terça-feira, 3 de setembro de 2013

O verde no vermelho do planeta

O verde no vermelho – O dia em que ultrapassamos os limites do planeta
Todos nós já estamos cansados de saber que, para a maior parte dos trabalhadores, o salário não consegue chegar até o fim do mês. Cada vez tá mais difícil fechar as contas e não entrar no vermelho. Para o planeta Terra a coisa também não está nada boa. Todos os anos, desde os anos 80, o planeta vê seu estoque natural previsto para durar um ano, acabar muito antes.
Este ano esse dia chegou em 20/08/13 e até o final do ano estaremos usando recursos que estavam provisionados para o ano seguinte. Atingimos o limite da Terra consumindo recursos numa velocidade 50% maior do que a sua capacidade de se recompor. Para que as contas do planeta e os hábitos de consumo de seus moradores fechassem, seriam necessários 1.5 planetas. Impossível!
A dívida ecológica que vem se acumulando se manifesta de várias formas e a mais comentada é o aquecimento global, mas a degradação ambiental do planeta apresenta outras faces como a desertificação, perda de solo, poluição das águas, diminuição do estoque pesqueiro, buraco na camada de ozônio, contaminação de alimentos e da água por fertilizantes e agrotóxicos, entre outros. Mundialmente estas questões tendem a ser observadas como problemas ambientais, quando na verdade trata-se da falta de uma perspectiva sustentável para o desenvolvimento.
Para avaliar até que ponto nossos impactos e consumo já ultrapassaram os limites, Willian Rees e Mathis Wackernagel criaram o conceito da pegada ecológica que busca revelar quanto de área produtiva de terra e de mar do planeta é necessário para prover os recursos e assimilar os resíduos gerados pelas atividades humanas.
Em 1961, a humanidade usava 70% da capacidade produtiva da Terra. Porém com o crescimento populacional a partir dos anos 80 e o consequente aumento do consumo, a capacidade do planeta em fornecer os recursos necessários para as atividades humanas começou a mostrar-se insuficiente. Por volta de 1999 já consumíamos 25% a mais do que a capacidade de regeneração do planeta. Em outras palavras, o planeta precisaria de um ano e três meses para gerar os recursos usados pela humanidade num único ano. Dessa forma, criamos um déficit insuportável para as gerações futuras.
Estudos constataram que a área produtiva disponível a cada habitante do planeta é 1,8 hectares (ha), mas hoje os americanos já usam mais do que o quíntuplo, ou seja, 9,71ha. Como será possível equacionar esta questão, se os países do sul, em desenvolvimento, ainda precisam satisfazer necessidades básicas do seu povo, em um planeta que usa recursos naturais além da sua capacidade de regeneração? Optarão os países mais ricos por um decréscimo no crescimento em solidariedade àqueles que não têm atendidas necessidades básicas como alimentação, saúde, saneamento e educação? Dificilmente…
Apesar da pouca visibilidade, o cálculo pegada ecológica oferece uma boa pista para entender como países e indivíduos utilizam seus recursos naturais. Individualmente podemos pressionar nossos governantes a adotarem posturas que fortaleçam a sustentabilidade em seus processos produtivos e também calcular como nosso estilo de vida impacta negativamente a capacidade da oferta de serviços ambientais pelos ecossistemas. (EcoDebate)

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