No mundo que
sonhamos, todas as escolas institucionalizam a sustentabilidade em teorias e
práticas, seus prédios são projetados e construídos com materiais
reciclados/recicláveis, há condições para a economia de energia, reutilização
de águas servidas e de chuva, descarte correto de resíduos; existe envolvimento
das comunidades escolares, e do seu entorno, em atividades preservacionistas.
No mundo em que vivemos, isso nem sempre acontece, a educação ambiental tem
sido incipiente, os orçamentos públicos mal contemplam a construção das novas
unidades escolares indispensáveis, e a manutenção, às vezes precária, das
existentes.
Em muitas escolas,
sustentabilidade é palavra lembrada em algumas efemérides, citada em umas
poucas aulas, e deixada de lado no restante do tempo. Em outras, felizmente,
sabe-se que o caminho entre o sonho e a realização passa necessariamente pela
vontade e pela ação; e constata-se, com esperança, aquilo que o ideal de muitos
pais, professores, diretores e orientadores pedagógicos têm realizado com os
poucos recursos disponíveis. No ensino fundamental, procura-se a atenção e o
comprometimento das crianças, são criadas hortas comunitárias, oficinas de
marcenaria para recuperação de mobiliário, sistemas de compostagem do lixo
orgânico, reciclagem de materiais escolares, até mesmo pequenas reformas com
vistas à recuperação de ambientes degradados, sempre com a participação de
alunos, pais e professores voluntários, que cedem parte de seu tempo de
descanso.
Não são grandes
obras, não são grandes intervenções, são imensos exemplos.
Sustentabilidade se
funda em parte na materialidade, mas importa muito, também, a crença de que é
vital para todos, e será cada vez mais. As escolas de ensino fundamental e
médio comprometidas com sustentabilidade focam o coração dos alunos no processo
de formação de consciência ambiental. Já as instituições de ensino superior
miram a mente, estudantes universitários estão em faixa etária e intelectual em
que a consciência já está formada, e são naturalmente mais sensíveis à
racionalidade.
As boas práticas
sustentáveis concentram-se em atividades de extensão, em normalização de
procedimentos, em orientação de monografias, em conteúdos curriculares.
Reflexão ecológica,
interrupção da destruição do ecossistema, diminuição dos hábitos de consumo
desenfreado devem ser parte importante do ideário das instituições de ensino, e
algo já indissociável do sentido pleno da educação. Uma questão que deve ser
considerada é que sustentabilidade não dá lucro financeiro imediato e custa
caro. E, ainda que muitas instituições cumpram seu papel de modo responsável,
há um grande número de intenções piedosas manifestadas em documentos oficiais
que não passam de bons propósitos e discursos vazios de quaisquer iniciativas
deles decorrentes.
No entanto, para além
de interesses pecuniários ou investimentos de curto prazo, estará o bem estar e
mesmo sobrevivência das próximas gerações. Devemos a elas, no mínimo, um
planeta em condições de equilíbrio ambiental. (ecodebate)
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