Mudanças climáticas: Forte fenômeno El Niño previsto para
2014
Probabilidade de que aconteça um forte El Niño no segundo semestre de
2014 aumenta e promete aumento de índice de chuvas para a região sul.
Toda a vez que ele aparece, o El Niño bagunça o clima
no mundo. É um velho conhecido da região sul do Brasil (e muito conhecido no RS
e SC), o fenômeno climático El Niño, – que provoca chuvas acima da média no sul
do país –, está em formação.
Especialistas ainda não confirmam a sua chegada, mas
alguns modelos climáticos apontam para que, se confirmado, seja tão intenso
quanto foi em 1982 e 1997. Nesses dois anos, os estados do Rio Grande do Sul e
de Santa Catarina viveram dias de horror. O meteorologista Leandro
Puchalski, da Central RBS de Meteorologia, explica que há indícios de que este
ano será um dos mais fortes de todos os tempos:
– Só no final do inverno (setembro 2014) teremos a
certeza de que ele está configurado e mais para perto desta data conseguiremos
traçar a sua intensidade. “Sabemos que o El Niño aumenta o volume de chuva, mas
é preciso saber se elas serão bem distribuídas ou não”.
Excesso de chuvas torrenciais costumam castigar a região sul do Brasil
quando ocorre o fenômeno climático El Niño, previsto para acontecer em 2014 com
grande intensidade.
Dentre os sinais abordados pelo especialista estão a
diminuição do vento e o aumento da temperatura do Oceano Pacífico. Conforme o
meteorologista Luiz Kondraski, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos (CPTEC), o Pacífico Equatorial tem se mantido desde abril com
a temperatura da água na superfície 5°C acima da média. O El Niño tem por
característica atuar entre os meses de outubro e fevereiro, sendo dezembro o
pico de ação, com maiores índices acumulados de chuva.
Independentemente da comprovação de que o El Niño vai
se configurar, segundo a meteorologista Thaize Banoni, da Somar Meteorologia, a
partir de junho e julho a tendência é de que as frentes frias cheguem ao sul do
país e não consigam avançar para o norte, provocando grandes índices acumulados
de chuva.
Um forte aumento nas temperaturas do Oceano Pacífico e
o rápido movimento de águas quentes na direção do leste aumentaram a
preocupação de que neste ano o fenômeno El Niño possa ser um dos mais fortes em
muitas décadas, disse um cientista australiano especializado em clima.
O fenômeno climático El Niño –o aquecimento das
temperaturas da superfície do mar no Pacífico– afeta os padrões das correntes
de vento e pode desencadear tanto muita chuva com grandes inundações como secas
em diferentes partes do globo, reduzindo o suprimento de alimentos.
A maioria dos modelos de previsão do tempo indica que o
El Niño pode se desenvolver por volta de meados do ano, mas ainda é muito cedo
para avaliar sua força, disse a Organização Meteorológica Mundial, da ONU, em
15 de abril de 2014.
De acordo com o cientista Wenju Cai, especialista em
clima da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Commonwealth, na
Austrália, a elevação das temperaturas no oceano Pacífico acima das vistas nos
El Niño de anos anteriores e o rápido movimento da água quente em direção ao
leste fizeram crescer o medo de um fenômeno significativo este ano.
“Acho que este evento tem muitas das características de
um El Niño forte”, disse Wenju Cai.
Um forte El Niño no hemisfério sul poderá provocar um inverno mais quente
e seco na América do Norte.
“Um forte El Niño aparece cedo e nós vimos esse evento
ao longo dos últimos dois meses, o que é incomum; o vento que causou o
aquecimento é bem amplo e há o que chamamos de efeitos pré-condicionados, nos
quais é preciso haver uma grande quantidade de calor no sistema para que haja
um grande fenômeno El Niño.”
Ele baseou suas conclusões em informações divulgadas
pela Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA-NOAA. Um forte El Niño iria também elevar a
preocupação de que muitas commodities essenciais na Ásia e Austrália sejam
afetadas. (serieaharpasagrada)
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