segunda-feira, 19 de maio de 2014

Forte fenômeno El Niño previsto para 2014

Mudanças climáticas: Forte fenômeno El Niño previsto para 2014
Probabilidade de que aconteça um forte El Niño no segundo semestre de 2014 aumenta e promete aumento de índice de chuvas para a região sul.
Toda a vez que ele aparece, o El Niño bagunça o clima no mundo. É um velho conhecido da região sul do Brasil (e muito conhecido no RS e SC), o fenômeno climático El Niño, – que provoca chuvas acima da média no sul do país –, está em formação.
Especialistas ainda não confirmam a sua chegada, mas alguns modelos climáticos apontam para que, se confirmado, seja tão intenso quanto foi em 1982 e 1997. Nesses dois anos, os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina viveram dias de horror. O meteorologista Leandro Puchalski, da Central RBS de Meteorologia, explica que há indícios de que este ano será um dos mais fortes de todos os tempos:
– Só no final do inverno (setembro 2014) teremos a certeza de que ele está configurado e mais para perto desta data conseguiremos traçar a sua intensidade. “Sabemos que o El Niño aumenta o volume de chuva, mas é preciso saber se elas serão bem distribuídas ou não”.
Excesso de chuvas torrenciais costumam castigar a região sul do Brasil quando ocorre o fenômeno climático El Niño, previsto para acontecer em 2014 com grande intensidade.
Dentre os sinais abordados pelo especialista estão a diminuição do vento e o aumento da temperatura do Oceano Pacífico. Conforme o meteorologista Luiz Kondraski, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o Pacífico Equatorial tem se mantido desde abril com a temperatura da água na superfície 5°C acima da média. O El Niño tem por característica atuar entre os meses de outubro e fevereiro, sendo dezembro o pico de ação, com maiores índices acumulados de chuva.
Independentemente da comprovação de que o El Niño vai se configurar, segundo a meteorologista Thaize Banoni, da Somar Meteorologia, a partir de junho e julho a tendência é de que as frentes frias cheguem ao sul do país e não consigam avançar para o norte, provocando grandes índices acumulados de chuva.
Um forte aumento nas temperaturas do Oceano Pacífico e o rápido movimento de águas quentes na direção do leste aumentaram a preocupação de que neste ano o fenômeno El Niño possa ser um dos mais fortes em muitas décadas, disse um cientista australiano especializado em clima.

O fenômeno climático El Niño –o aquecimento das temperaturas da superfície do mar no Pacífico– afeta os padrões das correntes de vento e pode desencadear tanto muita chuva com grandes inundações como secas em diferentes partes do globo, reduzindo o suprimento de alimentos.
A maioria dos modelos de previsão do tempo indica que o El Niño pode se desenvolver por volta de meados do ano, mas ainda é muito cedo para avaliar sua força, disse a Organização Meteorológica Mundial, da ONU, em 15 de abril de 2014.
De acordo com o cientista Wenju Cai, especialista em clima da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Commonwealth, na Austrália, a elevação das temperaturas no oceano Pacífico acima das vistas nos El Niño de anos anteriores e o rápido movimento da água quente em direção ao leste fizeram crescer o medo de um fenômeno significativo este ano.
“Acho que este evento tem muitas das características de um El Niño forte”, disse Wenju Cai.

Um forte El Niño no hemisfério sul poderá provocar um inverno mais quente e seco na América do Norte.
“Um forte El Niño aparece cedo e nós vimos esse evento ao longo dos últimos dois meses, o que é incomum; o vento que causou o aquecimento é bem amplo e há o que chamamos de efeitos pré-condicionados, nos quais é preciso haver uma grande quantidade de calor no sistema para que haja um grande fenômeno El Niño.”
Ele baseou suas conclusões em informações divulgadas pela Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA-NOAA. Um forte El Niño iria também elevar a preocupação de que muitas commodities essenciais na Ásia e Austrália sejam afetadas. (serieaharpasagrada)

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