Mais de 74 mil
toneladas de lixo ainda são enviadas diariamente para lixões ou aterros no país
Mais de 74 mil
toneladas de lixo ainda são encaminhadas, diariamente, para os lixões do país
ou para aterros controlados – antigos lixões que passaram por melhorias para
virarem aterros –, segundo dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Diagnóstico
dos Resíduos Urbanos, Agrosilvopastoris e a Questão dos Catadores, divulgado em
25/04/12. Apesar de o volume ainda ser significativo, o estudo do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta uma redução de 18% nesse tipo de
destinação de resíduos, em 8 anos.
De acordo com a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, os municípios
brasileiros devem eliminar os lixões até 2014. A menos de dois anos do prazo
final, o relatório aponta a existência de 2,9 mil áreas como essas distribuídas
em quase 3 mil municípios.
“Os consórcios
públicos para a gestão dos resíduos sólidos podem ser uma forma de equacionar o
problema dos municípios que ainda têm lixões como forma de disposição final”,
sugerem os pesquisadores do IPEA.
O levantamento mostra
ainda que a quantidade de resíduos e rejeitos dispostos em aterros sanitários
aumentou 120%, entre 2000 e 2008. “Os municípios de pequeno e médio porte
apresentaram acréscimos significativos na quantidade total de resíduos e
rejeitos dispostos em aterros sanitários”, acrescenta. Para o instituto, esse
incremento pode ser resultado do recebimento de resíduos produzidos, coletados
ou gerados nos municípios de grande porte.
O Ipea ainda alerta
para o problema do resíduo orgânico, que não é coletado separadamente no país.
“Essa forma de destinação gera despesas que poderiam ser evitadas caso a
matéria orgânica fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento
específico, por exemplo, para compostagem”, sugere.
Segundo o
levantamento, do total estimado de resíduos orgânicos que são coletados (94 mil
toneladas por dia), apenas 1,6% é encaminhado para tratamento em usinas de
compostagem, que controlam a decomposição desses materiais para obter um
material final rico em nutrientes que pode ser usado como adubo, por exemplo.
“No geral, pode se
afirmar que as maiores deficiências na gestão dos resíduos sólidos encontram-se
nos municípios de pequeno porte, com até 100 mil habitantes, e naqueles
localizados na Região Nordeste”, avalia o relatório. (EcoDebate)
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