20% e 25% ao ano e tem
despertado o interesse de países da Europa e dos Estados Unidos. A expectativa
é que em poucos anos usinas brasileiras estejam fornecendo o plástico
biodegradável para a produção de uma grande variedade de produtos.
Novidade. O maior problema, por enquanto, tem sido a necessidade de
investimento para aumentar a fabricação. Por se tratar de uma tecnologia nova é
preciso ainda aprimorar algumas questões para atender a demanda industrial.
Estudos também são necessários para aprimorar a fórmula, uma vez que o plástico
biodegradável de cana ainda não é, por exemplo, apropriado para fabricar
sacolinhas ou produtos de espessuras mais finas.
A produção, porém, segue em expansão no Brasil. A previsão da PHB
Industrial é de produzir 230 mil toneladas ao ano na próxima década. No mundo,
estima-se que sejam consumidas em torno de 230 milhões de toneladas de plástico
por ano. Mas, desse total, apenas 0,5% é produzido com material renovável, o
que dá margem para que essa nova fórmula possa ser usada em larga escala em
breve. (OESP)
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