Indústrias
das cidades vizinhas, queimadas e proliferação de veículos ameaçam a qualidade
do ar em Holambra.
Na cidade em que as ruas, as
praças e até as placas de trânsito têm nome e forma de flores, o ar que se
respira não é tão puro como se imagina. Holambra, a capital das flores, entrou
na pior faixa de classificação de qualidade do ar neste ano, segundo a CETESB.
Com 11,2 mil habitantes, Holambra
é a típica cidade de interior para onde moradores de grandes centros fogem para
morar com mais qualidade de vida. A educação é modelo, a violência é quase
zero, o trânsito não é problema e o clima europeu da colonização holandesa
completa o charme. "É uma surpresa saber que o ar está em níveis ruins.
Trabalho no ABC e viemos morar aqui por causa da qualidade de vida, do ar puro,
da natureza", afirma o analista de custos Donizetti Bozzi, de 55 anos,
desconfiado dos dados da Cetesb.
Bozzi e a mulher, Nice, de 48,
moram em Holambra há 11. Eles montaram uma estufa de orquídeas na cidade e
dizem que um problema antigo são as queimadas de cana-de-açúcar na região.
"Mas, de uns tempos para cá, isso diminuiu muito. Percebemos porque,
quando fazem queimada, a piscina de casa fica cheia de cisco de cana",
contou Nice.
A cidade não tem uma estação de
medição - está na faixa de abrangência das estações de Paulínia e Americana.
Sofre a influência das duas cidades onde a concentração de ozônio foi o grande
problema, segundo a agência da Cetesb em Paulínia.
Moradores receberam a notícia do
nível crítico da qualidade do ar com surpresa e certa desconfiança. Na
tentativa de tentarem encontrar um motivo que explique essa piora na qualidade
do ar, todos citaram o crescimento populacional e o aumento da frota de
veículos.
Em 2000, Holambra tinha 7,2 mil
habitantes. Passados 12 anos, a população saltou pra 11 mil. Em 2001, segundo o
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a cidade tinha 2.809 veículos
(2,5 por habitante). Neste ano, já são 6.798 (1,6).
"A cidade sempre teve
cultura do uso das bicicletas. Mas tem muita gente que pega o carro para
tudo", conta a florista Claudia Van der Ven, de 30 anos, nascida em
Holambra. (OESP)
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