Bioeletricidade da cana em São Paulo poupa 4% da água nos
reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste
As
usinas processadoras de cana-de-açúcar do Estado de São Paulo exportaram em
2013 para o sistema elétrico nacional 8.341 Gigawatts-hora (GWh). O total de
energia elétrica produzido na safra passada, incluindo a energia destinada ao
consumo das próprias usinas, atingiu 14.731 GWh, ou cerca de 20% da geração
total do Estado em 2013. A energia ofertada à rede pelas usinas paulistas
economizou 4% da água nos reservatórios do submercado elétrico
Sudeste/Centro-Oeste, principal do país, responsável por 60% do consumo
brasileiro.
Vale
destacar que o impacto positivo da oferta de bioeletricidade de cana aconteceu
durante a época crítica do setor elétrico, o chamado período seco, com baixa
ocorrência de chuvas, entre abril e novembro. Os dados são do Protocolo
Agroambiental do Setor Sucroenergético Paulista, assinado em 2007 entre as
usinas de São Paulo e o Governo do Estado, considerando uma amostra de unidades
que representa 94% da moagem paulista de cana-de-açúcar. São Paulo é hoje o
segundo Estado em geração total de eletricidade no Brasil, atrás apenas do
Paraná, e o primeiro em termos de consumo, responsável sozinho por 30% do total
consumido no país.
A
geração total de energia elétrica pelo setor sucroenergético paulista,
incluindo a energia consumida pelas próprias usinas, já representa
aproximadamente 40% de toda a geração prevista para a Usina Belo Monte, quando
estiver plenamente motorizada em 2019. Considerando apenas a bioeletricidade
ofertada para o sistema elétrico (8.341 GWh), essa energia foi suficiente para
atender 7% do consumo residencial do Brasil ou 4,4 milhões de residências
durante 2013. Essa geração excedente da biomassa da cana daria para atender 92%
do consumo industrial anual de todo o Estado do Rio de Janeiro, com base em
dados de 2012.
Para
o gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica),
Zilmar de Souza, a complementaridade da bioeletricidade com a fonte hídrica
representa uma das principais contribuições do setor sucroenergético para a
garantia de suprimento de energia elétrica no Brasil.
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Como estariam os reservatórios hoje do Sudeste sem essa geração estratégica da
bioeletricidade da cana em 2013? Em abril deste ano, a energia armazenada nos
reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste terminou em 38,8%, o pior
nível desde o racionamento de energia em 2001. O alívio dado ao sistema pela
bioeletricidade é providencial – comenta Souza.
Gases
de efeito estufa
Outro
benefício importante é a questão das emissões evitadas de Gases de Efeito
Estufa (GEEs). Segundo a Unica, o total de emissões de gás carbônico evitado na
safra passada pela bioeletricidade fornecida à rede pelas usinas paulistas foi
superior a 4 milhões de toneladas de CO2. Para atingir a mesma
economia de CO2 por meio do plantio de árvores ao longo de 20 anos,
seria preciso plantar 29 milhões de árvores nativas.
Ainda
segundo Souza, se considerarmos o total de emissões da matriz de energia
elétrica brasileira em 2012, sem a bioeletricidade dessas usinas de São Paulo
as emissões do setor elétrico brasileiro seriam 13% superiores.
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As emissões evitadas pela bioeletricidade oferecida pelas usinas paulistas à
rede em 2013 foram equivalentes a 25% do total de emissões de Gases de Efeito
Estufa no município de São Paulo, de acordo com o último inventário das
emissões de GEEs do município de São Paulo – aponta Souza.
Para
o executivo, esses dados demonstram a importância estratégica que tem a
bioeletricidade não somente para São Paulo, mas, principalmente, para o sistema
elétrico brasileiro.
- Dado o potencial desta fonte, a bioeletricidade tem que voltar a ser prioridade
no planejamento elétrico do país. Ela é parte significativa da solução para a
competitividade do etanol na matriz energética nacional, outro produto da cana
que também precisa ser resgatado como prioridade na política energética
brasileira – conclui Souza. (olhardireto)
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