Apenas 30% das cidades estabeleceram metas para diminuição
de resíduos
Apenas 30% das
cidades brasileiras estabeleceram metas para a redução de resíduos sólidos,
disse em 12/05/14 o coordenador do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatin. Ele
participou de seminário na Câmara Municipal de São Paulo e defendeu o
planejamento e a mudança de rotina para encaminhar quase todo o lixo de forma
correta.
Para Sabatini, se a
humanidade tem capacidade para criar e fabricar produtos, é capaz também de
planejar e gerenciar o descarte ou a reutilização do lixo. “Primeiro é preciso
estabelecer uma meta e planejar. Se encaminharmos 90% do lixo corretamente já é
ótimo. Uma vez estabelecendo uma meta, teremos profissionais estudando como
chegar a essa meta. Esse é o princípio do lixo zero. Queremos estimular a
mudança de hábitos”, declarou.
Segundo o
coordenador, o conceito de lixo zero precisa ser compreendido pela população
como algo que deve ser planejado para reduzir ao mínimo o envio de material
para aterros sanitários ou incineradores. Ele ressaltou que a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, que obriga os grandes geradores de lixo a estabelecer
metas para a diminuição dos resíduos, pôs os municípios numa corrida contra o
tempo.
“Agora estamos em uma
corrida muito perigosa porque não sabemos a qualidade dos projetos que virão
para planejarmos a administração dos resíduos. A lei diz que o grande gerador
tem de ter seu plano de gestão de resíduos sólidos. O número, nesse caso, é
muito menor do que o de cidades. Existe uma crença de que a lei vai ser
prorrogada de alguma forma, mas o Ministério Público já se pronunciou dizendo
que vai fazer a lei ser cumprida”, alertou.
O vereador Ricardo
Young (PPS) ressaltou que a única forma de transformar as cidades em
sustentáveis é transformá-las em espaços urbanos regeneradores de serviços
ambientais. No entanto, os centros urbanos funcionam recebendo os recursos
naturais e os degradando. “Simplesmente acumulamos e não devolvemos nem
regeneramos nada. Um dos grandes esforços do século 21 é mudar a natureza e o
aglomerado urbano, transformando-o em espaço de reciclagem”, declarou.
Young defendeu a
ampliação da reciclagem para transformar centros urbanos em concentrações
capazes de reutilizar os resíduos: “Quanto mais conseguirmos recuperar, menor
será nossa agressão ao meio ambiente e mais condições teremos de reduzir o
enorme risco gerado pelas cidades”. Ele ressaltou que o município de São Paulo
é pioneiro na aplicação da Lei de Resíduos Sólidos. (ecodebate)
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