Sem chuva, cota do Cantareira acaba em 21 de novembro, diz
secretário
Arce afirmou que captação de nova cota só ocorre após nível atuar zerar.
Sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas só na
grande SP.
O secretário de estadual de Recursos Hídricos de São Paulo,
Mauro Arce, afirmou em 25/09/14 que o atual volume de água do Sistema
Cantareira abastece a população até novembro. “Continuando sem chover, o atual
volume do Cantareira nos garantiria (...) até o dia 21 de novembro com o volume
que eu tenho hoje”, disse. O sistema atende, atualmente, 6,5 milhões de pessoas
só na Grande São Paulo.
Apesar de o secretário ter citado especificamente a contagem
regressiva de 52 dias, o total é diferente. Se contado o intervalo entre esta
quinta e o dia 20 de novembro, seriam 57 dias ainda com abastecimento da atual
cota do volume morto.
Durante visita às obras do Parque Várzeas do Tietê, na Zona
Leste da capital paulista, Mauro Arce também informou que a segunda cota da
reserva técnica (volume morto) do Cantareira deve ser usada apenas quando a
cota atualmente em uso se esgotar.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp), as bombas estão prontas para iniciar a captação de outra parte
do volume abaixo das comportas na represa Jaguari-Jacareí.
“É quando zerar”, disse Arce, ao ser questionado sobre um
possível limite ou marca de emergência para início da exploração.
Em 25/09/14 o nível dos reservatórios do Cantareira era de
7,4%, já com o uso da primeira cota do volume morto, retirada desde maio. O
plano do governo é “adiar o máximo” o início do bombeamento para que não sejam
gastos esforços necessários.
Mauro Arce disse que só vai utilizar a reserva técnica “se
realmente houver necessidade”. “Mês de setembro, outubro e novembro, não existe
nenhum mês que não choveu durante 84 anos, alguma chuva vem”, disse.
Três ações fazem parte da estratégia estadual em curto prazo
para amenizar a crise: bônus na conta de água, uso de outras represas como alternativa
ao Cantareira para o abastecimento de determinados bairros e a redução na
pressão da água distribuída à noite.
O secretário também fez previsão para o uso do volume morto
do Alto Tietê. "Na realidade, dura mais (que o Cantareira). È a mesma
média (de queda) que está havendo (no Cantareira) e daria 88 dias", disse
Arce.
Criticas
Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o governo paulista não tem alertado a população sobre a real crise hídrica no estado.
Segundo o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o governo paulista não tem alertado a população sobre a real crise hídrica no estado.
“Eu penso que é o problema é não apontar a gravidade da
situação concretamente para a população. Se nós tivermos um ano parecido com
esse, nós não teremos uma resposta satisfatórias na região metropolitana no ano
de 2015”, afirmou.
O secretário estadual de Recursos Hídricos de São Paulo,
Mauro Arce, reagiu à declaração e disse que há planejamento. “Não estamos
escondendo nada de ninguém. Está na cara que existe um problema”, completou.
Segundo Arce, a adoção de um rodízio no abastecimento da Grande SP seria uma alternativa
pior às medidas já adotadas.
A ANA também anunciou na semana passada sua saída do grupo
técnico formado por órgãos reguladores para auxiliar o governo paulista em sua
gestão do Sistema Cantareira, o GTAG. Segundo o diretor-presidente da agência,
o secretário estadual de Recursos Hídricos tem descumprido o acordo sobre a
redução da vazão captada do Sistema Cantareira.
Durante o evento em São Paulo, Vicente Andreu apresentou um
e-mail no qual Mauro Arce se comprometia a diminuir o volume de água retirado
das represas a partir de junho. Em nota, a Secretaria de Recursos Hídricos
lamentou o vazamento de um documento de comunicação interna e disse que espera
o retorno da agência ao GTAG.
Reservatórios do Sistema Cantareira tiveram
queda no nível com a crise hídrica (g1)
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