sábado, 1 de setembro de 2012

Emissão de gases cresce no País

Emissão de gases de efeito estufa ainda cresce no País
Brasil responde por 23% do total, ficando atrás apenas do México, com 30%; frota de carros na região dobrou em 10 anos
As emissões de gases de efeito estufa em áreas urbanas do Brasil representam 23% do total na América Latina. Só o México apresenta porcentual maior, de 30%. As principais emissões em áreas urbanas estão relacionadas com o consumo de combustíveis fósseis, fundamentalmente no setor de transportes
Na América Latina, a frota de carros dobrou em dez anos. O relatório da ONU-Habitat mostra que, em menos de duas décadas, houve aumento de 18% das emissões per capita de CO2 nas cidades da região.
Para a ONU, serviços de reciclagem, reutilização e aproveitamento de resíduos sólidos são incipientes nesses países. "Um grande número de cidades ainda continua contaminando rios e mares e deixando lixo a céu aberto", disse o representante do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), Erik Vittrup. O estudo aponta falhas no acompanhamento desses serviços e a falta de indicadores precisos.
Vittrup, que é dinamarquês, elogiou iniciativas de cidades brasileiras, como o sistema de transporte público de Curitiba, o projeto UPP Social em favelas do Rio, o orçamento participativo em Porto Alegre e a política de atenção às mudanças climáticas em São Paulo. "Os modelos de crescimento das cidades nos anos 1990 e anteriores não se adaptam aos desafios atuais", disse ele. O relatório elogia iniciativas como o resgate de zonas centrais e a criação de ciclovias, mas lamenta que não sejam uma tendência.
Fora do campo. Quase 80% da população da América Latina e do Caribe vive em cidades, proporção superior à do grupo de países mais desenvolvidos. O crescimento demográfico e a urbanização foram muito acelerados no passado recente, mas perderam força. O relatório projeta que a taxa de população urbana chegará a 89% em 2050. O êxodo rural também perdeu peso na maioria dos países da região, e as migrações ocorrem principalmente entre centros urbanos. Metade da população desses países mora em cidades com menos de 500 mil habitantes e 14% nas chamadas megacidades.
O relatório aponta que a consciência na região em relação aos problemas do meio urbano é maior do que no passado, mas avalia que a adoção de "medidas ambiciosas em escala local ainda é incipiente". O estudo teve apoio da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, entre outras entidades.
Em 50 anos, a área ganhou oito megacidades
Metade da população desses países (222 milhões) ainda mora em cidades com menos de 500 mil habitantes, mas 14% já estão nas chamadas megacidades. Em 50 anos, o número de centros urbanos cresceu mais que cinco vezes na América Latina e no Caribe. Enquanto em 1950 havia 320 cidades com pelo menos 20 mil habitantes, agora o número passou para 2 mil.
As metrópoles (aglomerações urbanas com mais de 5 milhões de habitantes), que não existiam na América Latina e no Caribe em 1950, hoje são oito (três brasileiras): Cidade do México, São Paulo, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Lima, Bogotá, Santiago e Belo Horizonte.
Outros dados do relatório
A maior preocupação
Entre as 16 mil municipalidades pesquisadas no estudo, a violência se encontra entre as três principais preocupações dos governos locais.
O custo da água
Atualmente, 92% da população urbana têm acesso à água encanada, embora o desperdício alcance até 40%. Na visão do relatório, as tarifas cobradas pelo fornecimento “não costumam cobrir os custos de operação e penalizam os mais pobres”.
Política mais feminina
Embora o relatório fale pouco de política, destaca o avanço das mulheres na área. Nos legislativos locais, o número de vereadores já alcança 22%. Em 1999, eram apenas 14%. Nas prefeituras, porém, as mulheres representavam, em 2009, apenas 10% do total de administradores das cidades latino-americanas e caribenhas. As exceções, de acordo com o relatório, são: Belize, com 22% das prefeituras ocupadas por mulheres; Cuba, com 20%; e Venezuela, com 18%. (OESP)

Nenhum comentário:

Degradação florestal na Amazônia afeta área três vezes maior que desmatamento

Entre março de 2023 e de 2024, INPE detectou aviso de degradação para 20,4 mil km², maior que os 18 mil km² do período anterior. É necessári...