Relatora da ONU disse que é importante preparação para
evitar falta d’água
Catarina de
Albuquerque falou sobre relatório sobre situação no Brasil apresentado em
setembro; ela afirmou “ser fundamental em tempo de abundância planejar e
preparar para tempos de escassez”.
A relatora
independente da ONU para o Direito à Água e ao Saneamento, Catarina de
Albuquerque, afirmou “ser importante os países e governos se prepararem para
evitar a falta d’água”.
Em entrevista à Rádio
ONU, esta quinta-feira, aqui em Nova York, Albuquerque falou sobre o relatório
que apresentou sobre sua visita ao Brasil, no ano passado.
Fundamental
“Aquilo que eu disse
na altura, eu digo agora e é o que digo relativamente a qualquer país que tenha
problemas de escassez de água. É fundamental em tempo de abundância planejar e
prepararmos para tempos de escassez, tempos de escassez de água, de recursos.
Tem que se investir em infraestruturas, e tem que se muito claramente ter um
quadro normativo e político que permita estabelecer que em tempo de escassez, a
prioridade é para as pessoas.”
A relatora
independente da ONU citou também o problema da falta d’água em São Paulo.
“É o que eu digo
também no caso de São Paulo. Era importante ter havido mais planejamento, mais
investimento em infraestruturas, sendo certo que essa crise hídrica foi além de
qualquer previsão. Mas a verdade é que com as alterações climáticas nós estamos
fazendo face cada vez mais a eventos climatéricos extremos, vamos da seca para
as inundações.”
Detroit
Catarina de
Albuquerque falou sobre sua visita aos Estados Unidos, especificamente à cidade
de Detroit, onde recomendou às autoridades que restabeleçam o fornecimento de
água para as famílias mais pobres.
Segundo ela, 40% da
população vivem abaixo da linha da pobreza e muitos estão desempregados e por
isso não podem pagar a conta d’água.
Em pronunciamento a
3ª Comissão da ONU, a relatora citou o processo de participação da população em
questões ligadas a decisões importantes adotadas pelos governos.
Livro
Ela disse que os
países devem incentivar essa participação popular. Para Albuquerque, os
programas implementados pelos governos têm melhores resultados quando as
pessoas são ouvidas.
A relatora lançou
essa semana um livro que serve como um manual sobre os direitos à água e ao
saneamento. Ele cita exemplos de temas de boas práticas de vários países e de
obstáculos enfrentados nesses processos.
Catarina de
Albuquerque disse que a obra tenta ser mais ativa e interativa com o objetivo
de desmistificar o que é o direito humano à água e dar dicas concretas para a
implementação desse direito. (ecodebate)
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